Capítulo 22

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Era final de tarde e depois de despedir-me das minhas amigas, voltei para a mansão, já entorpecida pela antecipação do despertar de Simon. Quando cheguei, Victor veio receber-me.

- É muito bom revê-la – saudou.

- Obrigada, Victor.

- A senhorita precisa de algo? – me perguntou, gentilmente.

- Eu estou bem, obrigada. Vou subir. Eu quero vê-lo acordar.

- Claro. Logo vai acontecer. Fique a vontade.

Cheguei ao quarto de Simon, que estava completamente escuro, parei na lateral da cama, liguei o abajur, que iluminou parcialmente o ambiente, tirei as sapatilhas e subi na cama. Sentei ao seu lado com as pernas cruzadas, estendendo uma mão para lhe acariciar os cabelos.

Passeei com ela até seu rosto, pescoço e desci até seu peito. Detive-me ali durante alguns segundos. De repente, dedos frios envolveram meu pulso. Dei um sobressalto levantando o olhar para encontrar Simon já com os olhos abertos.

- Oi, querido – disse, com o coração batendo acelerado. Apoiei minhas mãos na cama, uma em cada lado de seu corpo, e inclinei-me para beijar-lhe.

Simon estendeu uma mão, agarrando firme minha cintura, e com a outra segurou minha nuca.

- Oi, amor – sussurrou.

- Banho? – sugeri, entre seus lábios.

- Seria ótimo.

                                                                                           *****

- Então, como foi o seu dia? – Simon quis saber, mais tarde, passeando com os dedos pelas minhas costas, braço e cabelos, enquanto eu descansava a cabeça em seu peito.

- Torturante – brinquei. – Senti a sua falta, como de costume – declarei, e ergui a cabeça, me aproximando para beijar rapidamente seus lábios.

- Ah, querida! Quisera eu poder passar o dia todo ao seu lado – ele disse, e notei certo pesar em sua voz.

- Eu sei – murmurei.

- Victor te fez companhia?

- Pela manhã, sim. Depois eu fui almoçar com as meninas. Elas estavam curiosas, querendo saber as novidades.

- Tenho certeza que sim – sorriu.

- Olha... meu pai me ligou hoje e disse que virá para cá te conhecer.

- Perfeito. Quando ele vem?

- Na próxima sexta – disse, um pouco apreensiva.

Simon ergueu as sobrancelhas, visivelmente surpreso com a informação.

- Nossa! Ele deve estar mesmo preocupado com você. Mas tudo bem. Eu não lhe tiro a razão. Será um prazer conhecê-lo.

- Sério? Quer dizer, tudo bem mesmo?

- Claro – confirmou.

- Isso é ótimo! – lhe sorri.

- Era este o motivo da sua ansiedade? – ele perguntou, em um tom divertido.

- Você?! – lhe estreitei os olhos, quando ele sorriu. – Ah, mas é claro. Você sentiu, né?

- Claro, querida – confirmou, depositando um beijo terno em minha testa. – Pode ficar tranquila. Isso iria acontecer mais cedo ou mais tarde. Sinceramente, quanto mais cedo melhor. Eu quero que ele saiba que as minhas intenções com você são as melhores.

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