Especial: O novo reinado de Samyra

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Samyra assistiu ao duelo de Marcelo com bastante aflição: o surgimento de um novo portal, a fusão entre as duas mulheres, a explosão quando o anel foi partido... Aquilo era o prenúncio de algo muito ruim. Ela olhou para Natália para certificar-se que a curandeira estava bem. A bruxa que a estava atacando virou cinzas com um golpe da lança de Samyra, mas Natália ainda respirava com dificuldade.

– Ela estava me sufocando – a garota disse finalmente. - Aquela feiticeira. Ela emanava uma energia negra que subia até o meu pescoço, me deixando sem ar. Mas eu já estou bem. – Ela apontou para Marcelo, desacordado. – Você precisa ajuda-lo.

– Eu farei isso. Se você sentir qualquer coisa, me chame.

A rainha correu até o garoto e ajoelhou-se ao seu lado. Ela colocou a mão no peito de Marcelo para averiguar as batidas do coração. Ele ainda está vivo! O próximo passo foi tentar acordá-lo de maneira suave, tocando em seu ombro, balançando-o de um lado ao outro. Nada fazia Marcelo acordar; ele estava inconsciente. Samyra iria ficar mais tempo ali, tentando qualquer coisa para ver se o menino reagia, se não visse um mago magrelo escorregando nos degraus e caindo no chão com um tombo. Atrás dele, Zeca pisava lentamente na pequena escadaria entre o portão principal do castelo e a área aberta onde a batalha ocorrera.

– O que essas escadas estão fazendo aqui? – Luc perguntou ao se levantar. – Venha, Zecus, eu o ajudarei a descer esses degraus traiçoeiros.

– Eu já disse, meu nome é Zeca... Por que você insiste em me chamar diferente? – O manipulador tinha a voz calma, apesar de estar aborrecido, e aceitou a ajuda do magrelo.

– Quem se chama Zeca? Zeca não é nome, eu nunca vi uma pessoa se chamando assim. O seu nome deveria ser Zecus, esse sim é legal. A partir de hoje, você se chamará Zecus.

Nem Samyra conseguiu segurar o riso ao escutar o diálogo dos dois. Ela foi ao encontro deles e segurou o braço esquerdo de Zeca, já que provavelmente o mago iria acabar derrubando o rapaz.

– Deixe que eu ajudo – ela anunciou.

– Muito obrigado, senhorita, mas não posso aceitar o auxílio de uma pessoa desconhecida. Sabe, existem muitos perigos aqui perto e você pode ser uma feiticeira disfarçada. Afaste-se ou eu terei que ataca-la com meu capuz!

– Você não está reconhecendo Samyra? – Dessa vez foi Zeca que falou. Ele reconheceu a voz da rainha, mas se fosse vê-la, realmente estaria tão confuso quanto o pobre mago. Samyra possuía os cabelos negros, lisos e volumosos, os olhos eram de um verde vivo e o rosto, afinalado. Ela deu uma risadinha.

– O feitiço da bruxa se desfez e agora vocês podem ver minha verdadeira aparência. Não precisa se preocupar, destemido mago. – Samyra deu uma pausa e conduziu os dois aliados até Marcelo. – Eu estou precisando de ajuda, Marcelo desmaiou depois da batalha.

Luc deu um grito de susto e levantou as mãos, alarmado. Em seguida, começou a gritar no ouvido de Marcelo, pedindo para que ele permanecesse calmo e não ficasse preso em um mundo sinistro que poderia ser criado na sua própria mente.

– Essas coisas de pesadelo, elas podem ser fatais. Caso veja um unicórnio branco em sua mente, corra! Unicórnios nunca são bons. – O mago puxou o seu capuz e começou a fazer movimentos circulares sobre o mesmo. – O mago Crispim me deu algumas coisas para usar durante a batalha. Pena que eu fiquei lá dentro com Zecus e esqueci que existia uma luta mortal aqui fora. Bem, achei alguma coisa.

Ele começou a fazer caretas enquanto puxava um objeto branco de dentro do capuz. Ele tinha o formato de uma esfera, mas bastante grande e ovalada. Só então Samyra percebeu que a esfera era um ovo gigante. O mago coçou a cabeça, tentando lembrar para que ele usaria um ovo. Até que virou-se para o manipulador.

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