Capítulo 17

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O And me acorda às 2:40 da manhã. O que será que houve? Não sei. Desligo o celular e vou trocar-me não tomo nem banho. Estou assustada com a forma que o And falou comigo, ele chorava muito e pela sua voz pude sentir que algo muito grave havia acontecido. Eu nunca havia visto o And chorar, na verdade nunca nem o vi triste. Aquele garoto acaba comigo. Não posso ir de pijama, então coloco um short meio rasgado e uma camisa soltinha com uma frase qualquer em inglês e um chinelo. Pego também minha bolsa da escola, coloco minha roupa e os livros.
Estou pronta então desço para garagem e pego o carro, ligo e dou parida. Essa hora não tem trânsito algum então eu acelero, chego lá em 7 minutos. A casa está toda escura, a única luz que eu vejo é a do quarto do Andrew. A porta está aberta então não preciso chamar pelo And. Subo as escadas correndo e vou para o quarto dele, chego lá e ele esta todo encolhido, como um passarinho recém-nascido que foi mau tratado.

- And! - exclamou entrando em seu quarto.

- Oi - ele fala baixinho, e fica na mesma posição.

- O que aconteceu - digo ajoelhando-me perto de seu rosto. Sua respiração esta acelerada.

- Eu falei Ester, eu falei com minha mãe sobre meu pai.- Ele me fala deixando que mais lágrimas saiam de seus lindos olhos azuis.

- Mas qual o motivo de você estar assim? Todo triste e chorando. - Pergunto acariciando seus cabelos castanho escuro.

- Porque a história vai muito mais além do que eu imaginava, Ester. Minha mãe sabia de tudo, sempre soube.- Ele fala e fecha os olhos esperando que quando possa abrir outra vez aquela dor tenha passado.

- Ela sabia - pergunto abismada. Porque a mãe dele sempre soube e nunca se separou? Eu me pergunto.

- Sim, ela sabia da secretária dele e eu descobri que ele batia nela... - O And se levanta e dá espaço para que eu me sente ao seu lado. Ele continua falando... - Ela se separou dele e chegou até a namorar outro cara. Mas, - And põe o rosto entre as mãos, que estão apoiadas nos joelhos, e choraminga baixinho. Depois de alguns segundos assim ele tira e volta à falar. - Era tarde pois ela já estava grávida de mim.

Estou muito abalada toda essa historia e o And sofrendo muito. Estou sentindo como se fosse em mim.

- Meu amor - Digo o envolvendo em meus braços. - Se não quiser, não precisa continuar falando. Eu já entendi, mas não quero te ver sofren... - Ele me interrompe.

- Não! Eu quero falar sim, se você acha que foi só isso está enganada. Depois que eu e minha mãe terminamos de conversar, ela esperou meu... O covarde do Álvaro, para eles conversarem. Acordei com alguns gritos, ele estava batendo nela, ela chorava e gritava. Então, tirei-o de cima dela, dei alguns socos e chutes nele e mandei que ele fosse embora e que nunca mais voltasse. Ele obedeceu e se foi. Cuidei da minha mãe, ela estava com tanto medo, e foi ai que liguei pra você.

Quando Andrew termina, eu estou completamente sem palavras, não tenho a mínima ideia do que dizer então apenas dou-lhe um beijo. Mas um beijo diferente, confortante, seguro, carinhoso e amigo. Quando nós paramos digo para ele esperar e vou até na cozinha. Pego um pote de Nutella e sorvete.

- Aqui estão uns amigos que te ajudam quando você está na bad. - digo sentando-me na cama e dando-lhe uma colher. Nos ligamos a TV e comemos o pote de sorvete inteiro e quase que toda a Nutella. Está na hora de nós irmos dormir. Enrosco-me no corpo de And e apenas elevo meus pensamentos...

(...)

Acordamos com o barulho do despertador do meu celular. Hoje é dia de irmos pra escola, eu faço de conta que não escuto o despertador, mas And começa e se mexer e sou obrigada à levantar-me.

Estrela NegraOnde histórias criam vida. Descubra agora