4. first kiss

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   Austin Mahone. Um aluno do último ano. Foi o primeiro beijo da Camila. Mas por que eu sei disso?

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  — Austin docinho, você foi meu primeiríssimo beijo. A primeiríssima mão que eu segurei. Mas você não passou de um cara mais ou menos. E não digo isso para ser má - não. Tinha alguma coisa em você que me fez precisar ser sua namorada. Até hoje, não sei bem que coisa era essa. Mas estava lá, e era de uma força absurda. Você não sabe disso, mas, há dois anos, quando eu estava no primeiro ano e você no segundo, eu costumava seguir você. Como aula prática, eu havia escolhido trabalhar na secretaria, por isso sabia quais eram suas aulas. Fiz até uma cópia dos seus horários, que tenho guardado aqui em algum lugar. E, quando vasculharem meus pertences provavelmente vão jogá-los fora, pensando que uma paixão de aluna do primeiro ano não tem importância. Mas será que tem? Para mim, tem. Voltei no tempo até você para encontrar um início para a minha história. Aqui é onde ela realmente começa.

   Então, onde estou nessa lista, entre essas histórias? Segunda? Terceira? Será que vai piorar conforme for se desenrolando? Ela disse que o décimo terceiro felizardo podia levar as fitas para o inferno.

   Quando você chegar ao fim das fitas, Austin, espero que compreenda o seu papel nisso tudo. Porque talvez pareça um papel pequeno agora, mas é importante. No fim, tudo tem importância. Traição. É um dos piores sentimentos. Sei que você não tinha atenção de me magoar. Na verdade, a maioria de vocês, que estão ouvindo as fitas, provavelmente não tinha ideia do que estava fazendo... - do que realmente estava fazendo.

   O que eu estava fazendo Camila? Porque sinceramente não sei. Aquela noite, se for a noite que estou pensando foi tão estranha para mim quanto para você. Talvez até mais para mim, já que continuei sem saber o que aconteceu.

   Nossa primeira estrela vermelha pode ser encontrada em C-4. Quando você termina de ouvir esta fita, vai até lá. Nos moramos naquela casa por pouco tempo no verão anterior ao meu ano de caloura no colegial; foi a primeira casa onde moramos quando chegamos á cidade. E foi onde te vi pela primeira vez, Austin. Talvez você se lembre. Você estava apaixonado pela minha amiga Becky. Faltavam ainda dois meses para as aulas, e a Becky era a única pessoa que eu conhecia, porque morava bem na casa ao lado. Ela me contou que você tinha ficado em cima dela no ano anterior. Não literalmente em cima, lógico. Só paquerando e esbarrando acidentalmente nela nos corredores. Quer dizer, os esbarrões eram por acaso, certo? Ela me contou que, no baile do fim de ano. Você finalmente criou coragem para fazer algo além de olhar e tombar com ela. Vocês dançaram todas as músicas lentas juntos. Ela me falou que não ia demorar para deixar você beijá-la. O primeiríssimo beijo da vida dela.

   As histórias devem ser pesadas. Pesadas mesmo. É só por isso que as fitas estão passando de uma pessoa para outra. Por medo. Por que alguém iria querer enviar pelo correio um pacote de fitas que culpassem você por um suicídio? Ninguém ia querer fazer isso. Mas Camila quer que nós, todos da lista, escutemos o que ela tem a dizer. E faremos o que ela diz, passando as fitas adiante, nem que seja só para mantê-las longe das pessoas que não estão na lista.

   ― A lista. Soa como um clube secreto. Um clube exclusivo. E por alguma razão, estou nele.

suicide girl ; camila&lauren (revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora