8 - Malditos Drones

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Levei vários minutos contando minuciosamente toda a história. Jason permaneceu calado o tempo todo, e várias vezes me perguntei se ele ainda estava na linha ou se tinha me deixado falando só como punição. No entanto, não perguntei se ele ainda estava lá nenhuma vez; continuei meu relato e não o terminaria se ele fosse interrompido.

Quando terminei de falar, fiquei esperando qualquer reação sonora de Jason por alguns momentos. Depois de muito silêncio, realmente comecei a achar que tinha sido largada no telefone.

-Hã... Jay?

-Uau... - murmurou - Isso é... muito chocante.

-Chocante que eu tenha escondido isso de você?

-Não, a história toda. Caramba, Tony estava morrendo! Tá, talvez eu devesse estar chateado por esconder isso, mas ele é seu pai. Ele pediu pra você guardar segredo, e se só você sabia disso, era uma coisa muito séria pra ficar se espalhando por aí. Claro, também tem o lance da organização secreta que deu essa injeção milagrosa, ajudou para que vocês pudessem trabalhar e salvar a vida dele. Um segredo acorrentado no outro, uma bola de neve, só pra esconder um segredo do seu pai.

-Então não está zangado?

-Não, baixinha, não estou.

-Você é a pessoa mais maravilhosa do mundo - suspirei, mais calma.

-Sabe que eu não fico realmente bravo com você.

-Deixe-me lembrar de Mônaco...

-Não, não deixo - riu - Pra falar a verdade, estou preocupado com você. Vanko pode estar em qualquer lugar e ameaçou vir te pegar. E pelo que você me contou, essa tal de Shield não sabe de nada, e sendo assim, não vai ajudar.

-Sim, eu sei. Mas vou estar com a Natasha. Na primeira oportunidade vou contar a ela. Vou ficar bem - afirmei, mesmo sem ter certeza se era verdade.

-É, super bem. No meio da confusão. De novo.

-Acho que é onde eu tenho que estar.

-Tenho medo do que pode te acontecer.

-Eu também.

Alguns momentos de silêncio se passaram. O céu já não tinha luz, e eu não podia me atrasar.

-Tenho que ir, Jason.

-Não morra.

-Vou tentar.

Peguei minha malinha com as poucas coisas que precisaria na viagem e desci para a oficina pra falar com Tony, que tinha uma aparência saudável. Sem marcas negras, sem fraqueza, apenas Tony.

-Você parece bem.

-E estou. Deu certo, conseguimos.

Revirei os olhos, já que eu não tinha feito quase nada e Tony conseguiria fazer aquilo sozinho, eu tenho certeza. Não adiantava discutir aquilo agora.

-Está na hora - informei - Já estou saindo.

Ele assentiu, desconfortável.

-Me avise quando chegar lá.

-Tudo bem. Tchau, então.

-Tchau.

E permaneci no mesmo lugar, incapaz de me virar e sair. Observei cada aspecto de Tony; cada fio de cabelo; cada traço da sua barba; e os olhos, que apresentavam o mesmo medo disfarçado que os meus. Corri e o abracei forte.

Pequena StarkOnde histórias criam vida. Descubra agora