Epilogo

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-Então, basicamente, ele perseguiu-te?

-Sim. Um stalker nato. Cheguei a ter medo.

-Que cena marada. Como é que isso acabou?

Ri-me um pouco. Harry entra na sala e senta-se na poltrona em frente ao sofá onde eu me encontro.

-Se tivesse acabado eu não estaria aqui. Nem eu nem tu.

Harry sorri mostrando as suas covinhas mais antigas que o universo.

-Sabes o que dizem, água mole em pedra dura tanto bate até que fura. - disse a olhar para Harry.

-Olha, para já não foi nada disso que aconteceu! Eu nunca te persegui sim? - ele perguntar com o tom de voz elevado apesar de eu saber que ele não está realmente chateado.

-Perseguiste sim! - respondi a fingir-me de ofendida.

-Olha Felicity eu vou-te explicar exatamente o que aconteceu. - disse Harry virado para a adolescente sentada ao meu lado.

-Sou toda ouvidos pai.

- Entao tudo aconteceu numa bela tarde de verao... - Harry comecou a falar e tanto eu como Felicity olhamos para ele com o sobrolho franzido. Eu sabia que ele iria virar a nossa historia a favor dele, mas nunca pensei que a tornasse demasiado "conto de fadas".

- Mae? –Felicity olhou para mim. – Acho que vou apenas ouvir a tua parte da historia.

- Esta bem. Um homem ja nao pode ser romantico que reclamam logo, mas depois quando nao o é ficam chateadas porque nao sabemos trazer flores a casa. –Harry balbuciou para ele mesmo, fazendo-me sorrir.

- Vamos papa, conta a tua versao. Estou ansiosa para a ouvir. – encorajei-o a falar.

Harry sorriu-me e deu-me a mao antes de comecar.

- Para comecar, posso ter sido zero virgula nove por cento stalker. – sorri presuncosamente, so me estava a dar razao. – Mas eu tinha os meus motivos. A tua mae tinha um iman para homens idiotas mais apurado que eu alguma vez vi. – olhou para Felicity que se riu.

- Querida para de olhar assim para mim, sabes que é verdade. – inclinou a cabeca e sorriu-me.

- Como queiras.

- Onde eu ia...? Oh, sim. O iman dos idiotas. Entao depois do filme que eu e a tua mae fizemos, a loucura chegou à terra, literalmente. Onde quer que a tua mae fosse, filas de toda a qualidade de idiotas chapados iam atras dela, convidavam-na para sair, para contracenar em filmes muito improprios...

- Isso é mentira! A unica proposta mais indecente que eu recebi foi para contracenar num unico episodio do American Horror Story com o Evan! E do qual... - olhei para a nossa filha que se estava verdadeiramente a divertir com isto – Eu tinha que o beijar. So, beijar.

- So beijar! Nao... nao era so beijar.

- Harold! Calado. –outra vez esta historia.

- Mas é a minha vez de contar! –reclamou como uma pequena crianca de cinco anos a quem nao querem dar o seu doce favorito. Apesar de ja terem passado vinte anos e ele ser um homem crescido de quarenta e um anos, casado e pai, continua com o seu espirito infantil.

- Estas a destorcer tudo. Sabes melhor do que ninguém porque é que eu depois nao fiquei com o trabalho, Harold!

Ele fez-me um dos seus sorrisos inocentes.

- Podia acontecer a qualquer um. –conspirou e eu resmunguei.

- Estao-me a perder aqui. –Felicity chamou-nos a sua atencao. –O que é que o pai fez para nao ficares com o papel?

Blessed- TerminadaOnde histórias criam vida. Descubra agora