Thirty-Six [PENÚLTIMO]

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(LEIAM A NOTA IMPORTANTE NO FINAL PLS)

Kat P.O.V



Quis chorar.


 Chorar por aquilo que tinha dito. Chorar por aquilo que tinha pensado em dizer. E chorar especialmente por tudo aquilo que nunca disse.

 Quero chorar. Agora sozinha, com todos os meus amigos a dormirem em sacos de cama ao pé de mim, sem poder fazer um único barulho. 

Quero chorar porque te quero, quero chorar porque te tive e quero chorar porque te deixei ir.

Tantas razões para chorar e nenhuma me permite deitar tudo cá para fora. 

Levantei-me e fui para a cozinha. Ali podia chorar.

Sentei-me no chão. Pensei em todas as vezes que discutimos, todas as vezes que chorei nesta cozinha sozinha, quando podia estar com os meus amigos, eles estavam sempre por perto.

 Lembrei-me do dia em que nos beijamos no jogo de verdade ou consequência. Lembrei-me do como me senti quando ele chegou ao ginásio e me beijou. Quando decidimos que queríamos algo. Das inúmeras vezes que me pediu que desse uma oportunidade aos sentimentos que tínhamos.

 Mas de todas as vezes. Uma zanga que era reparada com choros e gritos, declarações e promessas de amor eterno. Promessas de que ficaríamos sempre juntos. Mas uma promessa quebrada por um medo. 

Chorei, deitei tudo cá para fora. Não aguentava mais.

Todo aquele amor que sentia, trazia tanto sofrimento, uma dor horrível, uma dependência. 

Mensagem para: Liam.
Vêm a cozinha, por favor.
[03:15]

Enviada.


Sou dependente dele. Quando estou mal é nele que me apoio. Quando discutimos, é ele que em consola. 

Está tudo tão mal. Tudo tão errado. Tudo tão incerto. 

Porquê? 

Porque é que isto me afeta tanto. Porque é que um amor, uma pessoa, me consegue destruir tanto. Porque é que me deixo passar por isto e porque é que quero desistir de tudo.

Levantei-me e fui em direção à varanda. 

Agachei-me e agarrei as mãos com força ao gradeamento. Solucei.

Todos os meus problemas me envolveram.


Os meus pais, o meu irmão, o boxe, a escola, o Niall, o Liam.


Senti o vento a embater-me na pele e arrepiei-me. O fraco, choque térmico que senti fez-me acalmar. 

Ouvi a porta a abrir a trás de mim. Sabia que era ele pelo som calmo da sua respiração, pelo andar pesado.

Vi a figura sentar-se ao meu lado. Não quis dizer nada. 

Ficamos e silencio. Encostei-me ao seu ombro.

- O amor é uma merda. 

- Eu e a Danielle não andamos. - Senti o meu coração acelerar. 

A minha respiração ficou alterada, mas não me mexi. 

- Nós tentamos. - Fez uma pausa e olhou para os prédios iluminados pelas luzes da rua à nossa frente. - Eu tentei. Fui egoísta e quis tentar esquecer-te, utilizando outra pessoa. O que não é correto, para nenhuma de vocês. 

She's not afraid  // l. p. Where stories live. Discover now