Capítulo XLVIII

18.5K 1.1K 579
                                    

* Sem revisão*

Nayara.

Aos poucos toda perturbação do dia invade meus sentidos, retirando-me da plenitude do meu sono. Viro-me de bruços e resmungo quando a minha consciência insiste em trazer à tona,flashes dos últimos dias a minha mente. Ergo minha cabeça o suficiente para olhar o relógio sobre o criado-mudo. Quatro e quinze da manhã. Cedo demais... Cedo demais,balbucio mentalmente.

Rolo para o outro lado da cama e enterro meu rosto no travesseiro. Um cheiro conhecido preenche minhas narinas,fazendo com quê um tremor involuntário atravesse todo o meu corpo. Inspiro mais uma vez o perfume de Zaid e abro os olhos. Pisco uma,duas,três vezes, até dar foco a minha visão embaçada.

O meu quarto está tomado pela escuridão e por um instante tento focalizar algum ponto apesar do breu. Sento-me na cama e estico o braço para acender a luz do abajur. Suspiro e balanço a cabeça. Sinto-me tão cansada, é como se meus membros estivessem amarrados com chumbo. Aconteceu tanta coisa hoje. A revelação da Eva, sobre Andrew, deixou-me exausta.

Eu me deito,novamente, contra os travesseiros e fecho os olhos mais uma vez. Respiro fundo e solto o ar devagar. Meu coração começou a bater um pouco mais forte e sinto um aperto no meu estômago. Sinto um gosto ruim na boca, e o meu enjôo parece aumentar de intensidade. Inspiro profundamente e expiro lentamente, para acalmar meu estômago sensível.

Talvez, se eu ficar bem quieta o bebê vai achar que ainda estou dormindo e... Antes que meu pensamento seja concluído, dou um pulo da cama com a mão na boca, e tropeço em direção ao banheiro. Ajoelho-me em frente ao vaso sanitário, e em tudo que eu consigo pensar enquanto minha alma sai pela minha boca, é que meu estado atual é culpa de Zaid.

Um momento depois,quando tenho a certeza meu estômago está mais calmo,levanto-me do ladrilho gelado,e apoio minhas mãos na pia. Acendo a luz do banheiro e ergo meu olhar para o espelho à minha frente, e de repente sinto uma imensa pena de mim. Meu cabelo está a réplica perfeita de um ninho de pombo, estou pálida e sob meus olhos há olheiras terríveis.

Pego minha escova de dente e coloco sobre ela uma quantidade generosa de pasta de menta. Escovo meus dentes e jogo um pouco de água gelada em meu rosto. Abro a gaveta do armário da pia, e pego um elástico a qual prendo meu cabelo em um coque no alto da cabeça. Sentindo-me mais próxima de um ser humano, enxugo meu rosto e saio do banheiro logo em seguida.

Sento-me na beirada da cama e estico-me para pegar meu celular sobre o criado-mudo. Desbloqueio o celular e vou direto para o aplicativo de mensagem instantânea.

Nayara: Odeio você!

Clico em enviar e quando tenho certeza que a mensagem chegou até o seu destinatário,jogo-me sobre a cama e bufo. Coloco minha mão sobre a barriga e um sorriso aparece em meus lábios. Meio minuto depois, meu telefone toca.

— Por favor,refresque minha memória. O que foi que eu fiz? - A voz de Zaid, soava aturdida.

— Não conseguiu dormir? - Pergunto depois de um segundo. Ele fica em silêncio por alguns segundos. Era como se eu pudesse vê-lo sentado sozinho,perdido em pensamentos,sentindo-se culpado pela presença de Andrew em nossas vidas. Meu coração se aperta.

Atraída pelo SheikOnde histórias criam vida. Descubra agora