Capítulo 24-Traumas

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Na volta fomos todos conversando tentando descontrair para ocultar o fato que acabara de acontecer. Estava tudo calmo, mas todos nós já estamos preparados para qualquer ataque não podíamos perder mais nenhum membro sequer do grupo. Enquanto conversávamos o Leo começou a contar uma história de sua infância:

- Quando eu tinha 4 anos persegui uma raposa até a sua toca e na hora da volta não conseguia achar o caminho, fiquei três dias sem me alimentar até que a mesma raposa saiu de sua toca e começou a correr eu a segui até que cheguei em casa. Desde então a raposa é meu animal preferido e eu bem... tenho medo de me perder de novo e não conseguir voltar.

Eu nunca tinha ouvido essa história e não pude acreditar que o Leo tinha medo de se perder. Depois do Leo o Cristian começou a falar:

- Bem... eu aos 7 anos fui com a minha família para a Ásia. Meus pais e eu estávamos em um hotel que possuía uma piscina magnifica, eu não sabia nadar mas fiquei maravilhado com a água. No nosso primeiro dia no hotel um menino me empurrou na piscina e eu afundei e quase morreria se não fosse pelo meu pai... depois disso tenho medo da água.

O assunto estava ficando interessante nós estávamos falando dos nossos traumas. Agora foi a vez de Safira falar:

- Eu tinha 5 anos quando minha aldeia foi atacada e o meus pais morreram tentei fugir mas fui pega pelos invasores. eles me amarraram e colocaram-me na árvore mais alta da floresta de cabeça para baixo. Demorou muito tempo para eu conseguir me desamarrar, mas não tinha coragem de descer do galho em que me amarraram. Então quase no final do dia apareceu uma serpente na arvore me assustei e caí. Quebrei meus dois pés além de me machucar totalmente. Então a partir daquele dia tenho medo de altura e a serpente é o meu simbolo para a coragem.

A história de Safira era incrivelmente dolorosa. Todos agora olhavam para mim esperando que eu contasse a minha história então comecei sem olhar para nenhum deles:

- No meu aniversário de 4 anos fui com minha mãe ao parque. Ela estava toda animada como de costume e me via brincar no balanço. foi então que aconteceu algo inesperado três homens a cercaram por trás e tentaram levar para um carro preto, como ela estava resistindo demais eles a balearam na cabeça e a largaram lá. Eu corri até ela e a abracei, mas ela já estava morta. Desde esse dia não comemoro mais meus aniversários e tenho medo de que todos que amam morram e eu não possa fazer nada para protege-los. 

Todos olhavam para mim com aquele olhar de pena que eu mais odiava, EU NÃO PRECISO QUE NINGUÉM SINTA PENA DE MIM! com os anos aprendi a ser forte, a superar, foi por isso que virei uma caçadora para proteger as pessoas de monstros como aqueles que mataram minha mãe que não estavam nem aí se ela tinha uma vida, uma família ou pessoa que a amavam.

- Sophia porque nunca nos contou?- perguntou o Leo

- Bem... eu não gosto de falar nessa história.

-hum....então vamos mudar de assunto!

- O que você sugere?

-Qual foi o melhor dia da vida de vocês? 

- O meu melhor dia... deixa eu ver- começou o Cristian- O meu melhor dia foi quando meu pai disse que estava orgulhoso de mim pela 1º vez...

-O meu melhor dia foi quando eu ainda estava com meus pais e eles me levaram para o lago, onde passamos o dia inteiro juntos enquanto meu pai me contava história do seu passado...- disse Safira

Eu estava esperando o Leo falar, mas ele não falou nada então comecei:

- Meu melhor dia foi quando meu pai me ensinou a usar o arco e flecha, esse instrumento me fazia sentir confiante e me ajudava a não me lembrar muito de minha mãe já que eu trinava a toda hora.

- Bem...- o Leo falou em fim- O melhor dia da minha vida foi quando você Sophia concordou em deixar eu cuidar de você. Eu sempre gostei tanto de você... Já não aguentava mais viver sem você aqui em meus braços.

Ele me abraçou e continuamos o caminho em silêncio.






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