16- Um ajudante inesperado.

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A Terça-feira havia sido um dia normal, acordei como sempre fui à casa da Camilla tomar banho, contei o que havia acontecido na noite anterior e ela ficou super feliz. Depois caminhei até o trabalho, a D. Estefânia continuava estranha e desconfiada de tudo e a Vanessa sempre me ajudava com tudo que eu precisava, não vi mais o Bruno e nem sei o que faria se o visse.

Na terça a D. Estefânia finalmente havia m registrado e eu estava momentaneamente feliz.

Já era quarta-feira, a Vanessa chegou mais tarde no trabalho por que segundo ela, tinha um compromisso importante. Eu não perguntei o que era, a casa estava a todo vapor, os decoradores começaram a arrumar a sala de jantar e a sala de estar onde a maioria das pessoas ficaria, e os paisagistas a arrumarem o jardim, o buffet estava tomando conta da cozinha e eu a Vanessa a Cláudia e a Ivete apenas ficamos aguardando ordens da cozinheira chefa a Tânia. Estávamos vestidas com um uniforme vinho próprio do Buffet (a coisa era chique de mais), ficaríamos servindo bebidas com mais alguns garçons enquanto o jantar não era servido.

-Gente, como alguém pode comer ostras? – a Ivete perguntou fazendo uma careta que fez todas nos darmos risada.

-Gente rica é fresca mesmo. –respondi.

-Meninas peguem as bandejas, os convidados já estão chegando lembrem-se do que treinamos costas retas bandejas na altura dos seios. Agora vão. –Tânia nos instruiu e assim fizemos, as bandejas eram pesadas mais nada que não desse para carregar.

Separamo-nos assim que saímos da coxinha. Comecei a andar pela sala de estar o mais elegante que consegui, eu estava com um sapato um pouco alto que estava fazendo calo no meu pé (estava me incomodando). Servi algumas senhoras (tinha muita maquiagem no rosto, mais era velhas), depois um homem que me olhou de mais.

As bebidas haviam acabado então eu fui até a cozinha repor.

-Preciso de mais drinks aqui. –falei para o garçom que estava cuidando das bebidas (nenhuma delas tinha álcool, por esse motivo eu não via graça).

O garçom repôs as enormes taças e eu voltei a circular pela sala, a D. Lavínia ainda não tinha descido, e eu não havia visto a D. Estefânia, até que ela desce as escadas com uma cara de apavorada vem até o meu encontro e pega a bandeja da minha mão.

-Vá até o quarto da D. Lavínia, agora, leve uma água com açúcar mais seja discreta. –ela disse bem próxima ao meu ouvido.

Assenti e fui até a cozinha, eu estranhei o fato da D. Estefânia mesma não levar o copo com agua, e por que a D. Lavínia iria querer um copo com água se em breve iria descer para jantar?

Preparei o copo com água e subi a escada o mais discreta possível, quando cheguei ao corredor escutei um barulho de vidro sendo quebrado, corri até o quarto da D. Lavínia de onde o barulho vinha. Abri a porta e me deparei com uma cena horrível, a D. Lavínia estava sangrando e o quarto estava todo bagunçado, ela estava com um vestido branco bem elegante que aquela altura estava vermelha em algumas partes, chorava e gritava como se estivesse morrendo. Coloquei a bandeja encima da cama e corri ao seu encontro.

-D. Lavínia a senhora está bem? –perguntei mesmo sabendo a respostas.

Ela ergueu o olhar e me encarrou, seus olhos estavam pretos da maquiagem borrada.

-O que você tá fazendo aqui? Vá embora eu não quero ver ninguém. - disse em meio aos soluços.

-A D. Estefânia me mandou trazer um copo de água para a senhora... –respondi me abaixando de frente para ela.

-Eu não quero água. –respondeu encarrando o chão. –Eu quero morrer... Eu quero morrer.

-Tem 200 pessoas lá embaixo esperando a senhora descer. Por que fez isso?

Uma Garota Escolhida.Onde histórias criam vida. Descubra agora