Capítulo XXXVI

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*Sem revisão*

Zaid.

Todo ar deixa os meus pulmões quando reconheço aquela voz. Viro-me e encaro o pai da Nayara parado no hall da minha casa. Vestindo um terno cinza e uma abeie da mesma cor,Abdul é a personificação do tradicional homem de negócios zohariano.

- Abdul...prazer em vê-lo - digo dando um passo à frente. Pelo canto dos olhos vejo Jack,sair da sala discretamente.

- Perdão por vim sem avisar com certa antecedência, mas tenho um assunto de certa urgência para tratar com você, meu jovem - Seu tom de voz é áspero. E isso,faz com quê todos os meus sentidos fiquem em alerta.

Um tanto atordoado, estico meu braço e o cumprimento. Observo o envelope pardo que ele segura em uma de suas mãos e por alguma razão sinto um arrepio gelado por todo meu corpo. A única coisa que consigo pensar é em Nayara dormindo nua na minha cama e o fato do pai dela estar aqui. Meu couro cabelo formiga,só em pensar na possibilidade de eles se encontrarem.

- Certo...Hum...Vamos até meu escritório. - digo.

- Pelo visto você tem companhia - ele diz e olha a bolsa feminina em cima do sofá - Desculpe atrapalhar o seu...momento,mas na atual conjectura, esse assunto não pode esperar.

Droga!

Só então percebo que estou vestindo uma calça de moletom e uma camisa branca. Meus cabelos estão em desalinho, evidenciando a noite de ontem.

- É...- murmuro. - Por aqui.

- Eu estava de viagem com a minha esposa e quando voltei há alguns dias,tive a infelicidade de me deparar com esse envelope- ele diz enquanto caminhamos para meu escritório - Precisamos resolver o mais depressa esse assunto - ele me entrega o envelope - Não podemos envolver-nos em mais escândalos,Zaid e...

Analiso o envelope pardo minuciosamente. Meu coração acelera. Franzo a testa e quando faço menção em abrir o envelope,me dou conta que Abdul,não está ao meu lado. Quando olho para trás o vejo parado no pé da escada e minha respiração fica presa na garganta.

Dou um passo a frente e então o mundo para. Parada em dos degraus da escada,está Nayara. Ela olha para o pai com olhos arregalados e a boca levemente aberta. O silêncio que se instalou na entre nós era opressor, sufocante eu diria.

- O quê você está fazendo aqui,Nayara? - Abdul quebra o silêncio. Seu tom de voz é gélido.

Nayara pisca depressa,como se só agora ela voltasse a realidade. Ela junta as duas mãos em frente ao corpo e engole em seco. De relance nos encaramos. Por um instante vejo uma faísca de pavor cruzar os seus olhos e sinto meu peito apertar. Ela umidece os lábios com a língua e respira fundo.

- Papai...eu - sua voz é baixa e rouca.

Apesar da tensão que paira no ar, eu não deixo de admirar o quanto ela está linda vestindo uma camisa minha. Algo parecido com orgulho brota dentro de mim,por saber que ela é minha.

- Vocês ...- Abdul olha de mim para Nayara e seus olhos escurecem. - Não basta nos envergonhar terminando com um contrato de anos,Nayara, você ainda tinha que se portar como uma qualquer? - sua voz continha ira contida. Nayara estremece ao ouvir essas palavras e algo amargo começa a borbulhar dentro de mim.

- Papai não ...

- Eu não admito que você ofenda a minha mulher dentro da minha casa - digo com os dentes cerrados. Aperto o envelope nas minhas mãos. Abdul me encara com uma expressão desconhecida. Eu fui criado para sempre respeitar os mais velhos e assim foi. Até hoje. Eu não admitiria que alguém faltasse com respeito a Nayara. Nem mesmo se esse alguém fosse seu pai. Respiro fundo.

Atraída pelo SheikOnde histórias criam vida. Descubra agora