Capítulo 21 (André)

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― Não me olha com essa cara, Melissa. Não me importa quem é o pai, eu só quero saber de quanto tempo você está.

― Quase quatro meses. ― Melissa permanece de olhos baixos quando me responde.

― Você quer o dinheiro para tirar essa criança?

― Claro que não, André! ― finalmente ela me olha e recebo um olhar de incredulidade. ― Você me conhece muito bem para saber que eu jamais seria capaz de fazer uma coisa dessa.

― Quando estávamos juntos por diversas vezes te disse que queria filhos com você e Melissa, você sempre disse que só depois que nos casássemos, que somos novos, que tínhamos muito tempo pela frente para pensar em filhos.

― Não foi planejado, eu não decidi engravidar, foi um descuido na minha parte.

― O pai ao menos sabe dessa criança e vai assumir a responsabilidade? ― digo nervoso, sinto meu rosto queimar. A Melissa que eu conheço jamais se descuidaria dessa forma.

― Sim ― diz recolhendo os ombros e sinto Melissa se encolher no banco do passageiro do meu carro.

― Não consigo acreditar nesse acidente, Melissa. A minha Melissa nunca se descuidou em nenhum sentindo, principalmente estando na cama de alguém.

― Você está me ofendendo, André. Não sai por ai dormindo com todo homem que cruza a minha frente quando terminamos, depois de você eu tive apenas uma pessoa na minha vida, e esse descuido acredite você ou não aconteceu porque eu fiquei doente e esqueci que o antibiótico corta o efeito do anticoncepcional ― diz ofendida.

― Me desculpa. Mas, quando você foi ao banheiro e Angelita disse que era uma pena você estar grávida, pois, seria uma ótima modelo para a campanha dela, fiquei em choque. Não consegui desgrudar os olhos da porta do banheiro esperando você sair e só então consegui reparara pequena saliência da sua barriga no vestido.

― André.

― Era para eu ser o pai dessa criança ― desabafo a encarando e Melissa aperta os olhos e fecha seu semblante.

― Eu também sempre te vi como pai dos meus filhos, André. Sempre sonhei com uma vida liga a sua, mas você mudou, deixou de ser o André que eu conheci.

― Reconheço que deixei a minha mãe me envenenar, Melissa. Mas...

― Mas está um pouco tarde de mais para esse tipo de arrependimento, André. Nossas vidas foram por caminhos diferentes. Eu vou entender se não quiser mais me emprestar o dinheiro...

― Não fujo da minha palavra, Melissa. Você sabe disso. Chego sábado de viajem e na segunda te pego as onze no seu trabalho para irmos ao banco.

― Obrigado, André. ― ela me olha e sinto meu coração em pedaços. Melissa solta um sorriso pequeno e desce e a observo se afastar.

Quando Melissa e eu terminamos, o dia que eu sai desse prédio pensei que nunca fosse conseguir ligar meu carro, novamente me encontro com o mesmo sentimento dentro de mim, contudo agora é dez vez pior.

Me apaixonei por Melissa a primeira vista, assim que coloquei meus olhos nela na boate eu soube que ela havia sido feita para mim. A forma que ela levantava os cabelos e mexia o quadril da pista de dança me enlouqueceu, assim que eu soube que ela não tem mais família meu instinto de cuidar e proteger ela aumentou mais ainda, porém me perdi em algum momento, acredito que foi quando passamos o ano novo em Londres e briguei com o cara no bar por ter tocado a cintura puxando-a para si.

8º Andar (Quando o amor fala mais alto)Onde histórias criam vida. Descubra agora