Capítulo 18

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Quando chegamos à entrada do clube, descemos do carro e o manobrista veio nos receber. Simon o cumprimentou, entregou as chaves do carro e seguimos para dentro do local, que estava completamente lotado e em pleno funcionamento. Simon segurava minha mão, conduzindo-me por entre a multidão, o que facilitou a nossa locomoção, pois por onde ele passava, os frequentadores iam abrindo caminho. Avistamos Gabriel conversando junto a um grupo de humanos uniformizados, que imaginei serem os funcionários do local, e Simon foi ao seu encontro.

- Senhores – Simon os cumprimentou, por cima da música alta.

- Sr. Grant – os homens lhe sorriram, retribuindo o cumprimento.

- Senhores, esta é Ana Miller – ele disse, e olhou para mim. - Minha namorada – me apresentou, sorrindo, como se estivesse cheio de orgulho. E orgulho eu senti, por ele me apresentar sem hesitar.

- Senhorita – os homens me cumprimentaram, no que retribuí com um sorriso.

- Gabriel, tudo ok por aqui?

- Sim, irmão. Tudo bem até agora – Gabriel o certificou. - Fique tranquilo.

- Ok. Eu vou para o escritório.

- Ok.

Simon guiou-me através da escada que levava ao segundo andar do clube. Foi inevitável não me lembrar de como me senti angustiada na primeira vez em que a subi. Ironicamente, cá estava eu, seguindo por ela novamente, e na companhia do vampiro que outrora tanto me amedrontou. Mas agora, eu não o temia mais. Eu o amava. Finalmente, chegamos à antessala, que permitia ter uma visão quase que completa do clube, graças ao fechamento de vidro.

- Tens fome? – Simon me perguntou. Ele foi até o sofá, sentou-se, pegou uma revista que se encontrava em cima de uma mesinha de centro e começou a folheá-la.

- Ainda não - disse distraída, observando a movimentação do clube.

- Mas logo vai ficar. Tenho certeza de que em alguma dessas revistas deve ter um anúncio desses restaurantes que trazem comida. Você tem alguma preferência?

Ao vê-lo tão cuidadoso, o olhei, e não consegui responder nada, apenas lhe sorri.

- O que? – ele perguntou, erguendo uma sobrancelha questionadora.

Caminhei até ele e segurei seu rosto entre as mãos, entrelaçando meus dedos em seus cabelos. Inclinei-me, aproximando meu rosto do seu, fechei os olhos e o beijei com o todo o amor que ele despertou em mim. Ouvi a revista cair no chão, enquanto Simon se levantava e fechava seus braços ao meu redor.

- Eu te amo, Simon – sussurrei, entre seus lábios.

- E eu a você, amor – declarou. Ele não desviou seu olhar de mim, mas percebi quando seu semblante mudou e ele travou a mandíbula. – Parece que vamos ser interrompidos – disse, e fiquei sem entender o que ele quis dizer, até que ouvi uma voz masculina.

- Com licença, senhor.

Afastei-me de Simon, um pouco constrangida, colocando-me ao seu lado, enquanto ele segurava minha mão. Quando vi de quem era a voz, senti um frio na barriga. Era Dixon.

- Dixon – Simon o cumprimentou. – Permita-me que lhe apresente Ana Miller. Minha namorada.

- Senhorita – o homem disse, sem sorrir, e inclinou ligeiramente a cabeça.

- Como vai? – lhe sorri levemente.

- Algum problema, Dixon? – Simon perguntou.

- Desculpe incomodar, senhor. Mais cedo o Sr. Felipe, representante do conselho na cidade de Toronto, ligou e pediu que o senhor, ou o Sr. Clark, retornassem para ele assim que chegassem.

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