Capítulo Décimo sétimo Frescuras...Você quis dizer!

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- Te perder é o meu medo... - Disse olhando no fundo dos meus olhos,como se pudesse enxergar além...

Eu: - E por que você me perderia? - Perguntei sem entender.

Rafael: - Você não entende. É perigoso demais pra você atravessar a floresta.

Eu: - Ai. - Gemi baixinho de dor. Eu estava com uma blusa de manga comprida. A puxei um pouquinho pra cima.

Rafael: - O que aconteceu com o seu braço? - Perguntou preocupado, enquanto analisava o machucado.

Eu: - Foi na floresta. Mas não muda de assunto! Você mesmo me disse para não ter medo! Por que está tentando me manter presa nesse castelo? - Disse irritada.

Rafael: - Porque não quero te perder! Te quero aqui... Comigo - Completou. Ele me beijou e não deu tempo de eu recuar.Não pode existir nada entre nós! O afastei rapidamente.

Eu: - Rafael! - Me levantei na hora e ele também.

Rafael: - Me desculpa! Eu não devia ter feito isso... - Disse assustado.

Eu: - Somos irmãos! Entenda isso! - Disse.

Jeremy: - Senhorita Sofia, sua professora já chegou para sua aula. - Levamos um susto quando o Jeremy chegou.Até porque,ninguém deveria saber que isso ocorreu. Foi um erro. Ele me encarava. O ar começou a ficar estranho já que ninguém se moveu.

Eu: - Tenho que ir. - Saí sem olhar para o Rafael.

Jeremy: - Sofia... - Olhei para ele. - Se me permite dizer, o que aconteceu?

Eu: - Algo que não deve ser passado para frente.

Jeremy: - Me desculpe.

Eu: - Não deve se desculpar. Afinal,não fez nada. - Disse sincera e ele percebeu que eu não estaba bem.

Jeremy: - Eu sei que sou só um soldado,mas se precisar de um amigo,eu estou aqui. - Sorriu.

Eu: - Obrigada. - Sorri sem demonstrar alegria e fui para o outro lado do jardim.

Gilene: - Demorou hoje. - Afirmou.

Eu: - Me perdoe.

Gilene: - Os assuntos do coração não devem ser deixados pra depois. - Piscou para mim. Como...ela sabia?
A aula não demorou muito para terminar.
Enquanto andava pelos corredores do castelo,eu decidi que eu precisava explorá-lo.

Desci as escadas e fui em direção aquela sala que eu havia visto no dia que cheguei aqui. Era a última porta da direita. Ela ficava sempre aberta,mas eu nunca havia visto ninguém entrar ali.

Eu: - Um piano!? - Sorri. A sala era bem grande,havia um lustre que parecia ser de cristais, duas janelas enormes,por onde entrava a luz do sol. Eu nunca tinha contado a ninguém,mas minha mãe sabia tocar e ela me ensinou quando eu era pequena. Bom,após a sua morte eu nunca mais toquei. Até hoje...

Comecei a tocar a música Lago dos cisnes.

- Mi,lá,si,dó,ré,mi,dó,mi... - O som ecoava naquela sala,produzindo um efeito sonoro perfeito.
As notas saíam como se eu nunca houvesse parado de praticar. Até que eu não lembrei a nota que eu tinha que tocar.

Rafael: - Si. - Rafael disse aparecendo na porta.

Eu: - Como? - Perguntei.

Rafael: - A nota... É si. - Disse se aproximando e tocando.

Eu: - Não sabia que tocava... - Sorri.

Rafael: - Tem muitas coisas que você ainda não sabe sobre mim... - Quanto mistério...Ele quer que eu fique implorando pra ele me dizer? Não acontecerá. - Está pensando em que resposta me dar? - Riu.

Eu: - Não. - Menti.

Rafael: - Você pensa de mais nas coisas.

Eu: - Por isso não falho tanto.

Rafael: - Suas aulas com a professora Gilene estão fazendo efeito. - Rimos. - Quem te ensinou?

Eu: - Minha mãe... - Ele me interrompeu.

Rafael: - Não precisa continuar... Sei que não gosta de falar sobre isso. - Sorriu de lado. - Olha, sobre o que aconteceu... - O interrompi.

Eu: - Também não precisamos falar sobre isso. - Rimos.

Rafael: - É melhor assim! - Sorriu aliviado. - Não era pra ter acontecido. Você é minha irmã, e eu estou prometido.

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Alice: - Então você estava tocando piano com o príncipe!? - Sorriu.

Eu: - Sim. Não sabia que ele tocava.

Alice: - É que ele não toca. - Riu. - Ele sabe,mas não gosta de tocar.

Eu: - Mas por que não?

Alice: - Ele sempre reclamou de música. Não gosta de ouvir nada alto de mais e nem lento de mais. Dá sono. - Riu.

Eu: - Quantas exigências... - Fiz careta.

Alice: - Frescuras...Você quis dizer! - Rimos.

Eu: - Se ele chegar aqui e ouvir isso não vai gostar nem um pouco.

Alice: - Vai jantar com seu pai,ou quer que eu lhe traga a comida? - Perguntou.

Eu: - Vou descer. Só vou me arrumar.

Alice: - Mais tarde eu volto. - Se despediu e saiu do meu quarto.

Tomei um longo banho. Depois me vesti com um vestido branco.
A janela do meu quarto fez um barulho estranho pois estava ventando bem forte. Provavelmente iria chover.

Desci as escadas e todos já estavam à mesa.

Eu: - Me desculpem o atraso.

Rei Arthur: - E o meu abraço filha? - Fui em sua direção.

Regina: - E como foi a aula hoje, Sofia?

Eu: - Foi boa. - Dei uma resposta curta.

Regina: - E você, Rafael? - Se virou para ele que sentava na minha frente.

Rafael: - Maravilhosa, Regina. - Bom, eles se chamam pelos seus nomes? O Rafael me disse que ela não parecia se importar com ninguém,mas até nisso? Até aonde vai a frieza da Regina? Com certeza ela deve ter tido uma infância não muito boa.

Não houve mais nenhuma palavra trocada naquela mesa. Era muito estranho viver ali. O amor não era um sentimento muito comum nesse castelo. Diferentemente do vilarejo...

*****

"A frieza pode ser uma consequência de alguém mal amado,ou simplesmente vem acompanhado no pacote de alguém infeliz."
- Naila Andrade

Sofia e Rafael?...

O que vocês acharam do capítulo?
Chato de mais? Legal? Mais ou menos? '-' É super importante a opinião de vocês!!! Muitooo obrigada!!
By: Paradise_sonhos
Naila Andrade




Realeza Roubada I - A FeraOnde histórias criam vida. Descubra agora