O Expresso Da Confusão

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  Capítulo Sete - O Expresso Da Confusão

Como todos os anos, a correria foi grande na casa dos Weasley. Gina e Rony arrastaram os malões escada abaixo enquanto Molly enfiava torradas com geléia de morango na boca dos dois e de Arthur. Percy já tinha voltado ao trabalho e os gêmeos, bem como o irmão, já tinham aparatado para o trabalho. Apenas os caçulas estavam atrasados, como sempre.

Arthur se vestiu o mais rápido que pôde e entregou a chave de portal aos filhos. Em segundos os quatro estavam na plataforma da Estação King's Cross. Correram e atravessaram a pilastra. O Expresso de Hogwarts já apitava e Harry e Hermione, que já tinham se acomodado em uma cabine, estavam com metade do corpo para fora da janela, procurando por eles. Finalmente Harry avistou o lampejo vermelho dos cabelos de Gina. Colocou a mão no peito, aliviado. Ela nunca havia se atrasado tanto.

Molly empurrou os caçulas para dentro, dando beijos rápidos nas testas dos dois e gritando as recomendações de sempre.

- Tome conta da sua irmã Roniquinho! Gininha, não deixe de usar o suéter - os dois entraram o mais rápido que puderam e tentaram não ficar muito roxos de vergonha pelo que a mãe gritava do lado de fora. - Tome conta dela, Harry, querido - Molly aproveitou que o rapaz estava com o rosto para fora da janela. - E vê se bota juízo na cabecinha do Ron, Hermione - achou por bem acrescentar.

Quando Rony e Gina já se consideravam constrangidos o suficiente o trem apitou, indicando a partida. Eram exatamente onze horas.

Gina recostou a cabeça no ombro de Harry enquanto o trem tomava velocidade. Mione fez o mesmo com Rony. Estavam felizes. Mesmo com o feitiço Fidelius Hogwarts era o lugar em que se sentiam seguros e em casa. Ir para lá era um grande alívio para os quatro.

Depois de algum tempo de viagem a bruxa que vendia doces passou pela porta da cabine. O sol já estava quase se pondo e já estavam com fome. Harry comprou alguns bolos de caldeirão e suco de abóbora. Sentaram para comer e conversavam animadamente quando um solavanco do trem fez com que Gina derramasse um pouco de suco de abóbora na gravata.

- Droga! - Harry riu. Achava adorável mesmo quando ela era desastrada e desajeitada.

- Você tem uma gravata extra? - Mione perguntou. As listras douradas da gravata de Gina estavam de um acaju profundo, quase vermelho.

- Tenho sim. Eu vou trocar. Já volto - pegou a gravata extra e saiu porta afora, para ir ao banheiro. Mal havia saído e deu de cara com uma figura conhecida. - De novo? - perguntou com um sorriso maroto.

- Dessa vez eu não te assustei. Não precisava ter babado assim. A boca é mais para cima ruiva - Draco disse, apontando a mancha de suco de abóbora na gravata dela.

- Eu estava com a boca ocupada... - ele fez uma expressão de nojo e ela sorriu, satisfeita. - Falando - completou. - O trem deu um solavanco e derramou um pouco de... - ele a interrompeu com um gesto e puxou bruscamente a gravata dela de dentro das vestes, cheirando-a.

- Suco de abóbora? - ela confirmou, meio sem jeito por ele estar próximo demais. - Hum. Perfume de abóbora. Muito "Halloween", ruiva. Não sabia que Potter era assim tão chegado ao Dia das Bruxas... Mas ainda acho melhor você usar outro - ela riu, puxando a gravata da mão dele.

- Como você é bobo Draco... - ele franziu a testa.

- Decida-se. Semana passada você me chamou de irritante. Vocês, Weasley, são assim tão indecisos? - ela rolou os olhos.

- Enquanto você avalia minha personalidade eu vou trocar a gravata. E lavar essa aqui - ele deu de ombros e a observou desaparecer pela porta do banheiro das meninas.

Harry Potter e o Crepúsculo da TríadeOnde histórias criam vida. Descubra agora