Capítulo Oito

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Imediatamente, a boca de Earl Grey está sobre mim. Seus braços deslizam pelas minhas costas, sobre meu robe, enquanto penetra meus lábios com a língua. Nossas bocas criam uma selagem hermética e nossas línguas brigam por supremacia. A dele é a mais dominante; deixo a minha relaxada e totalmente submissa a Earl Grey. Pela primeira vez na minha vida, encontrei meu objetivo: servir de capacho para este homem absurdamente rico, atraente, impossível de resistir.

De repente, ele retrai a língua e


me solta de seus braços.

- Que foi? - eu pergunto. Ele aperta seus olhos.

- Talvez não devêssemos ter começado a nos beijar logo depois de comer. Parece que você engoliu uma cabeça de alho inteira.

- É que eu realmente engoli -


eu digo.

Ele suspira.

- Vá escovar os dentes. Vou


esperar aqui.

Eu abaixo a cabeça e sigo para o


banheiro. Fecho a porta. Existe uma única escova de dentes na


pia, que pertence a Earl Grey Eu


a pego e corro as cerdas sobre


meus lábios. É como um pedaço de 15 centímetros de Earl. Deslizo a escova para dentro da boca e entorto minha cabeça e pescoço. Lentamente, vou empurrando-a garganta abaixo. Mmmmm... Mal posso esperar para engolir Earl...

- Rápido, mulher - ele diz na


sala ao lado, me assustando.

Engulo de uma vez a escova de


dentes. Sou tão idiota! Minha


periguete interior revira os olhos. A escova fica presa no meu esôfago, não consigo respirar. Agarro minha garganta e tento tossir, mas não adianta. Meu corpo cai, se contorcendo no chão...

- O que você está fazendo aí,


Anna? - Earl diz, com voz


preocupada.

Tento gritar, mas nada sai da


minha boca, a não ser a baba. A porta abre de uma vez, e Earl Grey está em pé sobre mim. Earl


Grey, meu salvador!

- Meu Deus, Anna, o que você


está fazendo no chão?

Eu aponto para a minha garganta com as duas mãos. Earl, imediatamente sentindo a gravidade da situação, põe-me


sentada. Ajoelha-se atrás de mim e me envolve com os braços. Tenta uma manobra de Heimlich, mas não adianta. Rapidamente, estou perdendo a consciência... Earl me coloca deitada e inclina


minha cabeça para trás.

- Não posso te perder, Anna -


ele diz. - Não posso!

Ele enfia os dedos longos na


minha boca. Sinto-os entrando na minha garganta. Cuidadosamente, ele puxa os dedos para fora, segurando a escova de dentes entre os seus incrivelmente longos dedos indicador e médio. Volto a respirar, e é a respiração mais


doce que jamais tive. O ar é como tv a cabo: você não aprecia até não ter mais.

- Obrigada - eu digo a Earl. Se os dedos dele não fossem tão estranhamente longos, eu estaria Mortinha da Silva.

Cinquenta Vergonhas De CinzaOnde histórias criam vida. Descubra agora