9 - Feliz Aniversário

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De volta à rotina escolar passei alguns meses difíceis. Tanta coisa tinha acontecido que eu estava completamente perdida nas matérias, afinal, quem liga pra estudo quando seu pai tá morrendo e tem um sujeito tentando matá-lo e mandar você para um lugar nada legal? Não imagino mais alguém além de mim nessa situação, mas se houvesse, essa pessoa não ia ficar em casa estudando matemática. Mesmo que esteja se aproximando das provas finais.

Amber e Jason estava me ajudando a estudar tudo o que tinha perdido, e ela vinha sempre com a frase "se estudar e passar, fica de férias mais cedo". Sim, ela me convencia, porque "férias" significava "meu aniversário". Nunca tinha tido festas porque eu fazia no início de agosto, e nessa época muitos dos meus colegas estavam curtindo as férias de verão em outro lugar. Jason sempre estava comigo, porque o aniversário dele era no início de julho, e acabávamos não comemorando nossas datas juntos.

Mas eu duvidava que dessa vez Tony fosse deixar eu passar essa data sem fazer algo exorbitante. E deixar Tony fazer algo no meu aniversário não era uma ideia ruim.

Eu precisava de uma festinha depois daqueles atentados à nossa vida e tudo o que estava passando no colégio. E como tudo o que eu mais queria era uma festa pra relaxar, nosso baile de primavera tinha sido cancelado. Pelo que eu soube, o comitê de organização não checou se o ginásio estaria livre na data. E, bem, ele não estava. Campeonato de basquete, torneio de xadrez e feira de ciências tomariam toda a estação, e o baile dançou nessa história.

Fui obrigada a resistir às provas e trabalhos finais, até que enfim passei. Já para Meg, sortuda... Tinha sido bem mais fácil pra ela que estava um ano atrás de nós, além dela ser mais inteligente que nós três juntos. Ela que aguardasse o próximo ano e se divertisse nele, já que a irmã e eu estávamos pedindo socorro.

O aniversário de Jason se aproximou e nós não sabíamos o que fazer. Elas, porque contavam comigo para algo inteligente já que conhecia ele melhor que qualquer outra pessoa. Eu, porque não fazíamos algo com mais alguém. Era sempre eu, ele e os pais deles no máximo. Incluir mais duas garotas não fazia parte do plano.

Chamei as duas para passar uma noite em casa para decidir o que fazer, mas acabamos só comendo besteiras e falando de coisas inúteis. Noite das garotas.

-Eu não entendo! Como vocês podem ser tão diferentes fisicamente? - pergunto, mordendo um hambúrguer. Amber riu e borrou o esmalte que passava.

-E essa nem é minha cor de cabelo - comentou.

-Então você é loira também?

-Ruiva - respondeu Margareth.

-Você é ruiva e pintou o cabelo? - questionei - É como ganhar um milhão de dólares e jogar no lixo.

-Foi o que eu disse pra ela! - confirmou a loira.

-Vocês são duas chatas! Ruivo não combina com meus olhos azuis - defendeu-se Amber.

-Deixa de ser maluca, Amber. Não importa a cor dos seus olhos. Você tem a combinação mais desejada da genética e tá renegando - disse Meg - Quando ficar velha e de cabelo branco, vai ficar pintando aí. Isso se seu cabelo já não tiver caído com tanta química que tem nele.

-Tá bem! - gritou Amber, com os dedos todos sujos de esmalte roxo - Vou voltar pro ruivo. Satisfeitas? Chatas.

-Pra falar a verdade, ela só pintou o cabelo por causa de Timoty Shaw.

-A estrela do time de futebol? - perguntei, vendo Amber corar.

-Esse mesmo. Ele gosta de cabelo escuro.

Pequena StarkOnde histórias criam vida. Descubra agora