25 -De novo não.

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Nem sempre direito que horas fui dormir, apenas lembro-me de como acordei: Uma das empregadas me sacudindo com um telefone na mão.

-Senhorita, o telefonema e para a senhora. –ela disse se afastando.

Levantei esfregando os olhos e peguei o celular da mão dela.

-Alô. –falei ao colocar o telefone na orelha.

-É da casa do senhor Bruno Lopes? – uma voz feminina muito familiar falou.

Eu congelei antes que ela falasse.

Não, Não, não... Por favor, não.

-É. – falei já sentindo as lágrimas no meu rosto.

-Então, o senhor Bruno sofreu um grave acidente de moto às 2h da madrugada, ele está nesse momento passando por uma cirurgia, pedimos que você se encaminhe para o hospital da cidade.

Nãoooo de novo Não, por favor.... Não, não... Tentei me acalmar lembrando o fato dele ainda estar vivo, procurei minha voz e respondi.

-Ok, estou ai em um minuto. –falei desesperada e desliguei o telefone, no gesto mais rápido que já me vi fazer, me levantei da cama e vesti a primeira roupa que apareceu diante dos meus olhos. Sai de casa sem nada nas mãos, fui até a garagem, o carro estava lá. Ótimo, o único problema é que eu não sabia dirigir.

Eu estava desesperada de mais para pensar naquele momento, até que o segurança apareceu do outro lado, o chamei com um gesto das mãos e ele se aproximou.

-Você precisa me levar para o hospital, agora. –falei dando meia volta no carro e entrando no banco do passageiro. –Vamos, por favor, rápido.

Eu estava tentando manter a calma, dizem que a mesma coisa não acontecem duas vezes com a mesma pessoa, eu tinha que me apegar a isso com todas as minhas forças, o maldito acidente não pode tirar tudo de mim... Não pode...

O segurança rapidamente entrou no carro, e deu partida, saiu do condomínio rasgando os pneus por que eu gritava para ele ir rápido. Achei estranho o fato dele não ter me perguntado nada.

*

Nem esperei ele parar o carro direito, abri a porta e sai correndo para dentro do hospital, esbarrei em algumas pessoas mais não deixei que isso me parasse. Quando cheguei a recepção, me joguei em cima do balcão.

-E-eu sou parente de um rapaz que sofreu um acidente de moto há poucas horas atrás, a moça que ligou para mim falou que ele esta na sala de cirurgia. –gritei o mais rápido que pude, sem me preocupei em dar uma pequena pausa.

-Bruno Lopes? – a moça perguntou calmamente, eu senti meu sangue ferver, como ela poderia estar tão calma em um momento como esse? Então lembrei que a única que estava sofrendo ali era eu, não ela.

-Sim, sim é ele, moça, por favor, como ele está? –perguntei colocando a mão no rosto, nem me preocupei em secar as lágrimas, elas aliviavam minha dor.

-Ele ainda estar na sala de cirurgia, seu estado foi gravíssimo. O que você é dele?

-Namorada. –respondi.

-Você não tem como entrar em contanto com um parente mais próxima?. –ela perguntou digitando algo no computador.

-Não, os pais dele estão fora do país. – respondi respirando fundo.

-Ok, preciso do número do seu RG para fazer o cadastro. – a recepcionista falou dessa vez olhando para mim.

Ainda bem que eu sempre decorei os números importantes, lá em casa todo mundo tinha uma mania em relação aos números e documentos, a da Ariel era guardar tudo na agenda dela e decorar os documentos e números de telefone de todo mundo da família, não era atoa que ela queria fazer faculdade de contabilidade. A do Denis era esquecer todo tipo de número que cruzasse o caminho dele, eu lembro que ele dizia nas nossas conversas de irmãos que até o próprio número da chamada ele esquecia o que acarretava um monte de faltas na escola. E a minha era decorar os números do que eu achava importante, como eu sempre fui bastante organizada com 10 anos tirei o RG e o CPF, eu fiquei tão feliz naquele dia. Coisa de criança.

Uma Garota Escolhida.Onde histórias criam vida. Descubra agora