As Piores e as Melhores Invenções Trouxas

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Capítulo Três - As Piores e as Melhores Invenções Trouxas

- Já não era sem tempo... - o homem disse, irritado. O outro suava frio de nervoso. - Anda, deixe-me ver se está tudo em ordem... - disse, ríspido. O outro abriu uma mala de chumbo totalmente forrada com espuma. Mas de repente olhou para o outro assustado, fechando bruscamente a mala.

- Minha nossa! Coloque seu capacete. O senhor não vai querer que a sua cara derreta. Quando eu abrir o invólucro a substância sempre pode vazar um pouco - o homem olhou, desdenhoso, mas o outro parecia estar falando sério.

- Tudo bem - disse, cobrindo a cabeça com a proteção. O outro verificou a própria roupa.

- Muito bem - a voz soou abafada por conta do capacete que ambos usavam agora.

Ele abriu a mala, retirando um tubo cilíndrico contendo um líquido verde dentro. Apontou, maravilhado, para conteúdo do tubo. Aproximou o objeto do medidor de toxicidade, que foi subindo, indicando que havia realmente algo muito tóxico ali.

O homem sorriu. Era exatamente o que precisava. O outro já ia guardando o pequeno objeto de volta na mala quando o homem fez com que parasse.

- O que foi? Tenho que guardar isso aqui agora. Em um minuto - olhou para o relógio - o ambiente vai ser considerando contaminado... - o outro sacudiu a cabeça. O objeto foi guardado de volta na mala e o medidor foi checado de novo. Quando estava em um nível baixo novamente ele retirou o capacete. - E então? - perguntou para o homem. - O senhor está satisfeito? - perguntou, os olhos fascinados.

- Estaria... – respondeu com a voz monótona, fazendo com que o outro ficasse frustrado. - Se eu soubesse que essa porcaria pode realmente funcionar como eu pretendo - o outro pareceu ofendido.

- Essa "porcaria" é uma substância produzida em laboratório altamente perigosa que pode dizimar uma pequena cidade ou derreter uma pessoa se aberta sem proteção, só por inalar o seu vapor - o homem sorriu dessa vez.

- Sim mas como eu vou saber se você não me enganou? Você pode ter adulterado esse seu artefatozinho trouxa aí para medir o que bem entendesse... - completou. O outro franziu a testa.

- Como assim? Trouxa? O que o senhor quer dizer? - perguntou, ainda sem compreender. O homem deu uma gargalhada.

- Eu quero dizer que ainda não fizemos um teste. Como posso saber se é uma substância realmente letal se não matou ninguém ainda? - perguntou, sorrindo cinicamente. O outro engoliu em seco.

- Bem... - disse, sem graça. - Eu posso levar o senhor até o laboratório, podemos testar isso nas cobaias mas será um risco enorme para mim. Roubar um tubo da substância é suficiente para que eu pegue prisão perpétua. Estamos falando de armas químicas aqui. Se não fosse a quantia que o senhor me prometeu... - gaguejou enquanto olhava para o brilho sinistro nos olhos do homem, que sacudiu a cabeça.

- Não. Eu estou com uma certa pressa... - respondeu, colocando a mão no bolso.

O outro imaginou que pegaria uma arma e tremeu. Mas deu um sorrisinho amarelo ao ver que o homem tinha um pedacinho comprido e fino de madeira nas mãos. O homem apontou o bastão para ele e sorriu.

- O senhor vai me acompanhar até o laboratório? - perguntou, desconfiado. O homem sorriu ainda mais.

- Não. Eu vou testar essa porcaria aqui mesmo - o outro arregalou os olhos.- Imperio! - disse, apontando para o homem, que sentiu a vontade própria se esvair e não acreditou quando abriu a mala, sem colocar o capacete.

Olhava fixamente para o marcador de toxicidade subindo enquanto se debruçava sobre a mala aberta. O homem ria. Não entendia por que estava fazendo aquilo. Era suicídio. Um vapor verde fosforescente começou a emanar do tubo. Começou a sentir a pele coçar e arder, depois a queimar. O relógio subia, em um minuto estaria acima dos valores compatíveis com a vida. Começou a gritar mas ainda assim mantinha o rosto próximo à mala. De repente não enxergava mais nada. A substância havia destruído seus olhos. Levou a mão ao rosto, que agora estava derretendo, em dois minutos estava morto, caído sobre a caixa.

Harry Potter e o Crepúsculo da TríadeOnde histórias criam vida. Descubra agora