12. This is Vegas, baby!

28K 2.3K 95
                                    

Dez minutos depois e lá estávamos nós chegando à uma das centenas de boates de Las Vegas. Tracy tinha alguns traços de personalidade semelhantes ao meu; como, por exemplo, não gostar de ficar muito tempo num único lugar. Esse era um defeito que Iara detestava. Sempre que saíamos juntas pra alguma balada, eu rapidamente enjoava do lugar e chamava-a pra conferir outras boates.

Quando nos aproximamos dos seguranças grandalhões, um deles logo abriu um largo sorriso ao ver Tracy.

─E aí, Tracy boy!

Os dois deram as mãos e se abraçaram.

─E aí, Big Bob.

─Pensei que não apareceria mais por aqui, cara! Vegas não é a mesma coisa sem o cachorrão de L.A.!

Tracy sorriu.

─Você sabe, com a turnê complicou um pouco...

─Sei, turnê... – Interrompeu Big Bob. – Vocês artistas são todos iguais. A fama sobe à cabeça e vocês esquecem os parceiros.

─Ei, não diga, isso cara.

Big Bob riu.

─Tô só brincando, irmão. – E então ele notou que eu estava acompanhando Tracy. Eu já estava até acostumando com isso de só ser notada bem depois. – Gata legal, irmão.

Tracy olhou para mim.

─Ela é apenas minha assessora.

─E desde quando você leva assessoras pra sair?

Eu senti que Tracy ficou constrangido naquele momento, porque ele não disse nada, e o sorriso amarelo em seu rosto não lhe permitia disfarçar.

─Pode entrar, irmão.

─Valeu, Bob.

Assim que entramos na boate, as luzes coloridas encandearam minha visão e o barulho da música eletrônica não melhorava a situação. Logo pressenti que se eu bebesse, nem que fosse um único copo de álcool, no dia seguinte eu teria a pior ressaca da vida.

─Vamos lá pra trás? – Perguntou Tracy e eu concordei. Eu não conhecia nada dali, então o lugar que ele achasse bacana, eu acharia também.

Acontece que o "lá atrás" que ele se referia era a pior zona de qualquer boate. Bem em frente ao banheiro e a saída de incêndio – onde pessoas vomitavam e casais transavam sem pudor nenhum. Não que eu tivesse nada contra quem gosta de transar em público, mas acontece que ver essas coisas ao vivo não é muito minha praia.

─Tem certeza que quer ficar aqui? – Perguntei.

─Queria ficar longe da multidão, mas aqui não dá.

─Ninguém vai reconhecer você. – Falei. – O lugar tá lotado, não dá pra enxergar o rosto de ninguém.

─Tudo bem.

Segui para a pista de dança e Tracy veio logo atrás de mim. Bastou que nos aproximássemos do aglomerado de pessoas pra que uma garota escancarasse a boca ao vê-lo.

─Oh, meu Deus! Oh, meu Deus! Tracy!

A garota pulou nos braços de Tracy e ele retribuiu o abraço, quase morrendo sufocado. Olhei ao meu redor apenas para me certificar de que mais ninguém havia lhe reconhecido. Nem eu estava conseguindo enxerga-lo direito, como a garota maluquinha o havia reconhecido?

MagnéticoOnde histórias criam vida. Descubra agora