26- A chegada.

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Subi até o quarto e tomei um banho gelado, minha cabeça estava explodindo e água gelada sempre refrescava minhas ideias. Fiquei com a cabeça embaixo do chuveiro por tantos minutos que nem me importei em contar. Quando terminei, vesti uma roupa simples e desci as escadas até a sala, eu estava tão em choque que queria distancia de tudo que lembrava o Bruno, e o quarto era o pior lugar da casa quando o assunto era ''lembranças do Bruno''. A noticia tinha acabo com o meu sono, eu estava inquieta.

Assim que me sentei no sofá, a doméstica Valéria (eu tinha perguntado o nome dela) Apareceu por trás do sofá, observei-a dar a volta e parar na minha frente.

-Eu entrei em contanto com o Sr. e Sra. Lopes, eles estão vindo para o Brasil. –ela disse calmamente, mais seus olhos demonstrava a tenção.

-Tudo bem, obrigada. –falei em encolhendo no sofá. –Vocês fizeram jantar?

-Sim, senhora, mais já esfriou, quer que eu prepare algo para a senhorita comer?

-Não, se me der fome eu me viro, pode ir descansar, você já fez coisa de mais.

Ela soltou um sorriso rápido e saiu, eu continuei sentada no sofá abraçando uma almofada até o momento que peguei no sono.

*

Quando despertei do meu sono, o dia já estava claro então decidi ir para o quarto, só de pensar naquilo eu já estava em lágrimas, mais pelo menos uma vez na vida eu tinha que enfrentar as coisas sem deixar as lágrimas me dominarem.

Quando abri a porta, nem olhei muito em volta, desabei na cama e tentei dormir... Porém um barulho de gritos no cômodo abaixo (sala) me fez levantar rapidamente, e descer para ver o que estava acontecendo. Vi um casal de meia-idade, eles pareciam brigar em especial a mulher, que gritava algumas coisas enquanto o homem se mantinha na maior calma possível, assim que o homem bateu os olhos em mim, me segurei no corrimão e esperei ele disser alguma coisa, coisa que ele não fez.

-A-a-a-a... Bom dia! –como eu não sabia o que disser essa foi à primeira coisa que veio na minha cabeça. –Você são os pais do Bruno, certo?

Estendi minha mão enquanto falava para o senhor, ele apertou e sorriu de um jeito triste mais simpático, enquanto a mulher (passei a odiar aquela cobra a partir desse momento) me olhou de cima a baixo, como se tivesse visto um fantasma.

-Sim, nós somos, e você é? –o homem me perguntou.

Congelei e desejei de todas as minhas forças, o Bruno do meu lado. Eu nunca vi aqueles dois na minha vida, como poderia fazer para disser tudo a ele? Isso era impossível.

-Eu sou a Sophia Alter, namorada do Bruno. – respondi quase sem voz, e vi o espanto nos rostos de ambos, pensei na melhor maneira de sair daquela cena chata. –A gente começou a namorar a pouco tempo, talvez ele não tenha falado nada sobre mim.

O Homem sorriu.

-Então é você a garota que o Sandro falou. –o homem disse e assim que viu minha cara de surpresa completou. – O jardineiro, ele trabalha aqui a anos e disse que o Bruno tinha falado de uma certa garota, eu suponho que seja você.

-É, acho que sim. – respondi e sorri amarelo.

-Bom, ela não parece ter muita classe. – a mulher disse.

-Maira. –o homem gritou. –Por favor, estamos passando por um momento delicado, quando mais você provocar mais vamos ter problemas.

A mulher bufou e voltou o olhar para mim.

Uma Garota Escolhida.Onde histórias criam vida. Descubra agora