Estrela Negra

Capítulo 3

Depois que a Tiny e o Dylan saíram, penso em alguma opção para que a Sra. Julie tenha oportunidade de falar algo para o Andrew, então lembro de um plano infalível, escutar a conversa dos outros.

Então pergunto se posso ir no banheiro. Mas na verdade eu não queria ir no banheiro, só queria saber o que a Sra. Julie vai dizer pro Andrew. Saio e fico atrás da porta apenas ouvindo, perto da escada.

- Filho, quero que você se comporte no jantar. - Diz a Sra. Julie

- Mas mãe, eu não gosto dela. - Diz Andrew.

- Não quero saber se você gosta ou não dela, apenas se comporte.
- Mãe, eu sinto que ela esconde alguma coisa, acho que ela tem uma história nada normal.

- Pare de paranoia, você sabia que ela foi jogada no lixo quando criança? Você sabia que ela não tem mãe nem pai? Você não sabe ⅓ da história dela e fica ai, julgando-a. Ao invés de julgar você deveria acolhê-la, tentar entender um pouco sobre ela. Porque ela parece ser uma ótima pessoa - Diz a Sra. Julie subindo um pouco o tom de sua voz.

- Não, não sabia de nada disso e nem acredito. Mãe, você tem uma mania de achar que todo mundo é legal e por isso não me entende.

- Pois bem, querendo ou não você vai jantar com ela. E vai trata-la bem.

- Mas mãe... - Diz o Andrew antes de ser interrompido por mim.

- Estou atrapalhando alguma coisa?

Andrew revira os olhos e sai em direção a sala.

- Claro que não fofa. Vamos venham comer. Está na hora, vou colocar a comida na mesa. - Diz ela.

Olho para Andrew e ele esta deitado no sofá.

- Você não vem? - Pergunto.

- Claro que vou, minha linda. - Diz ele com um tom muito irônico.

Eu apenas dou de ombros

Estamos todos sentados na mesa quando sinto falta de alguém. O pai do Andrew.

- E o seu pai? Não vem? - Pergunto eu olhando para Andrew.

- Não, meu pai nunca faz nenhum tipo de refeição com a gente. Na verdade só o vejo as vezes que é no período da noite.- diz ele com os olhos cravados nos meus. - Mais alguma coisa minha linda?

- Por enquanto não. - digo eu dando um risinho.

A Julie nos serve e fechamos os olhos para fazermos uma "oração", mas na verdade eu fico apenas com os olhos fechados pensando em atacar essa comida de uma vez por todas. O cheiro está ótimo.

Quando terminamos de fazer a "oração" começamos a comer e a conversar.

- Onde você morava antes de vim pra cá Ester? - pergunta Julie.

- Morava em Orlando. - Digo eu.

- E você gostava de lá?

- Sim, muito bom. Minha casa ficava à 1 hora da Disney. Então praticamente eu vivia lá. - Digo eu meio risonha.

- Você bem que poderia... É... Namorar meu filho, quer dizer...
- Diz ela toda desastrada. - Se ele quisesse, claro. Quer dizer, deixa pra lá. Esqueçam isso.

Eu apenas dou uma risadinha. Enquanto o Andrew fuzila a mãe apenas com o olhar.

Depois de um tempo ouço uma pergunta...

- E lá, onde você morava, tinha algum amigo? - Fico surpreendida, não pela pergunta, mas por quem fez. Andrew.

- Sim, mas não muitos. - Respondo olhando diretamente nos olhos dele.

- Legal. - Diz ele pondo um fim na conversa.

Ficamos cerca de 10 minutos em silêncio. Até que a Julie o quebra perguntando:

- Vocês aceitam a sobremesa?

- Com certeza. - Respondo eu com toda a empolgação.

Mas ela apenas ri e vai para a cozinha deixando a mim e ao Andrew sozinhos.

- Porque você não gosta de mim?- Pergunto tentando entender o caso dele.

- Porque eu não sou obrigado. - Responde ele rindo.

Eu bufo, pra mim virou mais do que uma missão acabar com o Andrew, virou uma questão de honra ele já esta me tirando do sério.

- AF, você bem que poderia me dar uma chance de tentar mostrar que sou legal. - Digo.

- E o que eu ganho? - Pergunta.

- Bom, se eu conseguir lhe mostrar que sou legal, nos tornamos amigos. E se eu não conseguir, nunca mais cruzo com seu caminho.

- É uma proposta interessante... OK, fechado - Diz ele estendendo o braço para apertar minha mão.

E eu retribuo o aperto, sentindo seu toque macio e que me faz arrepiar. O que bosta é isso que eu estou sentindo? Solto a mão dele.

- Aqui es... - Diz a Julie achando que tinha interrompido uma coisa surpreendente, do tipo um beijo. - Eu volto depois.

- Não, Pode vir, não estávamos fazendo nada, só conversando. Não é mesmo Ester? - Diz o Andrew de um jeito sedutor dando ênfase ao meu nome. De novo essa sensação ridícula.

- Sim, nós estávamos apenas conversando.

Terminamos a sobremesa em silêncio. E levanto-me para ir embora.

- Mas já? - Pergunta Julie

- Sim tenho que estudar para o trabalho.

-Tá bom, espero que você venha aqui outras vezes. - Diz ela.

- Pode deixar que eu virei.- Digo eu, e ao mesmo tempo fico surpresa ao ouvir:

- Pode deixar que eu levo ela até a porta mãe.- Fico surpreendida, mas não é só eu, a Julie também.

- Tá ok - Diz ela com um risinho malicioso.

Estamos na porta quando Andrew se vira e diz:

- É, foi uma boa janta.

- É, foi sim.- Digo

E ficamos em silêncio durante alguns segundos.

- Bom, então até amanhã - Diz o Andrew

- Até. - E fecha a porta atrás de mim.

A casa que eu aluguei fica perto da casa dele. Então vou andando mesmo.

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Ao chegar em casa, largo minha mochila em cima da mesa e vou tomar um banho. Depois de 15 minutos, pego uma camisola qualquer e deito-me .

Fico com uma pergunta na cabeça. Aquela sensação estranha. Nunca tinha sentido aquilo antes. Nenhum outro cara me fez sentir isso que o Andrew fez em apenas um simples e único toque. Não sei, mas não deve ter sido nada importante. Além do mais não posso me apaixonar por ninguém, pelo contrário tenho que acabar com o amor.

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BJS E O PROXIMO CAPÍTULO TA ÓTIMO