33 - Acontecimentos finais

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Ele se sentou numa cadeira e eu estava sentada na beira da minha cama que dava de frente para ele.

- Chega de joguinhos não é Bela? Vamos ao que interessa.

- Você tem algo em mente?

- Na verdade sim, mas prefiro te ouvir primeiro.

- Tudo bem, vamos lá. Somos casados isso eu sei, pois é um fato, mas quero estabelecer algumas regras e limites quanto ao nosso casamento. Primeiro, não viveremos como marido e mulher. Em eventos e reuniões manteremos as aparências. Ninguém sabe que nosso casamento é apenas no papel e sei muitos não nos aceitarão como governantes de cara, então aparentar estarmos unidos é crucial para que esse pacto funcione. Todos os que estavam naquele casamento tiveram as memórias alteradas para diminuir o estrago que Gregor causou, então somente nós sabemos da verdade daquele fatídico dia.

- Quando você se refere a não vivermos como marido e mulher qual o limite que você está impondo?

- Toques, beijos, carícias, sexo.

- Terminou? - ele ergueu as sobrancelhas e cruzou os braços.

- Sim! - respondi.

- Bom, com esse seu plano todos vão saber que isso é uma farsa. Um casal recém casado que não se beija? Não se abraça? Nem ao menos dormem juntos?

- Paul eu não pretendo te beijar e nem dormir com você.

- Me acha tão repugnante assim?

- Isso não está em pauta Paul. Continue o que você dizia e não saia do assunto por favor.

- Durma no meu quarto e leve suas coisas para lá também. Pois sempre teremos visitas no castelo, então não seria bom que vissem que dormimos separados. Apenas dormir, não farei nada a mais contra sua vontade.

- Paul, seu quarto é pequeno para nós dois.

- Então farei um quarto para nós dois. Com mobília diferente, uma cama maior. O que você acha?

- Até aqui tudo bem - concordei.

- Em eventos vamos andar de mãos dadas apenas. Mas eventualmente eu irei te beijar.

Me levantei da cama e Paul se levantou ao mesmo tempo.

- Não Paul!

- Não será a primeira vez que nos beijamos Beliza, não faça tanto drama. Isso é um sacrifício tão grande assim pra você?

Olhei para Paul e vi verdade e dor em seus olhos.

- Você sabe que sim. E para de mudar de assunto.

- Não estou mudando o assunto, eu só quero que isso funcione sem que seja um sacrifício para ambos. Os beijos não serão com intensidade, serão apenas para manter a aparência de estarmos unidos.

- Como exatamente nos beijar na frente dos outros fortalecera a ideia de sermos um bom time?

Ele riu.

- Está rindo de mim? - falei brava.

- Sua pergunta só confirma sua inexperiência. Afeto muitas vezes conta mais como prova que qualquer outra coisa. Demonstrar que estamos bem e juntos diminui as chamadas dos nossos inimigos quererem tentar algo contra nosso reinado. Se virem alguma brecha irão trabalhar nisso para nos derrubar.

Fazia todo sentido.

- Tem razão - concordei - obrigada por me explicar.

- Ainda temos mais um assunto.

Droga, aquele assunto. FILHOS.

- Ainda é cedo pra falar sobre isso Paul.

- Não adianta ficar adiando essa conversa.

Ele tinha razão, mas eu não estava muito receptiva em falar sobre isso.

- Tem que ser agora, Bela. Quero decidir tudo hoje e termos essa conversa agora para não postergar nada.

- Eu não pensei em nada com relação a isso.

- Eu sim.

- Que novidade - revirei os olhas - diz aí então.

- Agora, assim de uma vez? - acho que ele não esperava por essa resposta, pois corou levemente.

- Vai me dizer que está com vergonha? - não pude evitar de rir um pouco - estava ai tão seguro de si sobre conversarmos sobre todos os assuntos essa noite para não deixar nada para depois.

Sentei na cama rindo até caí deitada nela, era um riso descontrolado e sem sentido nenhum.

Paul só ficou me olhando depois de repente ele estava por cima de mim e eu paralisei o encarando.

- Não é vergonha, é medo da sua reação.

- Saí de cima de mim.

- Sim Alteza.

Ele saiu de cima de mim e me ajudou a levantar.

- Melissandre estava grávida quando foi morta. Portanto falar sobre filhos pra mim é muito difícil.

- Paul, e-eu sinto muito.

- Eu também, mas a vida segue não é mesmo? - ele suspirou pesadamente - nós teremos de ter filhos em algum momento para serem sucessores, ou haverá guerras pelo trono entre nossos reinos.

- Sim, eu sei. Mas você sabe que isso será... complicado para nós.

- Sim eu sei. Mas vamos deixar isso para o tempo resolver por enquanto e se não resolver a gente dá um jeito.

- Que jeito? - perguntei a ele.

- Vamos arrumar algum. Eu vou para o meu quarto agora, e em cerca de três semanas as obras devem se concluir e você passa a dormir no nosso quarto novo. Pode decorar como quiser.

- Mas já? Tão rápido?

- Sim. Não podemos esperar mais. Por mim hoje mesmo você já deveria ir para o meu quarto. As criadas já estão comentando sobre nunca termos tido uma noite juntos no mesmo quarto.

- A vida era mais fácil na Floresta dos Gritos sem tanta gente intrometida.

Paul riu e se levantou e foi em direção a porta.

- Você já vai? - eu perguntei.

- Quer que eu fique? - ele perguntou maliciosamente.

- Foi só uma pergunta Paul - disse secamente.

- Sim, já falamos tudo o que tínhamos a falar.

- Paul - o chamei - eu não confio em você e não sei se algum dia irei confiar...

- Isso você já me disse milhares de vezes e não precisa ficar repetindo.

- Por acaso você vai me deixar terminar de falar?

- Desculpe, prossiga.

- Mas espero que tenhamos respeito um pelo outro. E quem sabe futuramente uma amizade.

- Você realmente é uma verdadeira rainha Beliza. Boa noite.

Ele se virou e saiu pela porta do meu quarto.

Senti paz dentro de mim e finalmente pude dormir de verdade me sentindo leve.

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A última guardiã da Luz (Completo)Onde histórias criam vida. Descubra agora