09. Las Vegas.

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   *na foto: Nate Pope. 

        Eu não conseguia decidir o que detestava mais nos voos: a decolagem ou o pouso. Talvez a decolagem porque ao menos no pouso eu sabia que faltava pouco para acabar. Ainda assim, eu nunca me acostumaria com aviões.

Havíamos acabado de pousar no aeroporto de Las Vegas e um grupo de cinco adolescentes avançou em direção à Tracy. Aiden tentou segurá-las, mas Tracy permitiu que elas se aproximassem. As garotas tiraram fotos, abraçaram Tracy, beijaram ele como se estivessem desesperadas – o que não era tão mentira assim – e uma garota até tentou beijá-lo na boca. Nesse momento Aiden teve um pouco de dificuldade de para tirá-la de cima de Tracy.

─Meu Deus. – Falei, um pouco assustada. Beatrice apenas riu.

─Vá se acostumando.

─É sempre assim? – Perguntei. Ela assentiu.

─Tracy tem fã-clubes espalhados por todos os lugares. É só anunciarmos algum show que algum fã-clube trata de vir recebe-lo nos aeroportos. E olhe que ainda estamos na área do desembarque. Espere passarmos do portão e aí sim você vai ver o que é uma multidão de garotas histéricas.

Foi dito e feito. Bastou que atravessássemos o portão pra que dezenas de garotas – e garotos também – avançassem em nossa direção. Ou melhor, na direção de Tracy. Só então entendi porque três caras estranhos e engravatados estavam nos acompanhando. Claro que Tracy não viajaria sem no mínimo três homens daquele porte para protegê-lo.

─Se abaixe ou vão puxar seu cabelo! – Gritou Bea em meio à multidão histérica.

Aiden, Nate, Drake e os três seguranças fizeram uma barreira para que Tracy atravessasse o aeroporto, e Bea e eu seguimos logo atrás, andando apressadamente. Quando chegamos ao lado de fora do aeroporto, entramos no carro luxuoso que nos esperava no estacionamento, mas os três seguranças não nos acompanharam.

─Eles não vão? – Perguntei.

Aiden balançou a cabeça.

─Eles vão levar nossas malas para o hotel.

Tracy lançou um olhar rápido em minha direção, mas bastou que eu o olhasse de volta pra que ele desviasse. Desde o acontecido no banheiro da boate, mal tivemos oportunidade de nos encontrar, muito menos conversar sobre o que tinha acontecido. Eu decidi encarar aquilo normalmente. Tínhamos ficado, foi só uma vez, foi bom e não existe nada complexo sobre isso. Não precisávamos criar uma DR só por causa de um beijo e algumas coisinhas a mais.

Do aeroporto até o hotel, gastamos cerca de quinze minutos. Logo estacionamos em frente a um hotel que parecia ter saído dos milhares de filmes hollywoodianos que eu costumava assistir. O lugar tinha tantos andares que, apenas de olhar para cima, eu já começava a sentir tonturas.

Entramos no saguão do hotel e não demorou muito para que fôssemos recepcionados. Uma moça alta, com sorriso largo e seios avantajados, aproximou-se de onde estávamos e nos entregou um pequeno folheto com os preços do hotel. Meus olhos quase saltaram do rosto quando vi o preço do champanhe.

─Olá, Sr.º Trey. Estávamos à sua espera.

─Quais nossos quartos? – Tracy perguntou, dispensando gentilezas. Mas nem isso apagou o sorriso da moça.

─O senhor está acomodado em nossa suíte de luxo, no décimo segundo andar. – Ela entregou uma chave magnética nas mãos de Tracy e eu tive a ligeira impressão de que a mão dela roçou propositalmente a dele.

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