Obs. Esse capítulo é um pouco pesado, então se você não gosta do assunto, pule. (Não estou romantizando o assunto, nem nada, isso é apenas uma parte da história).
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Naquela brevíssima rajada de luz, eu vi o closet de portas semiabertas. Enquanto isso, seu amigo convencia a você a deixá-lo entrar no quarto. Fiquei esperando, com o coração batendo forte, paralisada no meio do caminho. A porta do quarto se abriu novamente.
Mas, de novo, você a puxou, fechando-a. E tentou fazer piada da situação.
― Confia em mim - você riu. ― Ela não vai se mexer. Só vai ficarai parada.
E qual foi à resposta dele? Qual foi? Qual foi o argumento que ele deu a você deixá-lo entrar naquele quarto? Você se lembra? Porque eu me lembro.
Era o turno da noite. Ela falou para você que estava trabalhando no turno da noite e tinha de ir embora em poucos minutos. Alguns minutos, era só o que ele precisava com ela.
Por isso, relaxa, vai e sai da frente. E isso foi tudo o que ele precisou fazer para você deixá-lo abrir a porta.
Meu Deus. Que coisa patética.
Eu não consegui acreditar. E seu amigo também não conseguiu acreditar, porque, quando ele pegou a maçaneta denovo, não entrou correndo. Ficou esperando você protestar. Naquele breve instante – o instante em que você não disse nada –, eu cai de joelhos, enjoada, tapando a boca com as mãos. Fui cambaleando em direção ao closet, as lagrimas borrando a luz que vinha do corredor.
Desabei para dentro, e uma pilha de roupas abafou a minha queda.Quando a porta do quarto se abriu, fechei o closet. E fechei os olhos, bem apertados. O sangue latejava em meus ouvidos. Eu balançava para a frente e para trás, batendo a testa na pilha de roupas. Com o barulhão da musica bombando por toda a casa, ninguém me ouviu.
― Relaxa, vai.
Essas palavras, ele já disse antes. É o que ele sempre diz as pessoas de quem está se aproveitando. Namoradas. Colegas. Seja quem for.
É o Jason. Tem de ser.
Jason McCann estava naquele quarto.E com a musica, ninguém ouviu ele atravessar o quarto. Subir na cama. As molas do colchão gritarem debaixo do peso dele. Ninguém ouviu nada. E eu poderia ter impedido aquilo. Se eu apenas tivesse falado. Se eu pudesse ver. Se conseguisse pensar em alguma coisa, teria aberto o closet e impedido aquilo. Mas não fiz isso. E não importa qual era a minha desculpa. Minha mente estar em choque não é desculpa. Eu não tenho desculpa. Eu poderia ter impedido aquilo – final da historia.
Mas, para impedira aquilo, eu senti que teria de fazer o mundo inteiro parar de girar. Como se as coisas estivessem fora de controle há tanto tempo que qualquer coisa que eu fizesse não teria a menor importância. E não consegui mais suportar todas aquelas emoções. Eu queria que o mundo parasse, acabasse.
Para Camila, o mundo acabou mesmo. Mas para Dinah não. Ele continuou. E, ai, Camila acertou a cara dela com estas fitas.
Não sei quantas musicas tocaram durante o tempo que permaneci com o rosto em que permaneci com o rosto enterrado naquelas roupas. O mesmo ritmo emendava uma musica na outra. Depois de um tempo, senti minha garganta toda arranhada. Em carne viva, ardendo inteira. Será que eu estava gritando? De joelhos no chão, eu sentia uma vibração sempre que alguém passava no corredor. E quando ouvi o som de passos no chão do quarto – varias musicas depois de ele ter entrado ali –, pressionei as costas contra a parede do closet esperando.
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suicide girl ; camila&lauren (revisão)
FanficLauren encontra uma caixa de fita cassetes em frente a sua casa endereçada para ela. Nas fitas são gravações de Camila Cabello. Uma garota que cometeu suicídio à algumas semanas atrás.