CAPÍTULO 23. TEREMOS CASAMENTO?

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_Filha...Você tem uma família, um emprego, um noivo e um casamento a esperando. Espero que tenha se divertido com seu amigo, mas isso tem que acabar agora.

_O senhor vai ter que me desculpar, Johnny fala calmamente..._Mas em nenhum momento ouvi nenhum de vocês perguntarem o que ela realmente deseja, querem que ela se case com um homem que a traiu com a irmã dela? Só eu percebo como é absurdo? A propósito, não somos amigos, somos namorados...Anne é uma mulher adulta, adorável, forte, linda... Ela pode ter quem quiser ao lado dela, porque voltaria para esse traidor?

Denis se levanta e estufa o peito. _Quem você pensa que é? Só porque é famoso se acha melhor que nós?

_Sente-se agora!! Meu pai fala e Denis o obedece como um cachorro.

_Senhor Johnny! Sei que conheceu minha filha em uma situação lastimável, trabalhando em uma boate, mas ela não é para o seu bico, ela nunca percebeu o próprio valor.
Anne leva o nome de minha família e eu não o quero estampado em revistas de fofocas, que é onde gente como o senhor costuma aparecer.

_Se o problema for esse, eu dou o meu nome a ela, Johnny fala visivelmente irritado.

Novamente minha mãe se manifesta...
_Anne, nós somos sua família, nós precisamos de você.

Meu pai parece irritado com o que ela disse...

_Precisam de mim? Precisam de mim para que?

_Casem eles dois! digo lançando meu olhar para a maldita da minha irmã, _você sempre quis o Denis a frente da empresa pai, essazinha aí vai adorar desfilar como esposa do presidente.
Me deixem em paz por favor, eu amo você pai e você mãe, mas eu escolho meu caminho. Eu estou feliz!

_Trabalhando de secretária minha filha? Para ele? Você não precisa disso!

Minha mãe perde a calma, bate as duas mãos na mesa e se levanta gritando...

_POR QUE NÃO CONTAM LOGO A VERDADE PARA ELA?
NÃO PERCEBEM O TEMPO QUE ESTAMOS PERDENDO?

Todos olham para ela e logo em seguida para mim...

_Que verdade? Pergunto olhando para o meu pai.
Ele está visivelmente decepcionado coma atitude de minha mãe.

_Anne, venha comigo ao escritório.

Olho para o Johnny que acente com a cabeça.
_Qualquer coisa grita, ele fala e pisca para mim.

Caminho atrás  de meu pai até o escritório.

_Anne, sente-se que a história é longa!
Me deixe contar até o fim, depois pode surtar e fazer o que achar melhor.

_É tão ruim assim?

_Anne, o seu casamento com Denis foi arranjado! Vocês já estavam apaixonados quando fiz o arranjo, logo não teria que se sacrificar por nada, até aquele imbecil dormir com sua irmã. Tudo que temos, absolutamente tudo... É seu!
Quando me casei com sua mãe biológica, fizemos um acordo pré nupcial, eu não tenho direito a nada...
Você é a única herdeira dela.
A empresa passou por dificuldades a alguns anos, o Pai de Denis me ofereceu ajuda, mas em troca queria unir as fortunas com a união de vocês. Ele colocou muito dinheiro na empresa, nós tínhamos um nome de respeito e deu tudo certo, mas a dívida so será paga através do casemento. Se ele não acontecer... Grande parte de nossas ações será dada em pagamento.
Sua mãe e sua irmã não podem fazer nada... Eu não posso fazer nada!
Estamos nas suas mãos!
Denis precisa de você, você além de herdeira, é inteligente, tem um diploma, se as pessoas souberem o que ele aprontou, nunca conseguira um esposa com estátus e você sabe que no nosso mundo isso pode ser a desgraça de alguém.

Estou pasma com tudo que ouvi... _Por que todos sabiam disso? Por que mentiu para mim?

_Era só uma mentirinha filha, mas como toda mentirinha, ela acabou crescendo e nos devorando. Você pode ir... Precisa digerir tudo!
Me ligue amanhã, precisamos conversar sobre isso.

Eu não tive ânimo para perguntar mais nada, saí do escritório e passei pela sala indo em direção à saída.

_Anne! Johnny alcança meu braço. Está tudo bem?

Eu o encaro... _Não! Não está nada bem! Vamos embora daqui.

Saímos sem nos despedir de ninguém, já no elevador, Johnny levanta meu queixo e me olha como se tentasse  decifrar minhas emoções.

_Amor, é muito ruim?

_Sim! Posso dormir na sua casa hoje? Digo chorosa.

_Claro que sim! Ele diz colocando minha cabeça contra seu peito e me abraçando.

Johnny dirige em silêncio, sempre que o carro para em algum farol ele me observa preocupado, eu tento manter calma, mas uma ou outra lágrima escapa e róla pelo meu rosto.

Entramos na casa, eu ainda aninhada em seus braços, vamos direto para o quarto dele, eu sento na cama e ele vai para o banheiro, ouço as torneiras da banheira serem abertas.

Ele volta e se ajoelha na minha frente...
_Você quer me contar?

_Faço que sim com a cabeça...

_Então vem...

Ele me leva ao banheiro, tira minha blusa, depois minha calça, ele para e me observa... Tira a própria roupa, depois tira minha langerie e me ajuda a entrar na banheira, se enrola em uma toalha e sai do banheiro, volta do com um vinho e duas taças.

Me serve uma e entra na banheira se sentando atrás de mim com a taça dele, eu repouso minha cabeça no peito dele.

_Quando você quiser começar...

_Johnny!

_Sim...

_Você consegue perceber no que se meteu? O quanto eu sou complicada?

_Meu amor, depois de conhecer sua família, admiro você ainda mais... Você é muito "pé no chão" nunca iria imaginar que você tivesse grana, fico feliz que você não seja como eles, com todo respeito à sua família.

_Johnny... Eu tinha uma outra mãe!

_Como assim?

_Uma mãe biológica, o nome que meu pai tanto tem medo de manchar, nem é dele... Eles precisam de mim, por que eles não tem nada, é tudo meu.
Eu não sabia disso, ele nunca foi de falar dela, só dizia que era linda que teria orgulho de mim... Coisas genéricas. Eles estão com medo de perder.o que tem...

Contei toda história ao Johnny, do arranjo do casamento, da herança...

_E o que você vai fazer? Afinal é sua herança...

_Não sei, talvez eu deva me casar com o Denis...

UM CONTO SEM FADASOnde histórias criam vida. Descubra agora