Capítulo XL ( parte 2)

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*Sem revisão*

Acordo num sobressalto. Meu coração pulsa em minha garganta à medida que suspiro pesadamente. Olho para todos os lados,um tanto aturdido. Esfrego os olhos,tentando clarear minha visão embaçada. Franzo a testa,para a escuridão que se encontra o quarto e olho para o relógio que fica sobre o criado mudo. Três horas da manhã. Como uma avalanche,todos os acontecimentos do dia ,passam diante dos meus olhos.

O sangue corre rápido em minhas veias,quando lembro-me da perseguição. Nayara! Meu subconsciente grita alarmado.  Abruptamente, sento-me na cama,escuto um resmungo ao meu lado,e automaticamente, uma sensação de alívio me toma. Ela está aqui! Solto o ar lentamente pelas minhas narinas.

Jogo-me na cama e Nayara se aconchega mais em meu corpo,resmungando algumas palavras incoerentes. Ela cruza suas pernas com as minhas e passa um de seus braços sobre o meu peito. Uma corrente de excitação, percorre todo o meu corpo e estremeço. Essa mulher tem o poder de tocar em um lugar dentro de mim que até então, era impenetrável.

Coloco minha mão atrás da minha cabeça, e encaro um ponto fixo no teto. Minha mente está um turbilhão, meus pensamentos estão soltos, sinto-me agitado em meio ao meu caos particular. A sensação de impotência, de não saber quem é meu inimigo faz com quê um nó se forme em minha garganta.

Passo os dedos,levemente, sobre os cabelos de Nayara e um aroma adocicado invade minhas narinas. Ela dorme profundamente,sua respiração quente,bate em minhas costelas e por alguma razão, isso é como um bálsamo para minha alma aflita.

Eu nunca fui um homem sentimental. Emoções, sempre foram conflituosas e eu sempre optei por vestir uma máscara de frieza. Sentimentos,tiram a praticidade e a razão de um homem. Por isso,quando recebi a missão de me casar com a Nayara,a tantos anos atrás, encarei meu dever friamente. Eu fui designado,para cumprir um tratado,e pois bem,assim o seria.

Sorrateiramente,o dia em que fui apresentado a Nayara,invade minha mente. Com seus cabelos longos,olhar assustado e corpo franzino,Nayara parecia uma menina jogada aos leões. Sorrio com esse pensamento. Eu estava ocupado demais vivendo uma vida boêmia, a qual tinha sido me negado por anos,para me preocupar com aquela menina. Um dia ela seria minha esposa, o acordo seria cumprido,e tudo seria como deveria ser.

Mas então, aquela menina franzina,cresceu e se tornou a personificação da minha loucura mais doce,do meu amor mais puro,do meu vício mais pecaminoso. Aquela menina,jogou-me em um mar de sensações e emoções, a qual eu ainda não estava acostumado a nadar,ela deixou-me a deriva, enquanto gritava aos quatro cantos o quanto eu era um idiota.

Em algum momento durante o meu percurso,eu havia encontrado o amor onde eu menos esperava encontrar. Olho para o topo da cabeça da Nayara e sinto meu coração apertar,quando lembro-me que eu quase a perdi,e de jeito nenhum eu a perderia novamente.

Sinto-me inquieto novamente, e isso faz com que um frio se instale em meu estômago. Levanto da cama,com cuidado,para não acordá-la. Ela geme e vira-se de barriga para baixo. O lençol desce,deixando amostra a gloriosa curva da sua bunda. Olho para todo o seu corpo e sinto-me o mais sortudo dos homens.

Minha! Penso com possessividade. Soltando um suspiro por entre os dentes. Vou até o closet e pego uma calça de moletom e uma camisa pólo pretas visto-as. Encaro meu reflexo no espelho e mexo meu pescoço,na expectativa de livrar-me do peso que sinto sobre os meus ombros.

Saio do closet e lanço um último olhar para a Nayara,que ainda dorme tranquilamente, e saio do quarto,fechando a porta com cuidado. Desço as escadas e vou em direção a janela da sala. Observo a ilha de Manhattan e seus arranha-céus iluminados. Coloco as mãos no bolso da minha calça e contemplo o silêncio a minha volta. Observo a luz do luar querer abrir passagem por entre as nuvens negras,e suspiro.

Atraída pelo SheikOnde histórias criam vida. Descubra agora