Capítulo 5. QUÍMICA

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Fico surpresa com a atitude dele, percebo que tem um sorriso discreto nos lábios. 

_Espero que saiba o que está fazendo Sr. Depp.

_Já sou bem grandinho, não se preocupe, está segura comigo; a propósito, pode ir parando com esse lance de "Sr. Depp" ok?

_Só Depp? rss

_Só Johnny, a não ser que queira que eu te chame de Dona Anne!

Não me contive e dei uma gargalhada, _Credo! Me senti uma vovó agora.

_Pois é assim que eu me sinto quando você me chama de Sr. Depp.

_Ok Johnny!  Vai demorar muito para chegar na minha casa?

_Não sei...Estou seguindo suas orientações, seguir em frente até não poder mais, não é isso?

_Estava brincando e você sabe disso!

_Ok, então vou dar meu jeito de passar um tempo com você, vou te levar até um lugar deserto. Fala e sorri malicioso.

Eu penso em dar logo um fora nele, mas decido fazer isso com mais delicadeza, não vou dar uma patada nele agora, o clima ia ficar ruim e eu teria que aguentar até chegar em casa.

Me distraio e o carro começa a reduzir a velocidade até parar por completo, estamos na praia.

_Você se incomoda se ficarmos aqui dentro, o lugar não é tão deserto como imaginava, ele diz com um sorriso sem jeito.

_Por mim tudo bem, mas o que estamos fazendo aqui?

_Daqui uma hora o Sol vai nascer, é lindo!

_Ah! Entendi...mas, uma hora de espera?

_É o Sol Anne!

_Você tem razão...

_Anne... me fala sobre você, enquanto esperamos, sua amiga disse que não faz nem uma semana que chegou, por que saiu de seu país?

Ah Kim, eu te mato!

_Bom... eu precisava sair de lá. Precisava de um lugar para recomeçar, o ar de lá estava me sufocando.

_Entendo... o que você fazia lá?

_Sou formada em Psicologia, mas trabalhava do departamento de recursos humanos de uma empresa.

_Uau!  Não se ofenda, mas por que garçonete?

_Não planejei nada disso, estava em casa, a oportunidade apareceu e como eu disse, precisava sair de lá, não importava para onde.

_E...você ainda ama ele?

Olho surpresa para ele... _Hã? Do que você tá falando?

_Me desculpa, mas parece que alguém te machucou muito, que bom que você conseguiu fugir e que bom que veio parar aqui.

Olho nervosa para baixo, estava a uns dias sem pensar naquele maldito, sinto meu coração apertado, como fugir de uma dor que está dentro de mim?

_Anne! Tá tudo bem?

_Claro que sim! Chega de falar de mim ok? Por que você está aqui, comigo a essa hora? Deveria estar em casa com sua esposa!

_Talvez! Mas estou onde quero é com quem eu quero, isso é o certo.

_É sério? E ela concorda com isso?

_Anne, não devo explicações a ela, nem fidelidade, já que você insiste em me cobrar isso...não estou traindo ninguém, estou esperando o sol nascer acompanhado de uma amiga.

UM CONTO SEM FADASOnde histórias criam vida. Descubra agora