34. Tenho uma surpresa para você.

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Tracy estava dirigindo, mas insistiu pra que eu usasse uma venda nos olhos. Eu não sabia qual a intenção de tudo aquilo, mas não me custava nada entrar na brincadeira, então foi o que fiz.

Percebi quando o carro parou e tirei o cinto de segurança.

─Calma aí. – Ele disse. – Vou te ajudar.

Ouvi quando a porta do carro abriu. Logo em seguida, a porta ao meu lado foi aberta.

─Ok, me dê sua mão.

Segurei sua mão e ele me ajudou a descer do carro. Sem soltar minha mão, ele começou a andar e me guiar em direção ao lugar secreto aonde queria me levar.

─Bom dia, Tracy. – ouvi alguém dizer, mas não era uma voz familiar.

─Bom dia, Margaery. Ok, Bruna. – ele disse, tão próximo ao meu ouvido que senti meu corpo inteiro se arrepiar. – vamos entrar no elevador agora.

─Ok, capitão.

Continuamos o nosso jogo secreto por algum tempo até eu sentir que o elevador havia parado. Ouvi o barulho das portas se abrindo e Tracy me direcionou para fora do elevador.

─Já estamos chegando...

Eu estava morrendo de curiosidade. Pensei que seria algo simples, mas todo o suspense que Tracy estava criando só me fazia nutrir expectativas muito altas. E, sinceramente, eu não conseguia pensar no que se tratava aquela surpresa.

─Só mais um minuto...

Ouvi o barulho de chaves e, em seguida, uma porta sendo aberta. Tracy desatou o nó da venda em meus olhos e tive um pouco de dificuldade em manter os olhos abertos depois de quase meia hora com os olhos no escuro. Porém, quando já enxergava com nitidez, percebi que estávamos num apartamento incrivelmente lindo.

A sala não era grande, mas era muito organizada. As paredes eram brancas, uma delas sendo inteiramente coberto por um espelho. Uma mesa redonda estava perfeitamente posicionada no canto da sala, devidamente preparada para um jantar e iluminada pelo lustre mais lindo que eu já vira na minha vida. Não pude deixar de imaginar o quanto Tia Elisa ficaria fascinada – ela tinha um fascínio inexplicável por lustres.

Logo cruzando a parede, havia um sofá cor de areia, com acabamento em mogno e almofadas de estampa étnica em cor verde lodo. A frente tínhamos uma televisão gigante na parede e, no chão, um tapete felpudo que cobria todo o perímetro da sala de televisão.

─E ainda tem o melhor... – Tracy puxou as persianas da parede, dando acesso a uma porta de vidro. Ele abriu e me arrastou para a varanda.

Fiquei completamente atônica com o que vi.

Era possível enxergar uma visão panorâmica perfeita de Chicago. As luzes noturnas só tornavam a paisagem ainda mais bonita. Lá embaixo, o trânsito caótico era um acréscimo ao conjunto da visão. A imagem de uma cidade grande noturna. Era incrivelmente lindo.

─Nossa...

─Lindo, não é? E veja só... tem uma churrasqueira! Eu sei que vocês, brasileiros, curtem um churrasco no final de semana, então...

A última frase de Tracy me fez pensar. Por que ele estava me mostrando aquele lugar afinal?

─Tracy. O que é isso?

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