Capítulo XXXII

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*Sem revisão*

Zaid

Numa olhada de relance,vejo que o semblante da Nayara está petrificado. Minha boca se contrai em uma linha rígida e minhas narinas inflam. Solto um palavrão e com a mandíbula cerrada,encaro o rosto sorridente da Eva.

— O que você quer,Eva? - pergunto irritado.

Vejo o sorriso dela se desvanecer,mas não o suficiente. Ela olha para mim e depois para minha mão que segura firmemente a mão da Nayara.

— Bom...- ela pigarreia e ergue o olhar para mim e depois para Nayara — Querido, eu estava com saudades. Além do mais,eu já te esperei em aeroportos tantas vezes,por quê mudar um hábito que nós dois gostamos?

Adrenalina percorre todo o meu corpo,numa carga de força tão alta que minha respiração sai sôfrega. Nayara tenta puxar suas mãos da minha,mas entrelaço nossos dedos fortemente. Puxo ela para mais junto de mim e a tensão do seu corpo é palpável.

— Quem foi a pessoa que passou informações, totalmente sigilosas sobre a minha chegada? - pergunto com a ira evidente no tom da minha voz — Seja quem for essa pessoa ela está demitida! Você não deveria estar aqui Eva.

As pessoas passam apressadas ao nosso lado. Indo e vindo. Compenetradas demais em seus pequenos dramas,para dar atenção a situação embaraçosa que acontecia entre nós três. Eva olha para Nayara com uma expressão interrogativa e depois para mim.

— Não vai nos apresentar? - ela pergunta. Ranjo os dentes com força. Abro e fecho as mãos numa tentativa de conter a raiva que consome todo meu corpo.

— Você não respondeu a minha pergunta - murmuro entre os dentes.

— Uma fonte ali,outra aqui. Uma mulher sábia tem seus contatos. Não é mesmo querida? - ela pergunta e olha para Nayara.

Droga!

Meu sangue ferve. Olho de relance para Nayara mais uma vez e sua expressão é neutra. Mas seus olhos contém um brilho de dor ,que aperta o meu peito e me faz querer estrangular a Eva. Nayara levanta ombros e respira fundo.

— Na verdade, não. Uma mulher sábia não precisa de ajuda de contatos,apenas as tolas precisam. As sábias pegam informações direto da fonte principal. - Nayara murmura.

Mentalmente, rio a gargalhadas altas,mas por fora minha expressão é impassível. O sorriso da Eva,esmorece. Ela pigarreia.

— E como você sabe que a informação não foi repassada direto da fonte? Afinal já esperei Zaid,tantas vezes e depois sempre íamos ao...

— Já chega,Eva! - digo. Nayara respira fundo. Lanço a ela um olhar que se tivesse poder de matar,ela estaria morta. Eva encolhe um pouco os ombros e dá um passo para trás.

— Você não tem cara de ser uma mulher sábia,Eva. - Nayara balbucia. Ela vira-se para mim e umidece os lábios — Eu quero ir para casa,agora. 

— Senhor,Senhorita Nayara - a voz de Jack,meu motorista,surge atrás de mim — O carro já está pronto. - suspiro aliviado.

Aceno com a cabeça.

— É ela?! Essa é a sua noiva, pretendente ,sei lá... Que você queria terminar tudo para ficar comigo? É ela,não é?

As palavras da Eva,caí como dardos sobre mim. Desgraçada!Os passos da Nayara ficam lentos e ela me fita e uma lágrima solitária desce pelo meu rosto. Aperto as mãos da Nayara,mas com um puxão firme ela se solta. Meu coração perde uma batida. Nayara respira fundo e caminha firmemente para fora do saguão. Minha respiração fica presa na minha garganta,ao mesmo tempo que uma fúria me consome de dentro para fora. Solto um resmungo e travo a minha mandíbula com toda a força.
— Jack,acompanhe a senhorita Nayara e a tranque no carro se for necessário - sussurro para o meu chefe de segurança, que acena com a cabeça e sai logo em seguida.

Atraída pelo SheikOnde histórias criam vida. Descubra agora