Capítulo 13 - À Procura da Felicidade

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Fiquei um pouco ansioso com a sentença da minha colega.

Hoje.

Será hoje que nosso plano vai ser posto em prática. Perguntei a Alice, por que nunca a encontrei no caminho da ida dela até o balé. Ela disse que vai de bicicleta. Fiquei cansado só de imaginar. Sou sedentário, isso é um fato, mas nado todos os sábados à tarde. Acho que isso conta alguma coisa. Tudo bem que não nado nem uma hora e que só vou porque é de graça, num centro de convivência do bairro, patrocinado por algum político que eu esqueci o nome... Enfim...

Fiquei pensando em muitas coisas durante a aula de matemática, menos em matemática. Por exemplo, como manter assunto com Natasha depois de dar o primeiro passo? Ou então, por que Igor está cheio de graça pra cima de Alice? E se Natasha não se lembrar de mim? Ou, Por que Bento não se incomoda nem um pouquinho com toda essa graça de Igor?

No fim da aula fui para casa com Bento. Alice foi com Cachorro louco. Fui todo o caminho ouvindo as reclamações do meu amigo em relação à Sabrina, que derramou acidentalmente - eu acho - suco de uva em sua camisa, quando voltávamos para sala. Se eu mostrasse a Bento os emoticons de diabinho que ela me enviou rindo da cara que ele fez, pelo WhatsApp...

Enquanto almoçava, recebi uma mensagem de Bento dizendo que se vingaria.

"Cara, ela pediu desculpas O_o" – Mandei para ele, surpreso, porque Bento é muito da paz.

"VERDADE. PEDIU DESCULPAS CHORANDO... CHORANDO DE RIR!" – Respondeu.

"Não precisa gritar ¬¬" – Estava falando direito com ele, para quê essa agressividade com Caps Lock?

"Beleza... Mais tarde nos falamos, estou com umas ideias..." – Li sua frase imaginando um tom bem maquiavélico.

Essas pessoas boazinhas e certinhas, quando decidem fazer algo um pouco mau... Ou elas não conseguem, ou vai tudo para o ventilador. E fede!

"Beleza Capitão" – Respondi usando seu apelido, quem sabe o lembrasse da pessoa responsável que era.

Demorou, mas finalmente chegou a hora de ir para o ponto. Quando saía de casa minha avó me estranhou um pouco.

- Dormiu com um gambá? – ela perguntou quando passei por ela na cozinha.

- O que? Por quê? – Perguntei cheirando a mim mesmo. Achei que tinha feito um bom trabalho ao me arrumar.

- Para passar tanto perfume assim, deve ter dormido com um. E abraçado. – ela afirmou – talvez você tenha que consultar um otorrinolaringologista, esse seu problema de identificar os cheiros pode estar se agravando e você não está mais conseguindo sentir cheiro nenhum...

- Bate nessa boca. É claro que estou sentindo, é lavanda. – digo convicto, porque li na embalagem – talvez eu tenha passado um pouco de mais...

Ela gargalhou.

- Um pouco? Sei... Mas o que me deixa curiosa é... Por quê? – Dona Giovana pergunta, com os olhos semicerrados – por que tanto perfume hoje?

- Tchau vó. Fica com Deus – digo saindo rapidamente. Se eu fico mais um pouco, ela consegue tirar tudo de mim. Às vezes, ela pode ser uma mistura de Patrick de O Mentalista e Lilly Rush de Arquivo Morto.

 Às vezes, ela pode ser uma mistura de Patrick de O Mentalista e Lilly Rush de Arquivo Morto

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(No) Directed By Cezar SartoriOnde histórias criam vida. Descubra agora