46 - Intendendo.

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Assim que descemos no aeroporto, pegamos nossas bagagens e nos encaminhamos para o carro do Bruno (que estava no aeroporto desde a nossa viagem).

Os homens foram na frente e eu e a Ariel fomos no banco traseiro. Fui abraçada com ela o caminho ao apartamento inteiro. Eu ainda não estava acreditando.

Assim que entramos na garagem do edifício o Bruno estacionou o carro e nos descemos. Pegamos a bagagem e nos encaminhamos para o elevador.

-Você não mora mais na casa dos nossos pais? – a Ariel perguntou.

Neguei com a cabeça.

-Não, me mudei de lá há algumas semanas. –respondi entrando no elevador.

O Rian e o Bruno conversavam como dois tagarelas, estavam se conhecendo.

Assim que saímos do elevador e caminhamos para o apartamento, senti um enjoou horrível, não deu tempo de chegar e abri a porta, tive que vomitar na janela (ainda bem que o terreno do lado era baldio, não corria o risco de vomitar na cabeça de alguém). A dor no estomago rapidamente passou, e a vontade de vomitar também.

-Acho que esses enjoos não são obras das comidas de Los Angeles não. –o Bruno comentou aparecendo ao meu lado. – Não é melhor você ir no hospital? Pode ser alguma coisa grave.

Passei a mão na boca e encarrei ele.

-Eu não gosto de hospital, deve ser algum mal estar ou coisa do tipo. –respondi.

Voltei para o corredor e abri a porta de casa... Ah... Lar doce lar.

O Bruno entrou logo depois da Ariel e do Rian. Eles olharam ao redor e depois voltaram à atenção para mim.

-Bom, esse é meu casulo, sejam bem vindos. –falei com um sorriso. –Vocês vão ficar no quarto de hospedes, que é de frente para o meu.

-Ah... Sofh não precisa se preocupar, nos ficaremos em um hotel.

Balancei a cabeça.

-Claro que não, vocês vão ficar aqui comigo. –falei e abracei a Ariel novamente. –Não vou me separar de você novamente.

Ela resmungou e beijou minha testa (ela sempre foi uma anã).

-Tudo bem. Temos muito para conversar. –disse.

Assenti.

-Podemos conversar agora? –perguntei.

-Devemos. –respondeu.

Sentei-me no sofá e a Ariel se sentou na minha frente. O Bruno ao meu lado e o Rian ao lado da Ariel.

-Bom, dia 6 de Abril do ano passado você, o Denis, a Gabrielle a Mamãe e o papai sofreram um acidente de carro. Morreram todos. –comecei. – Pelo que a policial me contou o Denis foi fazer uma ultrapassagem e bateu de frente em um carro. O Motorista do carro não sofreu nada muito grave, e depois de alguns meses ele entrou na justiça querendo indenização. Tive que vender todos os imóveis e automóveis do Denis e seus para pagá-lo... Desde aquele dia eu vivi sozinha no mundo, sem ninguém...

Eu não iria chorar, aquilo era passado e por mais que ainda doesse não adiantaria derramar mais lágrimas. Não ia contar minha ''desgraça'' para a Ariel agora, conversaríamos sobre isso em outro momento.

-Contei a minha parte, agora conta a sua. –falei.

Ela suspirou e olhou rapidamente para o Rian.

-Eu não morri como você pode ver. –começou e revirou os olhos para diminuir a pressão. –Eu estava no carro sim aquele dia, estávamos voltando do niver do Denis e ele estava nos levando para a casa dele, iriamos passar a noite lá. Eu lembro sim do acidente, cada detalhe ainda esta vivo na minha mente. A batida, o som de vidros quebrados, os gritos da mamãe da Gabrielle e da Pamela. –ele me encarrou e eu arregalei os olhos.

-Pamela? –perguntei confusa.

-Sim, ela iria dormir na casa do Denis também. Estávamos todos no carro, ela estava no meu colo. Quando o carro capotou eu fui jogada para longe, para muito longe, não sei ao certo quanto. Acordei dois dias depois, sozinha, com fome e completamente doída (doída de dor, não de maluca). Caminhei pelo acostamento da pista procurando alguém. Eu tinha perdido uma parte da minha memoria, eu sabia que tinha uma família, e sabia o como tinha ido parar ali, mais não me lembrava de nada, de nenhum rosto e de nenhuma coisa concreta. Foi quando o Rian passou de carro e me viu, eu estava rasgada e suja. Sem falar que estava caindo de fome. Ele me levou para o hospital e cuidou de mim, mas logo teve que voltar para a Alemanha e eu fui junto.

-Eu a havia prometido que encontraria a família dela. –o Rian falou. Apesar de ser alemão ele falava português fluentemente.

-Eu comecei a morar com ele, então com dois meses de convivência começamos a namorar. E a cada dia foi uma busca interminável pela minha família, o Rian contratou dois detetives e os dois não encontraram nada, nenhuma mulher desaparecida nem algo do tipo. Aos poucos eu comecei a me recordar de tudo, então quando te vi no aeroporto de olhei nos olhos, lembrei-me de todos os rostos. Parecia coisa de filme, um filme passou na minha cabeça, todos os rostos, todas as lembranças, as brigas, as noites de choro por causa das discursões... Eu lembrei de tudo. - ela sorri, e eu retribui.

-Mas a policial disse que haviam 3 mulheres no carro. –observei.

-Sim, a mamãe, a Gabrielle e a Pamela, ela morreu não eu. –disse cabisbaixa.

A Pamela era a irmã da Gabrielle, a caçula, apesar de ser meio fresquinha, era gente boa.

Suspirei e procurei na minha cabeça alguma coisa para disser, mas nem precisei, a campainha tocou.

-Eu abro. –falei em um pulo e corri na direção da porta. Abri-a e a Mirela se jogou nos meus braços, a Milla veio logo atrás...

-Oiii, que saudade Sofh! – a Mirela disse sobre o meu ombro.

-Oie Mih! – falei, soltando-a para encará-la.

A Milla veio em seguida e me abraçou, as duas entraram e eu fechei a porta. Virei-me a tempo de ver a Milla falar:

-Rian.

******

Oiie picolés!!!

Deu para entender o por que a Ariel está viva?

Que bom...

Da onde a Camilla conhece o Rian?

''Ai tem''

Hoje eu vou falar pouco por que estou com pressa.

No próximo eu recompenso...

Fui...!


Uma Garota Escolhida.Onde histórias criam vida. Descubra agora