Capítulo 16

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Acordo, não sei se de madrugada ou fim de tarde.

Alexander está deitado com os cabelos desgrenhados, e seu semblante, mostra um jovem tranquilo e satisfeito. Como quem tivesse encontrado a felicidade plena.

E, pensando bem, é assim que sinto-me agora, plena, feliz, realizada. Me sinto, mulher.

···

Levanto-me lentamente, torcendo para Alexander não acordar. Desço as escadas e vou para a cozinha, estou faminta.

Olho para o relógio e, vejo que são dez horas. Já já Alex acorda querendo mamar.

- Falando em Alex, dormi a tarde toda e não ouvi nem um barulhinho se quer. - Penso alto demais.

- Isso é porque ele estava comigo. - Luany aparece.

- Ah, oi vovó. - Digo beijando-a. Alex está em seu colo, e quando me vê sorri de forma linda.

- Acho que alguém vai ganhar uma surpresa hoje. - Júlio diz.

- Que surpresa? - pergunto.

- Pegue seu filho. - Luany me entrega Alex.

- Vem filho. Vem com a mamãe.

- Mamã.

Meus avós sorriem e eu me emociono. Meu bebê, pela primeira vez me chamando de mamã. É quase impossível de acreditar.

- Vem meu amor. - Sorrio entre lágrimas. - Vem com a mamãe. Ai meu Deus.

- Mamã. Mamã. Mamã!

Abraço o pequenino que está em meu colo, e ele continua a pronunciar taís palavras. É definitivamente, a melhor sensação que alguém pode sentir.

A noite foi longa, não dormi direito por ter "desmaiado" a tarde toda. Alexander acordou por volta das 01:45am. Logo voltara a dormir.

O dia amanhece e, eu nem se quer fechei os olhos. São 6:00 horas quando levanto. O silêncio era pleno dentro da casa.

Uma sensação ruim tomou conta de mim, o suficiente para me deixar angústiada.

- Bom dia querida. - Júlio me cumprimenta.

- Bom dia vovô. - Dou-lhe um beijo no rosto. - Acordado tão cedo?

- O advogado me ligou. Pediu que eu lhe chamasse pois está vindo para cá.

- Ele disse o que queria? - Pergunto aflita.

- Não. Vá se arrumar, farei o café.

- Você? - Começo a gargalhar.

- Vai logo palhaça. - Ele sorri.

Subi as escadas correndo. Alex ainda dormia, porém Alexander não estava na cama.

Me troco rapidamente, visto uma calsa jeans clara, uma botinha e camisetas na cor preta e uma jaqueta na cor bege. Prendi meu cabelo e, quando estava descendo, Alexander puxa-me pelo braço.

- Arrumada a esta hora?

- Dr. Verne ligou. Está vindo para cá.

- Assunto?

- Ainda não sei. Espero que o juiz tenha concedido a guarda provisória.

Ele selou meus lábios e então, desci.

Assim que cheguei à sala de jantar, notei que meu avô já conversara com o advogado.

- Doutor Verne. Como estás? - Pergunto dando-lhe as mãos.

- Bem obrigado. E a senhora?

- Bem. E, pode me chamar apenas de Deborah.

- Tudo bem, Deborah. - Ele sorri. - As notícias não são tão boas assim.

Sinto meu peito se apertar. O que será que aconteceu?

- Estou pronta para o que for. Por favor, diga-me.

- Bom. O juiz concedeu a guarda provisória. Apenas por não termos espaço agora nos orfanatos. Mas, tudo indica que, em menos de um mês... - ele se silencia.

- Quais as chances de ele não ser levado? - Pergunto. Minha voz falha.

- Mínimas. Tentarei agilizar o processo mas, não garanto nada. - Abaixo a cabeça e, sinto uma lágrima escorrer pelo meu rosto. - Acalme-se senhorita. Temos tempo ainda.

- Pago o que for preciso para agilizar esse processo. - Júlio diz.

- Farei o que estiver ao meu alcance. - Neste momento, seu celular toca, Verne pede um momento para atender a ligação.

- Bom dia Doutor Lascuran. Sim estou com ele. Claro. Ãhn, doutor, antes de desligar, preciso de uma ajuda sua, se for possível. Lembra-se do caso do abandono que lhe entreguei ainda esta semana? Preciso que adiante este processo para ontem. - Ele ouve atentamente, e com seriedade agradece. A ligação é finalizada e ele se volta para mim.

- E então? - Júlio e eu perguntamos juntos.

- O processo será para daqui uma semana. E, sinceramente, dúvido que consiga a guarda Deborah. Como lhe disse, as chances de não lhe concederem a guarda é grande, pois não é casada.

- Não seja por isso. - Alexander aparece. - Nos casamos antes da audiência.

Olho incrédula para Alexander. Não ouvi direito, ou será que sim? Casamento, agora? Mal o conheço.

- Pode dar certo. - O advogado diz.

- Deborah, não precisa morar comigo, apenas tenha os papéis em mãos. Pelo Alex.

- Aceita logo menina. - Júlio diz.

- Pelo Alex. - Afirmo e Alexander sorri. Sei que para ele, o casamento não será apenas pelo bebê.

Passando algumas horas, minha avó acordou. O advogado já havia ido embora. Assim que ela apareceu, contamos a novidade. Ela se animou tanto que disse que a festa seria por conta dela.

A parte mais difícil, foi contar para Amanda.

- Mãe? - Alexander chegou gritando.

- Aqui filho. O que... - Ela para de falar assim que me vê.

- Tenho uma notícia para te dar. Me caso em três dias.

- Como assim em três dias? Ficou louco?

- Não mãe. Estou falando sério.

- Alexander Coast, não pode se casar assim com qualquer uma em três dias.

- Eu não sou qualquer uma. - Digo brava. - Me respeite.

- Cale-se. A conversa é entre Alexander e eu.

Que ódio. Porque Alex não me defende? Vontade de voar no pescoço dela e estrangular esta megera.

Pouco depois, eles param de discutir. Aproveito a deixa para ir embora.

- Tchau Alexander. Estou indo para minha casa.

Já fora da casa, a neve caia, abro a porta com o coração ainda apertado.
Saio andando mas alguém me impede de continuar. Este alguém atende pelo nome de Amanda.

- Escuta aqui. Conheço pessoas do seu tipinho. Saiba que este casamento não acontecerá. Ou não me Chamo Amanda Coast.

- Se meteu na família errada Amanda. Não tente me ameaçar. Não tenho medo de cobra.

Ela então, deixa um tapa bem dado em meu rosto, caio brutalmente no chão.

- Não ouse me desafiar Deborah. Também não sabe com quem está lidando.

Antes que eu pudesse dizer alguma coisa, ela sai andando.

- SUA VADIA! - Grito enfurecida.

Ela sorri de lado e com os lábios silenciosos diz:

- Eu. Vou. Acabar. Com. Você!

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