Capítulo 5

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- Debby, onde fica o banheiro?

- Ao lado da biblioteca, segunda porta.

- Acho que lembro onde é. Com licença.

Rebecca sai, me deixando sozinha. Esta lasanha esta realmente divina. Resolvo pegar mais um pedaço. Quase acabando de comer, vejo Becca passando correndo pela sala de jantar em meio á lágrimas.

- O que aconteceu? - Grito mas ela não para. Corro atrás dela. - REBECCA!

- O que é? - ela responde alterando a voz. - Também acha que sou uma delinquente inútil?
- Quem te disse isso?

- Rebecca, venha para dentro. - Minha avó pede e ela recursa. - Menina, faça-me o favor e entre logo. Olha o frio que esta aqui fora.

Após muito curso e discurso de minha avó, Rebecca acaba cedendo.

- Me explica agora vovó, o que aconteceu?

- Teu avô para váriar um pouco. Foi reclamar por ela ter se hospedado sem autorização dele, e a chamou de delinquente.

- Tem certeza de que é só isso? Parece tão. . . Abalada.

- Não vou mentir pra você, seu avô veio jogar na cara que ele é quem paga as contas.

- Ele? Cara de pau. Vovó, desde que... bom, o acidente, todo santo mês, o MEU pai esta pagando quase toda a despesa da casa. - Esbravejo.

Saio andando em direção a biblioteca, e sem bater ou pedir licença abro a porta.
Amy Winehouse me ajuda, porque de hoje não passa.

- O que você tem nessa sua cabeça ôca? - pergunto (ou melhor grito).

- Perdeu o juízo garota? Quem você acha que é para entrar assim na minha sala?

- E quem você acha que é pra se achar no direito de jogar qualquer coisa na cara da minha avó, e ainda chamar minha amiga de delinquente?

- Eu? Sou o dono dessa casa, e você, ponha-se no seu lugar, esta aqui de favor.

- Dono? Mostre-me os documentos. Onde esta a escritura? - Retiro papéis de dentro de uma pasta e acho o papel da escritura, juntamente com os recibos de depósito do meu pai.

- Olha só que coisa. A casa esta no nome de Luany Stanford D'Lauren. - Ele fica vermelho de tanta fúria. - E o que é isso? Recibos?

- Me dá isso agora menina.

- Será os comprovantes dos depósitos que meu pai faz todos os meses desde o acidente que você causou?

- Eu não causei nada. Devolva os papéis sua insolente.

- Não Doutor Júlio D'Lauren, não devolverei um único documento se quer. Ficará comigo, para você se lembrar de que sua falta de noção não adiantara nada. Esta casa não é sua, é da minha avó. E aliás, agradeça a ela, porque se não fosse pelo dinheiro dela, hoje você não seria o advogado que é.

Viro as costas, e o deixo na biblioteca mas não antes de ouvir um "Garota Inútil". Bato com força as portas da biblioteca e me retiro nervosa.

Subo para meu quarto e guardo a pasta com os documentos em cima do guarda-roupa sobre um fundo falso que criei ao chegar aqui.

Ouço batidas na porta e então Becca entra.

- Tudo bem? - Pergunta.

- Claro. Entra.

- Acho melhor eu ir embora. Olha quanta confusão arrumei só hoje?!

- Não, você não vai a lugar nenhum. E não tem culpa de nada, o único culpado aqui é aquele.... ah.. você entendeu.

Ainda com raiva de meu avô, saio de casa indo sentido ao píer, ideia da Becca, que, pelo jeito, faz o mesmo.

- Você esta legal? -Pergunta-me ela.

- Até estou, só chateada. - confesso.

- Não deve ser fácil né? Tipo, porque você veio pra cá mesmo? - questiona.

- Ao que parece, minha mãe ou meu pai, tem outra família, o que indica o fim da minha. - Digo cabisbaixa. Esta nítido em minha face que estou desapontada e triste. - Eles pareciam serem tão felizes juntos, pareciam se amar tanto e hoje. . . Se odeiam.

- Ai amiga, não sei o que te dizer. - Rebecca se aproxima. - Já ouviu aquela música brasileira, não lembro o nome, mas que diz assim: "E quando estiver triste, simplesmente me abrace"?

- Acho que não, mas vou pesquisar. - Sorrio tentando deixa-la confortável.

- Ela é boa, mas... Talvez o que você precise agora, é de um abraço.

Rebecca se aproxima mais, e me abraça. No começo era diferente, mas logo retribuo. Seu abraço me trouxe aquela boa sensação de "família", de bem estar e segurança. Assim como era com Victor.

Mal percebo que chorava quando Rebecca olha em meus olhos e diz:

- Deborah, sei que não nos conhecemos a muito tempo, mas... algo muito forte nos une, e não, isso não é um pedido de casamento. - sorrimos. - Mas sim, quero que seja a irmã que nunca tive, e que sempre sonhei em ter.

Olho para ela incrédula e ainda paralisada por ouvir tais palavras. Esta ai é mais doida que o Batman, o Superman e eu junto. Sorrio de meu pensamento.

- Fala alguma coisa ser vivo do mal. - Sorri. - Vai me matar do coração com este suspense.

- Rebecca Coast, eu aceito ser sua irmã. - Sorrio alto. - Agora, vai preparar um "sanduba" para nós. Já estou com fome.

- Folgada! - Ela mostra a língua. - Como sou a irmã "nova" mais legal que existe, vou pedir pra sua cozinheira fazer.

- Quanta preguiça. Que coisa feia.

Após o tal pedido de irmandade (se é que isso tem realmente este nome), fomos finalmente descansar. Mesmo porque, após tantas emoções, precisamos realmente dormir.

Adormeço rápido. Por um momento, volto ao passado. Um passado que me machuca mas, que não consigo esquecer.

" - Preciso verificar todos os computadores e depois vamos okay? - Vitor diz .

- Okay! Te espero. - Sento-me na cadeira giratória ao seu lado enquanto ele passa o antivírus no computador da escola em que eu estudo e ele trabalha.

Passados meia hora ou mais, ele finalmente termina.

- Finalmente, caramba achei que fosse sair daqui só amanhã. - Ele sorri. Ah, aquele sorriso!

- Então vamos? - Ele faz sinal com a mão indicando que eu vá na frente. - O que faremos hoje a tarde? - pergunto.

- Não sei. Até porque hoje o Matheus vai na casa da Beatriz.

- Hoje meu pai viaja. - abaixo a cabeça. - Minha mãe também. Quer dormir em casa? Ou só passar a tarde?

- Demorou. Tem lugar pra dormir ou vou ficar no chão?

- Cama de casal esqueceu? - Sorrimos juntos. - Dorme comigo.

Apesar de não namorar-mos, a amizade é exatamente forte, tipo estas que se vê em filmes e livros. Uma amizade sincera.

- Claro que sim. Mas só se a Pandawaan dormir junto.

- Não acredito que você quer levar seu panda gigante de pelúcia pra dormir em casa.

- Esqueceu do gostoso depois do pelúcia. Ah, é macil o pelo dele.

- Tudo bem. Deixo você levar. - Rimos.

- Deborah eu... - Ao atravessar-mos a avenida deserta, um carro que não identifico o modelo aparece em extrema auta velocidade. Apenas sinto um empurrão seguido de um... - Cuidado!

Fruto De Uma Paixão [Em Revisão] Onde histórias criam vida. Descubra agora