Capítulo 10

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Sinto lágrimas percorrerem meu rosto, minha respiração está acelerada e estou ofegante.

- And, sou eu a Ester, você não lembra de mim?  - digo enxugando algumas das lágrimas

- Desculpa acho que você entrou no quarto errado por que não conheço nenhuma Ester não.

- Andrew - toco em seu rosto - Eu te amo

Me a próximo e dou-lhe um beijo. Ele me empurra e eu caio desajeitada no chão. Olho desesperada para ele e não consigo achar os olhos do meu Andrew. Só vejo os olhos negros de raiva misturado com ódio que o tomam.

- Quem você pensa que é pra chegar aqui no quarto e já vir me beijar. Eu não sou tão fácil assim não hein. - ele grita e levanta-se da cama. - Agora vai, sai do meu quarto agora sua garota louca. Você muito biruta mesmo hein, achar que eu sou qualquer um da rua que você chega e beija.

- Andrew, eu sou sua namorada - digo, e ele fica perplexo ao ouvir isso

- SAI DAQUI AGORA, LOUCA. - grita ele comigo.

- And, mas... - ele bate no meu rosto com muita força

E eu acordo assustada, olho para minha frente e And esta lá dormindo com um anjinho. Sinto que algumas lágrimas escorreram de meus olhos enquanto eu tive aquele pesadelo horrível.

Preciso tomar um ar fresco. Saio do quarto vou pelos corredores e chego até a entrada do hospital.

Estou trêmula, lágrimas ainda escorrem pelo meu rosto. Que dor enorme no peito eu estou sentindo. Sento-me em um banco de madeira. Estou sem reação, que pesadelo horrível. Não vou conseguir acabar com o coração de And, não o dele.

- Com licença posso sentar aqui com você? - pergunta uma velhinha

- Claro que pode. - Digo afastando um pouco

- Filha, estou sentindo que você esta triste. - diz ela cravando os olhos nos meus.

- Estou sim e muito. - digo abaixando os olhos.

- O que houve? -  Ela pergunta

- Sofri um acidente com o meu namorado e agora ele esta lá dentro. Todo machucado, em coma. Pode a qualquer momento acordar e não se lembrar de mim. - desabo a chorar. Ela envolve os braços em mim e diz:

- Ah, não fique assim filha, ele vai ficar bem.

- É, todos dizem isso - digo enxugando as lágrimas.

- Eu não sou todos. Escute o que eu vou te falar agora. Quando eu tinha cerca de 18 anos tive minha primeira e única paixão de verdade, seu nome era Luciano. Eu gostava dele e ele de mim. Mas eu me sentia insegura, não queria me apaixonar e depois ele me dar um pé na bunda como tinha acontecido com os meus outros "namorados", decidi que dessa vez seria diferente, eu iria dar um fora nele. Então ele me chamou pra sair e eu decidi que lá eu iria dizer pra ele que não dava mais. Chegamos lá e eu contei tudo pra ele. Tudo o que eu sentia, tudo o que eu achava e quando terminei de falar ele me entregou uma caixinha e saiu chorando. Quando abri a caixinha vi um anel. Foi ai que me arrependi de tudo o que havia falado, pois ele queria algo sério comigo. Não tive reação, fiquei lá parada achei que não deveria ir atrás dele. Dois dias depois recebi a noticia de que ele estava morto, ele se matou por minha causa. A culpa era toda minha, eu deveria ter dado-lhe uma chance. Mas fui tola e descartei a pessoa que hoje poderia esta me fazendo feliz.

- Nossa! - estou totalmente chocada, algumas lágrimas escorrem do meu rosto.

- É filha, então se arrisque. Se houver algum problema afetando sua relação. Dê a cara a tapa, lute contra, só não deixe a pessoa que lhe fará feliz partir. Hoje eu estou aqui, com essa culpa de ter acabado com o coração de quem eu amava.

Aquilo afetou meu coração como se uma faca tivesse sido cravada. Meus pensamentos partiram todos pra And, e passei a me colocar no lugar daquela velhinha, como eu iria conseguir viver após acabar com o coração de And? Será que eu iria acabar como ela? Com uma culpa eterna?

- Senhora Luce.. - fala uma enfermeira bando pra velhinha - Está na hora do seu medicamento, venha vamos.

Antes de se levantar ela chega no meu ouvido e diz:

- Não faça isso com ele. - me da um beijo na testa e sai. Deixando-me com uma enorme dúvida.

Será que ela sabia? Mas como? Já estava começando a delirar. Resolvo voltar para o quarto. And não pode ficar lá sozinho por muito tempo.

- Oi, meu amor voltei tive que sair porque tive um pesadelo. Mas não quero lembrar. - digo sentando-me perto dele. - Você poderia acordar logo né? Ta fazendo falta já! Queria tanto poder conversar com você agora.

Fico lá mais uma vez pensando na velhinha. Será que ela foi coisa da minha mente? Não pode ter sido, parecia muito real. Mas também foi muita coincidência o que ela falou. Tudo se encaixou perfeitamente com o que eu estava passando atualmente. Ter que acabar com o amor que And sente, mas não querer.

Ai, porque eu tive que me apaixonar por esse garoto? Esse garoto lindo, maravilhoso, espetacular e único. Deixo um sorriso de leve me escapar. Deito minha cabeça no ombro dele e durmo.

(...)

Sinto umas cutucadas de leve no meu braço.

- Está na hora de acordar querida. - reconheço a voz mesmo sonolenta

- Bom dia, Julie já esta na hora? - pergunto

- Está sim. Ah, e antes que eu me esqueça a Tiny pediu pra você ligar pra ela. Ela disse que te mandou uma mensagem, mas você não respondeu.

- Tudo bem, obrigada - pego minha bolsa dou um beijo em Andrew e vou para casa. Chego em casa e vejo a mensagem de Tiny

Tiny:

Assim que chegar me liga.

Estou muito cansada, então resolvo que vou dormir e depois ligo para ela.
Tomo banho, troco-me como uma lasanha e vou pra cama.
Antes de dormir penso em Andrew, em como ele é especial pra mim. Como eu o amo. E acabo dormindo sem nem perceber.

Estrela NegraOnde histórias criam vida. Descubra agora