Eu estava afundando cada vez mais, não sabia o quanto tinha decido, nem o quanto ainda iria descer, mas sabia que se continuasse naquele ritmo eu morreria logo.
O infectado que agarrara minha perna não demonstrava qualquer sinal de pânico ou fadiga, o que me intrigava, já que ele era humano também. Eu acho.
Quando chegamos a um determinado ponto, senti meu pulmão se contorcer, ele gritava por ar, e eu fechava os olhos com força tentando ignorar aquela sensação, mas eu não aguentaria muito mais tempo.
De repente, o infectado começou a se contorcer, ele pareceu perceber que precisava de ar para continuar vivo, então senti as mãos que me puxavam para baixo ficarem frouxas aos poucos, até que se soltaram por completo, não perdi tempo, nadei o mais rápido que pude para a superfície, eu precisava respirar.
Meus braços ficaram lentos e meus olhos falhavam, mas eu estava quase lá, tinha de chegar, já podia ver um céu cinza distorcido pela água que me consumia. A ansiedade tomou conta de mim, como uma criança que espera pacientemente o pai voltar do trabalho para poder abraça-lo com força, e o meu abraço era respirar.
Comecei a soltar o ar que guardei durante todo o trajeto, esperando que o da superfície preenchesse o vazio.
Comecei a chegar perto, até que finalmente me aproximei da margem, e numa fração de segundos, submergi, enchendo meus pulmões com a maior quantidade de ar possível, mas assim que o fiz vi a água ao meu redor ficar vermelha, e então senti uma dor aguda, mas não sabia de onde ela vinha, nem por que vinha. Olhei para frente, tentando achar um possível inimigo e não acreditei no que os meus olhos viam.
Nora. Em pé. Bem na minha frente.
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The Virus
Science FictionNora se vê em um mundo onde não há mais família, amor ou felicidade, tudo foi destruído... pelo vírus. Ela e sua melhor amiga, Lana,embarcam em uma busca pela sobrevivência, mas estará mesmo tudo perdido? Essa é uma história de amor e ódio, suspens...