Capítulo 11

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Eram aproximadamente umas seis da tarde, quando Luany e Loren resolveram que me levariam a loja de roupas infantil. Chegamos à Baby's B*.
Fiquei maravilhada com tudo, tão pequeno, delicado. Parece roupinhas de boneca.

Minhas avós foram bem generosas, Loren comprou muitas roupinhas, e com o pedido de Owen, comprou um carrinho preto e azul lindo.
Minha avó Luany por vez, comprou o que faltava. Mais uma mamadeira, fraldas, lenços umedecidos, lenços de boca, e um cadeirão para o carro.

Sinceramente, amei cada detalhe de cada peça. Tudo tinha um toque masculino. Um carrinho, avião ou bola de futebol.

Após duas horas de compras, sinto-me cansada e faminta. Peço a minhas avós que retornamos para casa, porém, ouço um "NÃO" como resposta.

- Deborah querida. Hoje é a noite das mulheres. Vamos jantar fora e depois iremos à praça com o pequeno Alex. - Luany diz.

- É querida. Amanhã cedo irei embora. Tenho plantão 72/h. E quase não nos vemos.

- Okay. Vou concordar desta vez. - Sorrio.

Quero entender o porque destes horários malucos da minha avó. Trabalhar três dias seguidos. Tendo uma hora ou menos para dormir no intervalo de uma e outra emergência.

****

Enquanto isso na casa dos D'Lauren Owen, Júlio, Alexander e Rebecca preparam os planos da surpresa para Deborah.

- Seguinte. - Rebecca começa. - Alex é bom grafiteiro. Faz ótimos desenhos. Pode fazer uns carrinhos, ursos, bolas de futebol e etc.

- Concordo. Mas o fundo sera azul certo? - Júlio pergunta.

- Sim. - Foi a vez de Alexander dizer. - Também pensei em escrever o nome do bebê na parede onde ficará o berço.

- Galera. - Owen os interrompe. - O berço só chegará amanhã. Ou temos que ir buscar agora.

- Eu vou. - Júlio diz. - Owen, fique com as crianças e ajude no quarto.

Enquanto Júlio buscara o berço para o bebê, os irmãos Coast e Owen redecoravam o canto do quarto de Deborah em que o pequeno Alex ficaria. O guarda roupas mudara de posição, dando espaço para onde ficará o berço. A parede onde antes possuía a cor palha, ganhou tons de azul água e azul bebê, com nuvens brancas cobrindo um sol sorridente.

Poucos minutos após o termino, Júlio chega trazendo consigo o berço branco com gavetas em tom azul bebê. Uma cômoda branca com puxadores azul claro e detalhes em azul escuro.

O nome do pequeno Alex brilha em tons de branco, azul e amarelo.

- Alex, acabei de falar com Lauren e ela disse que estão indo jantar com Deborah e depois vão direto para o parque. - Owen diz.

- Temos tempo de sobra. - Responde o menino limpando as mãos sujas de tinta amarela. - Júlio, qual a cidade favorita da Deborah?

- Esta é fácil. - Owen é quem responde. - Desde pequena, Deborah sempre amou Nova York, mas quando se mudou para Londres se apaixonou mais que o normal.

- Mas, o wallpaper do computador dela é a Torre Eiffel. - Rebecca diz entrando no quarto. - O que tem em mente?

- Deixar o ambiente mais "Debby" e menos "retro".

As palavras de Alex despertaram a curiosidade de todos ali presentes. Ele pediu à ajuda de sua irmã, e pediu aos avós que os deixassem a sós no quarto.

****

Após o jantar, minhas avós e eu fomos para uma praça pequena próximo de onde estávamos.

- Acabei de falar com Júlio. - Minha avó diz. - Owen e ele estão vindo para cá.

- Rebecca? - Pergunto.

- Ela e o irmão foram para casa, segundo ele.

Rebecca foi para casa sem se despedir de mim? Estranho. Talvez estivessem cansados.

E Alex? Por que foi embora tão cedo e não nos esperou voltar?
Decido pedir aos meus avós para que passamos na casa deles antes de voltarmos para casa.

- Deborah? - Loren me chama. - Posso falar com você um minuto?

- Claro vovó. - Faço sinal para minha avó que segura o pequeno Alex em seu colo, dizendo que voltaria em um minuto.

Não fomos longe, apenas duas quadras onde vende-se chocolate quente.

- Deborah. Preciso te contar algo. Mas não sei se é o momento. - Meu coração acelera.

- Pode falar.

- Deborah, seu pai... bom, ele viajou a trabalho e me pediu para te entregar isso.

Ela me estende uma caixinha. A mesma que meu pai a tempos disse que o que continha dentro da mesma, era de imenso valor sentimental.
Quando abro, vejo dentro um pingente de coração feito em ouro. Dentro dele há um anel semelhante ao de casamento porém o detalhe de fora chama a atenção. São palavras, mas não as consigo entender. Do lado oposto do coração está escrito: "Mamãe Te Ama".

Não entendo o porque de meu pai ter escondido isso, muito menos o significado. Mesmo assim, aperto o pingente contra meu peito e depois o coloco no pescoço.

- Sabe quando ele volta? - Pergunto segurando as lágrimas.

- Infelizmente não. Talvez até antes do inverno acabar. Talvez só no... verão.

- Verão? Como assim no verão? Meu pai disse que passaria o inverno aqui e depois voltariamos para Londres.

- A viajem foi de última hora querida.

- Vovó quantos anos você tem? - Digo nervosa. - Ele fez de propósito. Me deixou aqui para ir atrás da... Isabel. Trabalho é apenas uma desculpa esfarrapada que ele arrumou.

Nervosa saio andando, mas minha avó me chama novamente.

- Deborah, Kate... ela foi para o Brasil. E disse que não volta.

- Ótimo! Não preciso deles. - Queria eu poder acreditar nas minhas palavras. - Tenho um filho para me dedicar.

Assim que chego novamente a praça, minha avó nota o pingente e questiona onde consegui o mesmo. Teu nervosismo parece enorme. Estranho.

- Vovó estou cansada. Já são quase onze. Vamos embora, por favor.

- Tudo bem querida. Vamos sim. Deixe-me apenas comprar mais uns lanches para levar para casa.

Concordo, a final, não deve demorar. Era o que pensava, mas não, o lanche demorou e muito. São onze e quinze e acabamos de entrar no carro. Meu avô Owen desistiu de esperar e foi para casa. Loren por sua vez, resolveu ficar e voltou conosco.

- Estamos indo. Uns quinze minutos no máximo estou ai. - Lauren diz, e deduzo ser para Owen.

- Desliga o telefone mulher. - Meu avô a repreende. - Que falta de educação!

Sorrimos todos juntos da cara de "incredulidade" do meu avô.

Chegamos em casa, e estou morta de cansaço. Dia realmente rendeu, e as emoções ja foram demais para um dia só. Mais um pouco e eu...

- MEU DEUS! O QUE ACONTECEU COM MEU QUARTO?

- Surpresaaaaa!

(*Nome fictício*)

Fruto De Uma Paixão [Em Revisão] Onde histórias criam vida. Descubra agora