Duas Bilautas

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Duas semanas passaram bem rápido.

Brendon ainda não acordou.

Kishan e eu começamos a primeira semana de provas do fim do 1° semestre. Depois das aulas ele vinha para minha casa, estudávamos juntos e tocávamos, depois íamos para o nosso lugar favorito, o topo da montanha, lutar. Eu era novata, mas já conseguia bloquear e derrubar ele.

-Não é justo. – eu gemi cruzando os braços sob o peito.

-Eu juro, bilauta. – ele estava suado e caído no chão.

-Isso não é possível. Você luta a 300 anos e eu consigo te vencer?

-Estou tão impressionado quanto você. – ele levantava com dificuldade.

-Vamos de novo. – eu me posicionei.

-Calma, priya. Deixa eu tomar um pouco de ar.

Ele estava visivelmente cansado.

O Sol começava a se pôr, mas eu ainda estava tomada pela adrenalina. Não queria ir embora.

-Só mais uma. Por favor. – Eu fiz bico de choro e pisquei os olhos e Kishan sorriu.

-Dessa vez você não me ganha.

Eu me posicionei a sua frente e me choquei a ele com força. Mantive os pés agarrados ao solo enquanto batia no abdômen de Kishan com os punhos cerrados. Ele tentava me derrubar passando sua perna entre as minhas e puxando uma para si. Agarrei seu pescoço e tentei tirar o equilíbrio dele me erguendo sobre ele, por sua vez ele me jogou no chão e eu dei gargalhada.

Ele se pôs por cima de mim e eu o beijei vorazmente e ele se desarmou.

Aproveitei a distração e rolei com ele. Agora eu estava por cima.

-Nunca deixe o inimigo te distrair – repeti suas palavras. Eu estava ofegante.

-O que posso fazer se meu inimigo é tão irresistível? Já acabou?

-Ainda não.

Me inclinei sobre ele e voltei a beija-lo. Senti gosto de suor. Meu e dele. Ele acariciou minhas costas e pude sentir a terra, soltei um gemido baixo quando ele passou a mão por baixo da minha blusa. Agarrei seu cabelo e ele desceu a mão para abaixo da minha cintura.

Opa, gatinho. Rápido demais.

Levantei num pulo, mas ele continuou deitado de olhos fechados.

-Acho que fui nocauteado – disse sorrindo

-Você tem que parar de pegar leve comigo.

-Eu não estou pegando leve. Eu te joguei no chão com toda a minha força.

-Sério, tigre?

-Não me provoque – ele se levantou

-Eu? Te provocar? Jamais. – eu sorri e ele cerrou os olhos – Só achei que tigres eram mais fortes.

Ele se transformou, bufou e andou até mim, mas eu caminhava para trás ainda sorrindo.

-Quer caçar, gatinho?

Ele rosnou e eu corri o mais rápido que pude entre as árvores. Não importa o quanto eu corria, ele sempre me passava ou me alcançava. Era visível que ele era mais rápido que eu. Eu não ia perder sem lutar e lutar era o que eu ia fazer.

Ainda correndo, eu segui em linha reta e inesperadamente dei um salto, deixei o tigre passar e pousei bem em cima dele e agarrei seu pelo. Ele parecia confuso. Kishan foi parando até eu forçar seu pescoço para o chão. Eu capturei o tigre.

O Final Feliz Prometido [2014]Onde histórias criam vida. Descubra agora