The Virus

Nora

Olhei em volta para me certificar de que estava sozinha, e eu estava.

Peguei o relógio que estava no meu pulso e programei o alarme pra tocar em cinco minutos. Enquanto mexia nos botões pensei no meu pai. Ele tinha me dado o relógio e eu disse que tinha odiado, agora só conseguia sentir falta dele, de todos eles.

Assim que o programei para tocar tomei uma distância e o joguei longe, o mais longe que pude.

- Agora é só esperar. - Disse assim que vi o aparelho cair no telhado de uma casa à 100 metros de onde eu estava.

A espera era angustiante, eu sabia que quando o relógio tocasse teria poucos segundos pra entrar na casa.

Olhei para trás uma última vez para ver se estava sozinha e ouvi o relógio tocar.

O som do alarme era exatamente como eu me lembrava. Alto e irritante.

Aos poucos os infectados foram seguindo o som, que só duraria mais alguns segundos.

Eu tinha que agir rápido.

Aos poucos fui me arrastando atrás dos carros estacionados para perto do portão e assim que cheguei comecei a escalar a grade de ferro.

Olhei para trás e vi que o barulho da grade enferrujada fez alguns infectados começarem a voltar.

Quando cheguei no topo vi que tinha alguém caído na garagem.
Parei de subir e tentei chamar a pessoa.

- Ei!! Levanta!!!! Tem infectados vindo!! Você precisa sair daqui!!

Assim que gritei aquilo percebi que a pessoa no chão ela Lana! Como eu não tinha percebido?

- Lana!! Levanta!!!

Me ajeitei para pular e quando tomei impulso um infectado agarrou meu pé e me puxou.

Eu cai na calçada e ele se
jogou em cima de mim fazendo a gente cair no chão. Tentei afastar sua boca do meu rosto mas ele era forte, meus braços não davam conta do recado.

Reuni forças, saquei minha faca e ,com receio, golpeei seu olho esquerdo,  esperando que ele recuasse,
mas aquilo não fez o menor efeito, ele nem sequer reclamou de dor, seu corpo ainda esmagava o meu, seus dentes ainda ansiavam minha carne.

Olhei por cima do ombro e vi mais infectados chegando.

Eu ia morrer.