The Virus

Nora

Corri em direção contraria à praia o quanto minhas pernas aquentaram, quando parei para recuperar o fôlego ouvi o apito ensurdecedor do navio. Me virei e vi o meio de transporte se afastar da praia, indo em direção ao horizonte. Agora não havia volta.

Continuei caminhando lentamente pela rua que passei mais cedo, porém sem a bicicleta, que fazia uma falta enorme. O sol esquentava minha pele clara, me fazendo suar como um leitão, meus passos estavam cada vez mas lentos e minha sede só aumentava, mas eu não podia parar, precisava alcançar Lana, eu tinha um presentimento sobre ela, e não era nada bom.

***

Quase meia hora de caminhada depois, eu não sentia mais meus pés, minhas coxas queimavam, não só de exaustão, mas porque o sol as castigava.

Tentei me concentrar, pensar em Lana, em como a salvaria e chegaríamos a tal ilha sozinhas, mas de repente tive medo por nós, um medo que ainda era desconhecido, medo da realidade, medo de que tudo desse muito errado.

Tentei afastar aquele pensamento e seguir em frente, a casa dala ficava na próxima rua, será que ela estava bem?

Eu não queria pensar o pior, mas não tinha um bom presentimento.

***

Quando virei a esquina para chegar ao meu destino, congelei, meus olhos se recusavam a acreditar no que viam.

Muitos. Eram muitos infectados, todos aglomerados em frente a casa de Lana. Tentei fazer o mínimo de barulho enquanto recuava lentamente, que para minha surpresa funcionou, eles não me viram.

Agachei em meio a calçada, tentando pensar em como entrar na casa.

Eu não podia simplesmente ir lá, não se eu quisesse morrer, ou pior, me transformar numa daquelas coisas. Eu tinha que bolar um plano.

Então de repente, a ideia mas maluca, simples e antiga me veio a mente. Distração.

Eles seguiam o som, se eu conseguisse produzir um som ao longe, provavelmente os distrairia o suficiente para entrar na casa, mas como produziria som?

E como mágica, a resposta me veio inexplicavelmente.