13 - Liberdade

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Acordei com dor na costa, cabelo bagunçado igual um ninho de ratos e com sol batendo na minha cara; mas aquele sorriso travado no meu rosto não tinha a ver com nada disso, mas sim com o homem que estava deitado do meu lado. Rolei na cama e olhei Steve, coberto com o lençol até a cintura, deixando o peito nu. Uma pele tão clara quanto a minha, mas era uma pena que eu tivesse perdido o controle e deixado algumas marcas roxas no pescoço dele.

Me levantei ainda sem roupas e entrei no chuveiro, e na saída me enrolei em um roupão. Como nada na minha vida era tão fácil, o roupão era muito grande pra mim, tanto em largura quanto em comprimento, me fazendo tropeçar duas vezes antes de conseguir chegar na porta do banheiro.

É claro que não havia um tamanho menor pra mim, e a única coisa que eu tinha ali era o meu vestido - e eu não ia usar aquela coisa até ir embora. Avaliei minhas opções e cheguei na resposta mais óbvia: vou usar a camisa do Steve, que pelo menos não bate no meu pé. As mangas ficaram compridas nos meus braços, mas eu podia puxar pra cima e estava tudo bem, porque a roupa era de alguém com muito mais massa muscular que eu.

Pedi uma porção de coisas de café da manhã porque minha fome estava monstra. E daí que era mais de onze da manhã? Eu queria comer panquecas, e esperava que o cheiro acordasse Steve, que continuava totalmente apagado. A comida chegou e encheu o quarto com aquele cheirinho doce de panqueca com mel, e eu, malvada que sou, abri a janela pro vento jogar aquele perfume açucarado em cima da cama. E funcionou, ele acordou.

Ele passou a mão no cabelo, esfregou o rosto e se sentou igual uma criança, com a cara de sono e o cabelo bagunçado.

-Bom dia - saudei.

-Bom dia - sorriu.

Peguei um prato com panquecas e um garfo, e sentei na beirada da cama, ao lado dele.

-Com fome? - e ofereci um pedaço no garfo, o qual ele prontamente comeu, é claro, sujando o canto da boca porque era pedir demais pra ele acertar o objeto sem se melecar de mel.

Steven Rogers com o canto da boca sujo de mel, nu na mesma cama que eu. Era a receita para pensamentos maliciosos. Aquele homem era o verdadeiro pedaço do mau caminho. Não, do bom caminho. Aliás, ele era o bom caminho inteiro!

E acho que passei tempo demais de boca aberta admirando a cena, mas não perdi a deixa e o beijei pra tirar o líquido do rosto.

Apesar de não querer, parti o beijo.

-Algo errado? - perguntou.

-Se continuarmos com isso, vamos repetir a noite passada. Não que eu não tenha gostado, eu gostei! - acrescentei rápido quando vi o rosto confuso dele - Mas não quero que tenha uma impressão errada de mim. Acho que as garotas da sua época não eram assim.

-Não me importa. A garota que eu gosto não é da minha época. A única coisa que penso de você é que não havia ninguém melhor pra me trazer de volta pro mundo. E eu também gostei da noite passada.

Sorri e ficamos um tempo em silêncio.

-Quando você me ofereceu a chance de ficar... O que realmente tava pensando?

Ele ponderou e sorriu, culpado.

-Vi isso em um filme.

-Ora seu... - dei um tapa na cabeça dele, rindo com o que ele tinha feito - Não ensinei a mexer no Netflix pra ver esse tipo de coisa.

-Não me julgue, deu certo. Não me arrependo, e acho que você também não.

-Nem um pouco. Podemos comer?

-Assim que eu me vestir.

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Depois de comer, eu vesti minhas roupas e desci pra pegar o carro e ir embora. Minha imagem perto da de Steve devia ser realmente muito interessante pra todo mundo no nosso caminho: descabelada e com o sapato na mão, acompanhada de Steve que usava roupas normais - mas em compensação eu fui embora e ele teve que voltar com um escudo despedaçado pro quarto.

Pequena StarkOnde histórias criam vida. Descubra agora