Nora

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Assim que cheguei ao outro lado do muro montei na bicicleta e comecei a pedalar.

O dia estava quase amanhecendo, se eu quisesse encontrar Lana teria de me apressar, o barco sairia da costa um pouco depois de o sol nascer.

Continuei pedalando, e a cada pedalada as correntes faziam um barulho rangente. Me dando arrepios.

Continuei seguindo em frente, paralela ao muro que eu acabara de escalar. Por esse caminho eu chegaria logo a ponte.

A medida em que fui me aproximando do rio percebi pedaços de madeira flutuando, seguindo a corrente. Será que alguma coisa teria danificado a ponte?

Não tinha tempo para perguntas, pedalei o mais rápido que pude, eu tinha de chegar logo.

Assim que cheguei próximo a ponte vi o que gostaria de não ter visto. A ponte sumira, junto da minha chance de encontrar Lana.

- O que aconteceu aqui? - Não me contive ao perguntar.

Parei a bicicleta na margem e logo em seguida observei o rio, nunca fui boa nadadora, na verdade sempre fui péssima nisso, não consigo ficar dois segundos na água sem morrer afogada.

 Respirei bem fundo e olhei ao redor, estava tudo cinza, o sol estava nascendo no horizonte e o rio fazia um barulho confortante. Era quase lindo se não fosse pelos grunhidos que vinham da cidade. 

Ajeitei a mochila em meus ombros, eu precisava atravessar, mas como? Olhei ao redor, não haviam cordas, varas ou qualquer coisa que eu pudesse usar para atravessar.

Tirei a mochila das minhas costas, esperando que, de algum modo, tivesse algo lá dentro que pudesse me ajudar, mas tudo o que tinha era uma maça e duas facas. Nada útil.

De repente ouvi um barulho estranho vindo da água, parecia que algo estava se aproximando da superfície. Sem hesitar, peguei minha faca e mirei no local em que bolhas de ar subiam. 

Aos poucos pude ver alguém submergir devagar, apertei a faca na minha mão, assim que a pessoa saísse eu acertaria sua cabeça com toda a força. 

Quase. Quase. Quase.

Agora! 

Eu joguei a faca rapidamente assim que o corpo submergiu, e me arrependi no mesmo segundo.

Cabelos ruivos flutuavam na água, agora suja de sangue.

- Lana? - Indaguei, com as mão tremendo e suando frio.


The VirusOnde histórias criam vida. Descubra agora