24. Surpresa agradável.

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            Cheguei no prédio com meus pés amassados naquela sapatilha velha que eu insistia em não jogar fora. Eu precisava fazer compras o mais rápido possível. Aliás, desde que eu tinha chegado em Chicago, eu não tivera tempo nem pra comprar um shampoo novo, quanto mais ir às compras. E, pra ser mais sincera, eu ainda nem tinha recebido meu primeiro salário, então era melhor eu ir começando a me organizar melhor.

Assim que pisei no meu andar, notei que havia algo de errado. Passei a chave magnética e, quando a porta se abriu, me assustei ao ver que havia alguém no meu quarto.

Era Tracy.

─Meu Deus...

─Não queria te assustar. – Ele disse, virando-se para mim. Estava parado em frente à janela, provavelmente esperando o momento em que eu iria chegar.

─O que está fazendo aqui?

─Precisamos conversar.

─E você não podia esperar até eu chegar antes de invadir meu quarto?

─Olha, desculpa...Eu não sabia onde você estava e não aguentava mais te esperar. Bruna, é o seguinte...

Fiquei tão nervosa apenas ao vê-lo ali, em pé, no meio do quarto, que por alguns minutos esqueci da dor que aquelas sapatilhas causavam nos meus pés.

─Eu não tenho medo disso. – ele disse. – Não tenho medo de você ou das proporções que isso pode tomar. Não sou um covarde...

─Eu nunca disse que você era. – Intrometi, mas ele logo rebateu.

─Apenas me escute. – E então se aproximou, fazendo meu estômago se contorcer de nervosismo. – Eu gosto de você e de estar com você. Meu lance com a Naomi ainda é recente e ainda reflete um pouco na minha vida. Não estou dizendo que ainda gosto dela, mas nós tivemos uma história. Assim como você provavelmente teve no seu passado. Você deve entender o que estou falando.

Rapidamente, me lembrei de Otávio. Nossa história não tinha sido bonita, principalmente pra mim, que fui jogada para o escanteio. Ele sempre tinha gostado de outra garota, mesmo depois de tanto tempo sem estar com ela. Eu só não aguentaria passar por isso mais uma vez...

─Eu tenho meus problemas, Bruna. Assim como você tem os seus. Posso ser o que for, mas não sou covarde ou idiota. Eu sei que você significa algo pra mim.

Ok, aquilo não era nenhuma declaração de amor ou algo do tipo, mas eu não estava esperando por uma. Tracy estava sendo sincero e isso já tinha uma importância muito grande pra mim.

Durante todo esse tempo tudo o que eu tinha feito era julgá-lo. Julgá-lo por ser frio, ou por ser indeciso, ou até mesmo por ser covarde, mas eu não acreditava que ele fosse. Uma pessoa covarde não teria coragem de encarar seus sentimentos daquela forma. Tudo bem que aquilo não era uma declaração de amor, mas eu também não o amava ainda. Como podia cobrar dele algo que eu também não sentia?

─Eu só queria dizer que sinto muito. – Tracy disse, por fim. – Não queria te fazer se sentir mal e não quero que o clima entre nós fique pesado.

─Eu também tive minha parcela de culpa. – Eu admiti. – Não sei lidar com relacionamentos, mesmo sabendo que isso não é exatamente um relacionamento... É só que tudo isso é novo pra mim, sabe? Às vezes eu exagero um pouco.

Seus lábios curvaram-se naquele sorriso lindo que ele tinha.

─É, você exagera um pouco. Mas está tudo bem. – Então ele olhou pra mim, ainda incerto. – Não está?

Sorri.

─Está.

─Ótimo.

Ele deu as costas e estava prestes a ir embora, mas eu não podia deixa-lo ir sem antes dizer aquilo que estava me corroendo por dentro. A verdade é que eu já não aguentava passar tanto tempo longe de Tracy.

─Tracy?

Ele virou-se para mim.

─Você também significa algo pra mim.

Olhando-me com curiosidade, ele fechou a porta que já tinha aberto e caminhou em minha direção, lentamente. Quando estávamos tão perto que era possível sentir sua respiração, ele puxou-me pela cintura e me beijou. Me beijou com vontade, pressionando meu corpo contra o seu e segurando meus cabelos com firmeza.

Ele desceu a boca pelo meu maxilar, seguindo uma linha de beijos em meu pescoço e ombros. Virou-me de costas e puxou-me junto ao seu corpo novamente, minha bunda sendo pressionado pela sua ereção. Suas mãos subiram em direção aos meus seios e apalparam-na com delicadeza, enquanto seu rosto, mergulhado em meu pescoço, enchia-me de beijos.

Uma de suas mãos desceu pela minha barriga e escapuliu por baixo do meu vestido, tocando-me a virilha. Seus dedos estavam próximos demais do meu clitóris e eu não conseguia reprimir todo o prazer que suas mãos me proporcionavam naquele momento.

Foi então que ele segurou a barra do meu vestido e ergueu-o rapidamente. Virou-me de frente para ele e beijou minha boca com muita vontade, suas mãos passeando e apertando minha bunda nua.

Num movimento rápido, ele ergueu-me em seus braços apenas para deitar-me sobre a cama. Puxou minha calcinha com cuidado, sem nenhuma pressa, olhando para mim com o olhar de quem tem a noite inteira disponível pra transar por horas.

Ele abaixou-se e segurou um dos meus seios com a mão. Chupou meu mamilo lenta e delicadamente, arrepiando todo o meu corpo. Em seguida, traçou uma linha de beijos na minha barriga até chegar à minha virilha. Ao chegar lá, ergueu minhas pernas, colocando-as sobre seus ombros e começou a beijar minha virilha, fazendo-me contorcer de prazer.

Sua língua era rápida e feroz, ao mesmo tempo em que era delicada. Os movimentos circulares que ele fazia mostrava certa habilidade porque era maravilhoso. E quando sua boca encontrou meu clitóris, eu senti o mundo desaparecer gradativamente ao meu redor.

─Já? – Ele perguntou, com um sorriso satisfeito no rosto.

─Mas ainda não estou cansada. – Respondi, puxando seu rosto junto ao meu. Beijei sua boca enquanto minhas mãos passeavam em suas costas largas e suadas.

Empurrei-o para o lado, fazendo com que ele se deitasse e puxei sua calça, jogando-a para longe. Me inclinei sobre ele apenas para alcançar minha carteira no criado-mudo. Agilmente, puxei uma camisinha e a abri. Com a ajuda de Tracy, vesti a camisinha e quando me voltei pra ele, seus lábios carregavam um sorriso sincero.

Passei minha perna sobre colo e segurei sua ereção abaixo de mim, sentando-me lentamente, sentindo-o me penetrar.

Ele soltava gemidos enquanto eu subia e descia em seu colo, cansando-me, mas esbanjando-me em prazer. Suas mãos alcançaram meus seios e ele sentou-se, ao que eu continuei na mesma posição. Enquanto chupava meu mamilo deliciosamente, continuei me insinuando sobre sua ereção, provocando meu clitóris que estava prestes a explodir em prazer pela segunda vez.

─Você é tão gostosa... – Ele disse, a voz enfraquecida. – Meu Deus...

Não sei quem gozou primeiro, mas acabou que logo estávamos deitados lado a lado, ambos saciados. Nossas respirações, sincronizadas, estavam ofegadas e pela expressão avoado no rosto de Tracy, eu podia dizer que tinha sido incrível para ele da mesma forma que tinha sido para mim.

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