15-Descobertas.

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Assim que vi o titulo daquela mensagem ou sei lá o que, senti vontade de lê-la então sequei as minhas lágrimas, sentei-me no colchão e comecei a ler devagar.

Zaqueu era o chefe dos cobradores de impostos, era mal visto pela sociedade daquela época por que era rico, era conhecido como ladrão. Um dia soube que JESUS passaria por sua cidade e quis conhecer o homem que operava tantos milagres. Mais ele era de pequena estatura (baixinho) e graças à multidão que acompanhava JESUS, Zaqueu não consegui vê-lo, então subiu em um sicômoro (uma espécie de árvore com o tronco grosso e difícil de ser escalado). Por onde JESUS passaria em breve, ao passar Jesus olhou para cima e viu Zaqueu, disse que se hospedaria em sua casa, e Zaqueu disse que daria metade de seus bens para os podres...

A história até poderia ser interessante e tal, mais o que tem haver com a minha vida? Nada, esse homem podia até ser mal visto pela sociedade, mais era rico, muitas pessoas falam que dinheiro não compra felicidade. Eu concordo totalmente, dinheiro não compra felicidade, dinheiro é felicidade.

Iria continuar a ler, porém ouço alguém batendo na porta, escondo aquele jornal rapidamente e me levanto com uma angustia partindo minha alma em duas. (apesar de tudo, eu sei que existem almas, eu já havia visto algumas pretas, e que me davam arrepios). Não posso correr o risco de que alguém me veja lendo algo sobre DEUS, principalmente com o jornal daquela igreja.

-Bruno?! –arregalo os olhos assim que o vejo parado na frente da porta, com uma mochila preta nas mãos. –O que você tá fazendo aqui?

-Oi pra você também guria. –ele sorri, e eu continuo sem intender nada. –Posso entrar?

Assenti, e abri a porta para que ele pudesse entrar. O Bruno e a Camilla eram as únicas pessoas a quem eu não tinha vergonha de mostrar minha realidade, a material pelo menos, por que a realidade dentro de mim era uma coisa só minha ninguém precisava saber, ninguém poderia me ajudar.

Ele entra na ''sala'' e olha ao redor, fecho a porta e ele me encarra ainda segurando a mochila nas mãos.

-Me deu uma vontade de vim te ver. –ele disse.

Eu ergui a sobrancelha confusa.

-An? Bruno você andou fumando de mais?

Ele sorri e coloca a mochila no chão.

-Fumando sim, de mais não. Eu só vim te ver por que me deu vontade. –Ele fez um careta.

-A gente se viu... Ontem. –falei com os braços cruzados.

-Eu sei... Ah para de ser chata vai, eu sei os perrengue que tú passa... Trouxe comida, e lança...

-Eu não vou usar hoje... Se eu chegar drogada no serviço amanha, eu sou demitida, preciso de dinheiro...

-De boa então, a gente só come. –ele sentou-se no chão e começou a tirar da mochila vários recipiente de cores e tamanhos variados, latinhas de cerveja e de refrigerante, bolachas, doces, e salgados.

-Porr* isso sim é que é um jantar em?!- me sentei de frente para ele enquanto abria os recipientes.

Bruno sorriu e me entregou uma latinha de refrigerante, devoramos toda a comida que ele trouxe, eu estava me segurando para não pegar o vidrinho de lança. Tinha que me controlar.

-Então. Me Conta um pouco sobre você. –falei quebrando o silêncio que estava entre nós. Nunca gostei de silêncio.

-Tipo o que guria? Você já sabe... -ele pensou um pouco. -20% da minha vida.

-Sei lá um pouco sobre a sua vida, família, ou sei lá o que. Você conhece minha vida completamente e eu nem sei onde você mora. –sentei-me encima do colchão (porque até então eu estava no chão) e o Bruno veio logo em seguida sentar-se ao meu lado.

Uma Garota Escolhida.Onde histórias criam vida. Descubra agora