*na foto: Nate Pope.
Eu não conseguia decidir o que detestava mais nos voos: a decolagem ou o pouso. Talvez a decolagem porque ao menos no pouso eu sabia que faltava pouco para acabar. Ainda assim, eu nunca me acostumaria com aviões.
Havíamos acabado de pousar no aeroporto de Las Vegas e um grupo de cinco adolescentes avançou em direção à Tracy. Aiden tentou segurá-las, mas Tracy permitiu que elas se aproximassem. As garotas tiraram fotos, abraçaram Tracy, beijaram ele como se estivessem desesperadas – o que não era tão mentira assim – e uma garota até tentou beijá-lo na boca. Nesse momento Aiden teve um pouco de dificuldade de para tirá-la de cima de Tracy.
─Meu Deus. – Falei, um pouco assustada. Beatrice apenas riu.
─Vá se acostumando.
─É sempre assim? – Perguntei. Ela assentiu.
─Tracy tem fã-clubes espalhados por todos os lugares. É só anunciarmos algum show que algum fã-clube trata de vir recebe-lo nos aeroportos. E olhe que ainda estamos na área do desembarque. Espere passarmos do portão e aí sim você vai ver o que é uma multidão de garotas histéricas.
Foi dito e feito. Bastou que atravessássemos o portão pra que dezenas de garotas – e garotos também – avançassem em nossa direção. Ou melhor, na direção de Tracy. Só então entendi porque três caras estranhos e engravatados estavam nos acompanhando. Claro que Tracy não viajaria sem no mínimo três homens daquele porte para protegê-lo.
─Se abaixe ou vão puxar seu cabelo! – Gritou Bea em meio à multidão histérica.
Aiden, Nate, Drake e os três seguranças fizeram uma barreira para que Tracy atravessasse o aeroporto, e Bea e eu seguimos logo atrás, andando apressadamente. Quando chegamos ao lado de fora do aeroporto, entramos no carro luxuoso que nos esperava no estacionamento, mas os três seguranças não nos acompanharam.
─Eles não vão? – Perguntei.
Aiden balançou a cabeça.
─Eles vão levar nossas malas para o hotel.
Tracy lançou um olhar rápido em minha direção, mas bastou que eu o olhasse de volta pra que ele desviasse. Desde o acontecido no banheiro da boate, mal tivemos oportunidade de nos encontrar, muito menos conversar sobre o que tinha acontecido. Eu decidi encarar aquilo normalmente. Tínhamos ficado, foi só uma vez, foi bom e não existe nada complexo sobre isso. Não precisávamos criar uma DR só por causa de um beijo e algumas coisinhas a mais.
Do aeroporto até o hotel, gastamos cerca de quinze minutos. Logo estacionamos em frente a um hotel que parecia ter saído dos milhares de filmes hollywoodianos que eu costumava assistir. O lugar tinha tantos andares que, apenas de olhar para cima, eu já começava a sentir tonturas.
Entramos no saguão do hotel e não demorou muito para que fôssemos recepcionados. Uma moça alta, com sorriso largo e seios avantajados, aproximou-se de onde estávamos e nos entregou um pequeno folheto com os preços do hotel. Meus olhos quase saltaram do rosto quando vi o preço do champanhe.
─Olá, Sr.º Trey. Estávamos à sua espera.
─Quais nossos quartos? – Tracy perguntou, dispensando gentilezas. Mas nem isso apagou o sorriso da moça.
─O senhor está acomodado em nossa suíte de luxo, no décimo segundo andar. – Ela entregou uma chave magnética nas mãos de Tracy e eu tive a ligeira impressão de que a mão dela roçou propositalmente a dele.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Magnético
ChickLitDois anos após o fim conturbado de um relacionamento, Bruna recebe uma proposta de sua irmã mais velha para ir trabalhar com ela na assessoria de um rapper famoso nos Estados Unidos. Seria uma decisão perigosa desistir da faculdade de Direito e deix...