Capítulo 22 - Uma equipe renovada

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Eu acordei meio grogue. Estava dentro de um quarto de paredes brancas, com uma intensa luz branca ofuscando minha vista e um saco de soro injetando algum medicamente na veia. O meu pai dormia em uma poltrona que ficava ao lado do armário com minhas coisas. Ele percebeu a minha inquietação e abriu os olhos, cheio de alegria.

– Filhão! – O homem se levantou e me apertou. – Você precisa parar de dar susto ao velho aqui. Um dia eu não vou aguentar.

– Pai, onde eu estou?

– Na Escola de Guardiões. Eles têm uma ala de enfermaria. – Meu pai possuía profundas olheiras e eu vi dezenas de copinhos de café no lixo. – Eles ligaram para mim assim que você voltou da missão.

– Estou aqui há quanto tempo?

– Dois dias.

Eu cocei a cabeça. Ainda existia um hematoma, mas não acredito que foi por causa dele que eu passei tanto tempo desacordado. Quando o anel explodiu, uma força descomunal passar por dentro do meu corpo. Era como se cada parte de mim fosse atraído por aquela energia e ao mesmo tempo soubesse que era perigosa. Eu me lembro de ver o mundo girar antes de bater a cabeça em alguma coisa. Pensei em perguntar mais ao meu pai, entretanto alguém bateu à porta.

– Com licença, Paulo. – A voz de Natália era baixinha, quase um sussurro. Ela abriu a porta lentamente para que eu não me acordasse. Atrás dela, Jorge carregava uma bandeja com um café-da-manhã para meu pai. Ele tinha o braço engessado e os dois quase surtaram ao me verem sentado. – Marcelo! Finalmente você acordou!

Desde quando Natália era tão forte assim? O abraço dela quase me sufocou! Eu tive que bater três vezes na cama para indicar que estava rendido antes que ela me soltasse do abraço. Depois foi a vez de Jorge, que mesmo com o braço engessado, conseguiu apertar a minha garganta e dar cascudos na minha cabeça.

– Calma, galera, eu nem passei tanto tempo assim dormindo.

– Cara, você quase nos matou de preocupação. – O bárbaro deixara a bandeja em cima do armário antes de se aproximar. – Nós já contamos ao seu pai como você destruiu tudo lá.

Aquele comentário me deixou inquieto. Será que eles contaram ao meu pai sobre Margarida? Que era casado com uma feiticeira? E que essa feiticeira tinha uma parte má querendo dominar a Terra? Eu olhei para Natália, pedindo socorro, e ela pareceu captar o meu pensamento, pois comentou:

– Lógico que os principais detalhes da batalha nós deixaremos para você falar depois a Paulo. Não é mesmo, Jorge? – Ela cutucou o amigo.

– Claro! Nem precisa se preocupar com isso. Falamos só o que foi mais legal.

Eu quis saber tudo o que havia perdido durante aqueles dias. Eles falaram que Samyra tinha conseguido recuperar a sua aparência e que resolveu ficar no reino para arrumar tudo que a feiticeira negra bagunçou. A equipe 8 estava bem; eles tiveram que passar um tempo na enfermaria, mas os médicos da escola tinham seus próprios mecanismos para curar os ferimentos de batalha. Só não conseguiram fazer Lúcia parar de falar porque isso já seria um milagre.

– E o que aconteceu com Zeca? – Eu quis saber, finalmente.

Os meus dois aliados entreolharam-se. Eu percebi que a notícia não seria boa; eu tinha tocado em um assunto delicado. Natália segurou a minha mão sem soro e olhou diretamente para mim.

– O ferimento nos olhos de Zeca já estava cicatrizado quando nós o resgatamos. Além disso, os métodos que usaram para deixá-lo cego ainda é desconhecido, nós não sabemos qual parte do sistema ocular foi afetada. Infelizmente, o diretor pediu para avisar que não seria capaz de restaurar a visão de Zeca. Isso não significa que iremos parar de procurar por uma solução; as pesquisas continuarão e o próprio Lulu está vendo se encontra algo.

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