11-Na delegacia.

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Eu estava sentada ao lado de Camilla na sala de espera da delegacia, já que passava das 7h da manha e eu estava me segurando para não dormir com a cabeça encostada no ombro da Camilla.

A policial que nos prendeu poucas horas antes nos guiou até uma sala escura e fedida de suor para que tirássemos nossos pertences, assim que fizemos o que ela mandou, guiou-nos a uma cela eu e Camilla ficamos sentadas em um banco feito de cerâmica, até eu me deitar em um colchão fino e sujo e tentar dormir, eu estava exausta, sem energia para mais nada e a ressaca da festa estava chegando.

-Ei vocês ai. –Uma policial gorducha entrou gritando na ala das celas. –Estão livres. -disse abrindo a porta de ferro enferrujado da nossa cela.

Camilla saiu eufórica e eu fui logo atrás andando o mais rápido que pude, estava começando a cochilar quando aquela baleia em forma de gente entrou berrando, e me despertou.

Seguimos ela até o mesma sala fedida de suor onde deixamos nossos pertences e logo avistei o cabelo loiro do Bruno em pé no balcão assinando algum papeis. A mulher atrás do balcão de mármore deslizou nossos pertences, e rapidamente eu peguei e fui em direção ao Bruno, por algum motivo fiquei aliviada em vê-lo, sabia que iria nos tirar dali.

-Vocês estão bem? –ele perguntou, passou a noite inteira bebendo e mesmo assim não mostrava sinal da longa noite.

-Eu tó morrendo de sono, mais estou bem. – disse com uma voz de bêbada que me fez sorrir.

-faço suas as minhas palavras. –Camilla disse se encostando em mim.

-Vamos embora daqui. –ele seguiu na frente passando pela porta de vidro e foi até a rua, o sol estava nascendo e o ar era gelado.

-Vocês duas estão me devendo 2000 mil cada uma. – ele disse abrindo a porta da mesma van que fomos para a festa ontem a noite. –Agora, entrem, vamos deixar vocês em casa.

Eu subi logo atrás de Camilla, a Van estava vazia então fomos cada uma em um banco. Dormindo.

*

Entrei pela porta de casa, as 9h30 da manha, estava quase dormindo em pé, me atirei no colchão e a Camilla fez o mesmo em cima de mim, dormimos quase o dia todo.

Quando acordei do meu profundo sono, a Camilla já tinha ido embora e eu estava com a cabeça explodindo, não tinha nem dinheiro, nem remédio. A roupa da festa ainda estava em meu corpo, o nariz estava vermelho de tanto consumir drogas, eu estava cansada e meu corpo doía. Me virei com a mão protegendo meus olhos contra a claridade da luz. E lá eu estava novamente vazia, triste, cansada, agoniada, sozinha, frágil.

Já era de tarde, o que eu iria fazer o resto do dia? Sem dinheiro e bem difícil fazer alguma coisa. Então resolvi dar um role.

Tirei o vestido que estava totalmente sujo da longa noite, tomei um banho para tirar o cheio de champanhe do corpo e dos cabelos e vesti a primeira roupa que apareceu na minha frente.

Quando sai para a rua, a Camilla e a Carina (irmã dela que cuidou da minha mãe, na primeira festa que fui com a Camilla) estavam sentadas na causada mexendo cada uma em seus respectivos celulares.

-Oi Guria! –a Camilla berrou assim que me viu. –Já acordou?

-Não, imagina é a alma dela que está aqui na sua frente. –Carina disse se levantando.

-Desculpa mais eu não sabia que tinha falado com você.- Camilla respondeu sorrindo.

Ela era uma mestra em patadas. A Carina parecia um pouco com a irmã olhos claros cabelos ondulados, só que... Eu a olhava e via uma luz, um brilho diferente, ela realmente parecia feliz, e eu a invejava por isso.

Uma Garota Escolhida.Onde histórias criam vida. Descubra agora