Precisava conversar com Alice. Mas, confesso, tive medo. Medo de ouvir sua voz e mudar de ideia, medo de não conseguir falar tudo que precisava, medo de esquecer algo. E, quando a olhei dormindo serena, com um meio sorriso nos seus lábios rosados, seus cabelos bagunçados... não consegui acorda-la.
O hotel deixara disponível aos hóspedes algumas canetas e um bloco de papel com folhas de tamanho médio. Voltei ao lado da cama e procurei no criado mudo. Peguei com cuidado e fechei a gaveta. Olhei para trás e Alice ainda estava dormindo. Soltei o ar lentamente, com medo dela acordar até com o som do meu suspiro pesado. Vesti minha camisa e minha bermuda. Sentei na mesa que tinha na varanda e coloquei os papéis e a caneta em minha frente. Não liguei a luz, mas também não precisei, pois o sol já estava raiando.
Permaneci olhando para a folha em branco por alguns minutos.
Tomei a caneta em mãos e a levei até o início da primeira linha da folha. Respirei fundo e tomei cuidado ao começar a escrever. Mas comecei. Do jeito mais clichê que se pode começar uma carta de despedida:
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Gravidade
Teen FictionLucas nunca se afogou enquanto surfava, mas, por ironia do destino, estava se afogando cada vez mais na tristeza. Depois do amor da sua vida lhe deixar, sua vida estava totalmente mudada. Mas ele percebeu que nada mudaria se ele não começasse a tent...