Capítulo Dezesseis – Evitando o Inevitável
Harry não havia pregado os olhos a noite toda. Doía saber que assim que saísse da enfermaria teria de encarar a realidade e se afastar para sempre de Gina. Draco tinha um ponto de vista cruel mas verdadeiro. Nunca ele, Harry Potter, poderia oferecer segurança para ela. Malfoy se espreguiçou na cama ao lado e Harry fechou os olhos. Não queria mais ouvir nada que o sonserino tivesse para falar.
- Fingindo que dorme, Potter? Que maduro de sua parte – disse, sorrindo. Harry se manteve do mesmo jeito. – O que seja... – Malfoy emendou, levantando. – Se prefere se esconder aqui o problema é seu, eu vou cair fora – Harry permaneceu estático enquanto o outro rapaz se esgueirava até o lavatório.
Madame Pomfrey saiu de sua sala e foi verificar os dois. Não encontrando Draco caminhou até o lavatório. Harry ouviu ela conversar com o outro rapaz.
- Tem certeza de que se sente bem, Sr. Malfoy? Pode ir então mas volte à noite para trocarmos seu curativo.
Então Harry ouviu os passos de ambos ecoarem até a porta de entrada da enfermaria. Ouviu o ranger dessa e logo em seguida uma voz familiar.
- Draco? Você já está saindo daqui? – Gina perguntou, espantada. – Eu vim para ver como vocês estavam e... – o garoto sorriu.
- Eu estou ótimo mas o seu herói está dormindo ainda – respondeu, sarcástico. – Vejo você mais tarde ruiva – Madame Pomfrey se virou para Gina.
- Querida, se quiser pode entrar e ver o Sr. Potter – Harry puxou as cobertas para cima, cobrindo quase até as orelhas. Gina agradeceu e caminhou até a cama. Ele continuou fingindo que dormia, precisava evitá-la até que soubesse exatamente como falar que estava tudo acabado.
- Ele está bem? – perguntou para a enfermeira.
- Sim, está. Deve estar apenas cansado. Ou tomou uns goles a mais da poção para dormir que deixei na mesa de cabeceira, caso precisasse – respondeu antes de deixar os dois a sós.
Gina se sentou na cama de Draco, agora vazia. Harry podia sentir os olhos dela o fitando mesmo estando com as pálpebras cerradas. Podia sentir o calor dela emanar mesmo à distância e envolvê-lo por completo, embriagando-o de uma sensação de medo e desejo incontrolável ao mesmo tempo. Ouviu-a suspirar e novamente a voz conhecida, sair trêmula.
- Eu te amo – ele pôde sentir o hálito quente dela sussurrando próximo ao seu ouvido. Ficou arrepiado sob as cobertas. - Falei com Hermione ontem antes de dormir e combinei com ela de trocarmos de cama – ela parou por alguns segundos. - Serei toda sua hoje à noite – Harry começou a tremer e a torcer para que Gina não percebesse. Ela pressionou os lábios de leve no dele. – Eu queria falar isso para você, não podia esperar você acordar – continuou com as bochechas quentes e vermelhas, antes de sair da enfermaria deixando para trás um Harry completamente devastado.
Gina havia acabado de dizer que se entregaria a ele e Harry estava tentando procurar a melhor forma de explicar que não poderiam mais ficar juntos.
Passava um pouco da hora do café quando a enfermeira resolveu examiná-lo. Não era possível que não estivesse acordado ainda. Ela caminhou até a cama e o chamou.
- Sr. Potter? – ele fingiu despertar com dificuldade. – O senhor está se sentindo bem? – Harry parou por alguns segundos e então mentiu.
- Não. Estou meio... Meio... – os olhos da enfermeira piscaram atentamente. – Enjoado – de certa forma era verdade.
Madame Pomfrey sacudiu a cabeça e o examinou, pedindo que abrisse a boca e dissesse "ah", depois palpou o couro cabeludo, procurando algum abaulamento ou depressão, e por fim sentenciou, muito contrariada.
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Harry Potter e o Crepúsculo da Tríade
AdventureContinuação de Harry Potter e o Ressurgimento da Fênix. Após passar um ano muito difícil, repleto de dificuldades, sofrimento e perdas, Harry, agora com dezessete anos e praticamente um bruxo formado, vai encarar seu último ano em Hogwarts como um h...