Capítulo Vinte e Três

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Abro meus olhos e dou de cara com as mamas nuas da minha mãe. É como ter nascido e ir direto para a teta, só que eu tenho vinte e um anos e QUE PORRA É ESSA?

- Mamãe? - eu sussurro.

Ela e o marido estão ao lado da minha cama. Os dois estão peladões. Claro, eles são nudistas, mas isso ainda me deixa passada toda vez que os vejo. Passar pela segurança do aeroporto fica fácil, fácil, eles sempre brincam.
Então, o que aconteceu volta à minha mente de uma vez. O acidente de helicóptero. Não!

- Earl! - eu grito.

- Acalme-se, Anna - meu padrasto diz. - Earl Grey está bem, mas você se machucou. Está num hospital.

- O monitor cardíaco, a camisola de hospital, a cama de hospital... Agora tudo faz sentido - eu falo.

- Seu pai te mandou essas flores - minha mãe diz, apontando para uma muda de maconha no criado mudo. - A boa notícia é que você vai sair dessa. O Sr. de você.

O médico das celebridades, Drew Pinsky, entra no quarto. Como ele é um daqueles médicos bonitos demais para usar algo tão comum como um jaleco branco, está vestido com uma camisa de botões azul-bebê e uma gravata amarelo ovo. Seu cabelo é bem curto e seus óculos parecem especialmente desenhados para seu rosto angular. E os braços! Tudo que posso ver são seus antebraços, pois as mangas da Grey trouxe os melhores médicos do mundo para cuidarem camisa estão enroladas, mas uau. Ele malha.

- Olha, nossa pequena Cinderela está acordada - ele diz para minha mãe e para o meu padrasto. - O Sr. Grey me trouxe de Los Angeles para cuidar de você.

- Bela adormecida - eu corrijo.

- Como? - ele diz.

- O conto de fadas no qual a garota cai adormecida após morder a maçã envenenada é A Bela Adormecida, e não Cinderela - eu explico. Dr. Drew concorda com a cabeça.

- Claro. Estava apenas, hum, testando seu trauma. Parece que seu cérebro está funcionando normalmente. Sempre um bom sinal. - Ele acende uma lanterna clínica nos meus olhos. - Dilatando normalmente - ele diz.

O Dr. Drew sorri para minha mãe e para o meu padrasto.

- Posso falar a sós com a sua filha? Preciso rever algumas informações mais confidenciais sobre a situação. Se vocês puderem esperar lá fora, eu aviso quando tiver terminado.

Eles concordam com a cabeça e nos deixam sozinhos.

- Minhas pupilas estão dilatando. Minha memória está ótima. Posso ir agora? Onde está o Sr. Grey?

- Mandei-o para casa assim que sua família chegou - Dr. Drew explicou. - Ele ficou de vigília ao lado do seu leito nas últimas setenta e duas horas. E eu gostaria de mantê-la em observação no mínimo até a noite. Você quebrou vários ossos nas pernas, que conseguiremos curar usando a última tecnologia médica, mas você foi induzida ao coma com medicamentos para cuidarmos do inchaço no cérebro.

Uau.

- Acho que fiquei toda cagada - eu falo. E então algo me vem à mente: o bebê! O olhar do doutor encontra o meu.

Ele abaixa a cabeça.

- Precisamos falar de uma coisa - ele diz.

- O bebê - eu digo.

Ele concorda com a cabeça.

- O bebê está bem. Mas... Uma onda de alívio me invade.

- Mas o quê?

- Fiz alguns testes, e seu bebê será um sádico. Igual ao pai.

- Quê? Como é possível? - eu pergunto. Também penso: É um menino! E, em seguida: Que porra é essa?

Cinquenta Vergonhas De CinzaOnde histórias criam vida. Descubra agora