Lana

111 5 6
                                    

Como tudo ficou tão louco? A poucos dias eu era apenas uma aluna comum do ensino médio, minhas únicas preocupações eram tirar boas notas e entrar numa faculdade. Agora eu estava preocupada em não ser morta, preocupada com meu pai, e com a possibilidade dele ter sido morto por um infectado, eu tinha medo por ele, e também por Nora, ela sempre fora muito imprevisível, eu tinha medo que ela fizesse alguma besteira.

Meu cérebro doía, minhas mãos tremiam e minha bochecha latejava, mas eu precisava seguir em frente, tinha de chegar em casa, constatar que meu pai estava bem, pra só então pensar em ir para aquela tal ilha.

Assim que virei à esquerda em uma rua, percebi que fora exatamente naquele lugar que vários infectados haviam me perseguido, eu ainda conseguia me lembrar do sons que eles faziam, mas onde eles estavam? Estava tudo vazio e silencioso, silencioso demais.

Apertei o passo, pensando que se andasse rápido talvez eles não tivessem tempo de me seguir caso estivessem por perto, mas eu estava terrivelmente enganada.

Assim que a rua acabou e uma nova à direita surgiu, um grunhido soou atrás de mim, eu sabia o que era e me recusei a olhar para trás, apenas continuei andando.

De repente, mais grunhidos seguidos por sons de passos. Me atrevi a olhar para trás, e me arrependi amargamente, eram tantos infectados que meus olhos não podiam contar. De onde eles vieram?

E então eu corri, tomei o máximo de fôlego que consegui e corri o mais rápido que pude.

Olhei para trás uma outra vez, eles estavam perto, consegui reconhecer o que estava mais a frente, era meu professor da matemática da escola, mas ele estava roxo e expelindo um liquido verde pela boca.

Minha garganta doeu, eu odiava aquele professor, mas ele não merecia aquilo, ninguém merecia.

Tentei apenas me concentrar em correr, mas estava difícil, minhas pernas queimavam, meus pulmões pareciam querer explodir e meu coração batia tão alto que podia ouvi-lo em meio a fadiga, eu não aguentaria muito mais, precisava parar.

Olhei para trás uma última vez, eles estavam mais perto, o medo me fazia tremer, eu precisava aguentar, minha casa era a próxima.

Eu não teria tempo de abrir o portão, então sem pensar duas vezes, subi em cima do carro que estava parado na frente de casa, tomei impulso e me joguei por cima do muro.

A queda machucou meus joelhos e cotovelos, principalmente o joelho esquerdo, que sangrava violentamente. Bati a cabeça com força no chão, e foi onde eu fiquei por bom tempo, só até as coisas pararem de girar.

Com algum esforço me levantei, olhei para o portão e vi um número grande de infectados em frente a ele.

- Merda. - Deixei escapar. - Como vou sair agora?

The VirusOnde histórias criam vida. Descubra agora